Attention: Contem linguagem impropria.
|| Kidnapped ||
"Acordem suas p*tas!" uma voz grossa, e altamente assustadora grita por entre o misero espaço.
Já perdi a conta ao dias, ou até meses que estou aqui. Passaram-se um mes? Dois? Ou até mais?
Nem sei se é dia ou noite.
A minha cabeça só recorda daquele horrível dia. Devia ter dado ouvidos à minha melhor amiga. Assim Não estaria aqui entre 15 raparigas.
"Não queres mesmo ficar aqui? Já é bastante tarde" Rosalyn, ou Rosie para os amigos fala.
"Deixa Rosie. Eu ainda tenho umas coisas para acabar." Eu abraço-a, despedindo-me dela.
"Devias ficar.... Tenho mau pressentimento. Olha que eu nunca me engano" ela alerta-me. Eu reviro-lhe os olhos.
"Nada vai acontecer. Tem calma. Beijinhos adoro-te" Visto o meu casaco e pego na minha mala. "Boa noite Rosie"
"Boa noite Pezz. Cuidado" Começo a caminhar pelas ruas escuras de Manchester. Até à minha casa são cerca de 10min, mas hoje tudo parece demorar a passar.
Estou perto de casa quando sou agarrada. A minha mala cai no chão. E eu salto com o susto. Tento me debater para me soltar mas é quase impossível. Uma pano é colocado sobre o meu nariz e boca e aos pouco vou perdendo os sentidos.
Acordei horas depois com varias raparigas à minha volta. As que me acolheram nessa altura já não estão mais aqui.
Quando uma rapariga sai daquele pequeno e horrível espaço, entra outra com as suas roupas todas rasgadas que são substituídas por uma t-shirt branca e calças de fato de treino preto
"Tu loirinha anda cá" Aquela voz propaga-se pelas quatro paredes.
"Qual delas?" Eu questiono-o. Temos 6 loiras aqui fechadas. Sou a única que sou capaz de falar. Todas elas têm medo. Tal como eu. Mas eu não deixo demostrar o que sinto. Não quero que me vejam como o elo mais fraco. Talvez seja por isso que sou uma das únicas que está a mais tempo. Muitas delas duram duas a três semanas aqui. Mas eu? Já estou à meses.
"A que está ao teu lado, sua cabra"
"É a tua mae!" eu falo. Ele rapidamente chega à minha beira e espeta-me um estalo, fazendo-me virar a cara para o lado.
"Não me provoques sua puta!" E mais uma vez volto a sentir um ardor na minha bochecha direita.
"É a tua vez, babe!" ele sussurra ao ouvido da Ellie. Ellie só tem 13 anos. Uma subita raiva cresce dentro de mim.
Filho da puta se lhe tocas com um dedo eu mato-te cabrao de merda!
"Leva-me a mim. Deixa-a!" Todas elas me olham como se eu tivesse marcado a minha sentença de morte.
"Nao é como queres, cabra!" Ele agarra no cabelo de Ellie e puxa-o. "Vamos!" ela grita e chora de dor, medo, panico.
A minha raiva cresce e quando dou conta já estou levantada. Uma mão agarra o meu braço fazendo-me parar o meu ato de lhe partir a cara mas seria quase impossivel. Ele mede o dobro de mim.
"Deixa-a ir. Já não podes fazer nada!" Leah, uma moreninha de olhos verdes fala.
Sinto uma lágrima a cair pelo meu rosto. Eu nunca chorei até agora mas agora que tiraram a Ellie de mim tudo desmorenou.
Ela não merecia isto, como todos nós não mereciamos isto. Mas ela? Ela ainda era uma criança.
"Ah!!" grito puxando meus cabelos secos. Já não me lembro o que é um bom banho.
Eu encosto-me a um dos cantos escuros da sala e fico ali, visualizando-o tudo à minha volta.
Algumas delas abraçadas umas às outras, aconchegando-se da melhor maneira possivel.
"Ela vai morrer!" Uma delas comenta. Victoria. A cobra cascavel do cubiculo. Está mais ou menos o tempo que estou aqui. Chegou dois ou três dias depois, nao sei ao certo. Ela é outra que nao demostra os seus sentimentos, sabendo que é uma mais valia assim.
"Está calada!" eu elevo o tom de voz.
"Tu sabes isso, Perrie. Elas saem mas nao entram mais"
"Eu não sei de nada" Rosno. Acabo por nao falar mais.
