Prólogo

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O inverno sempre foi a pior estação do ano para mim, por alguma razão sempre me trouxera tristeza e melancolia, nunca felicidade como as outras pessoas.

Por isso eu sempre ficará na janela olhando as outras crianças brincando na neve e me perguntando porque eu não sentia mesma alegria que elas.

Mas dessa vez não havia nenhuma criança na rua, nem luzes e enfeites nas casas e muito menos alegria naquela noite de inverno apenas a neve caindo e eu na janela sofrendo por nenhuma razão.

- Minha querida saia dessa janela e junte- se a mim na lareira.

Minha avó me disse, me virei para ela e pude vê-la em sua poltrona junto à lareira, com uma caneca de chocolate quente repleto de chantilly nas mãos e outra caneca exatamente igual me esperando na mesa de centro, peguei a caneca e me sentei na poltrona a seu lado. Mas conseguia ver minha avó sorridente enquanto bebia seu chocolate.

- Nana você parece ser a única pessoa feliz com uma tempestade de neve se aproximando, meu pai está surtando o dia inteiro.

- Que bom que você veio pra cá hoje, não é bom ter esse tipo de vibração em um dia de lua cheia, assusta os espíritos que vagam pela nossa terra.

- Eu acho que nem os espíritos vão querer passar por aqui com essa tempestade.

Dei um gole em minha caneca e por algum motivo me senti completamente cansada depois disso.

- É aí que você se engana querida, a tempestade só faz com que os espíritos tenham ainda mais vontade de vir ao nosso mundo.

Minha avó disse e pude sentir meu corpo ficar mole a caneca já não estava mais em linhas mãos e eu pude ver as folhas de proteção que minha avó colocará na janela caindo por causa do vento, mesmo eu tendo certeza de que todas as janelas estavam fechadas.

- O que me assusta é o que eles pretendem aqui - Minha avó continuou dizendo mais para si mesma do que pra mim - E mais ainda se você estará salva deles.

Sua última frase fora um borrão e antes que me desse conta estava em um sono profundo.

Água. Porque eu estou sentindo água?

Quando abro meus olhos posso ver que estou dentro d'água, mas quando tento ir para cima, há uma grande placa de gelo sobre mim, eu tento gritar e bater no gelo, mas não provoco nenhum arranhão. Então desisto apenas fecho meus olhos e sinto minhas lágrimas se misturarem com a água do rio.

Uma sensação quente e carinhosa como o abraço de uma mãe me envolve e eu apenas me entrego a ela. Será que eu morri? Percebo que não é o caso quando um vento gelado me atinge, abro meus olhos e percebo que estou deitada sobre o gelo ao meu lado está o buraco onde eu estava a pouco tempo atrás. A lua cheia está bem acima de mim, continuo me lembrando daquela sensação, como se minha tivessem me tirado do lago, como se ela estivesse aqui. Mas isso era impossível ela se fora a muito tempo atrás e nunca mais iria voltar.

Ela preferiu acabar com a própria vida a passar ela comigo. E desde que me encontraram naquele lago, todos pensam que eu quero o mesmo.

Into Her SpellOnde histórias criam vida. Descubra agora