|| Three ||

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Attention: Contem linguagem impropria.

|| Shot ||

Eu abro a porta com cuidado e procuro por algo ou mesmo alguem. E nada.

O corredor nao é nada comparado ao que eu estava a pensar. Tudo é tao limpo e bem decorado.

Eu caminho pelo corredor com cuidado, olhando sempre para os lados.

Os meus olhos fecham-se por segundos, para que eu me possa adaptar melhor à luz vinda do corredor.

Eu dou um passo e chamo-as para sairem daquele cativeiro. Ainda consigo ouvir os gemidos de dor do grandula lá em baixo.

Com as outras acontecem o mesmo com a luz mas rapidamente elas se adaptam.

"Estão todas?" eu questiono quando as vejo sair ficando algumas atras de mim e outras encostadas à parede do meu lado oposto.

"A última que feche a porta silenciosamente" eu peço num sussurro.

Durrani, a última a sair faz o que pedi. "Com cuidado vamos sair daqui"

Tenho o meu coração na boca. Eu só quero fugir. Mante-las a salvo e encontrar Ellie.

A porta abre-se e uma rapariga de pouca idade é empurrada para a nossa beira.

"Aqui está mais uma" ele sorri cinicamente, mostrando aqueles horriveis dentes amarelos.

Drogado de um raio.

Ele sai, fechando a porta. A rapariga chora encostada à suja parede do cubiculo.

Toda a gente a olha mas nao têm o descaramento de ir ter com ela. Ela é bastante nova.

"Hm, olá?!" eu caminho até ela. Ela encolhe-se ainda mais. "Não tenhas medo. Chamo-me Perrie, e tu?"

"Ellie" ela gagueja um pouco devido ao choro. Eu sento-me ao seu lado e respiro fundo. Ela encosta ao seu corpo mais ao meu. Eu com cuidado coloco as minhas mãos sobre os seus ombros e abraço-a, tentando reconforta-la ao máximo.

O que ela vai passar aqui é um inferno.

"Quantos anos tens Ellie?"

"Treze" O quê? Eu arrega-los os olhos. Filhos de uma mãe!! Eu sem querer aperto-a ainda mais irritada.

"Hm, desculpa pequena. Faz tudo o que fizermos okey? Nao respondas a eles quando eles te falaram mal, está bem?" ela assente um pouco confusa.

Eu tenho de sair. Eu tenho de a encontrar. Pelo que ela me disse naquele dia sobre ela, foi que ela ficou orfã de pais. Dias antes eles tiveram um incêndio em casa o que provocou a asfixia em ambos e à destruição dos corpos provocado pelas chamas e Ellie só soube disso depois de ter saido da escola.
Ela não tem ninguem e eu acho que viram nisso uma hipótese de a raptarem e de fazerem o que quiserem com ela.

E isso deixa-me completamente revoltada. Estes seres repugnantes fazem de nós seres inferiores. E aos quais nós não somos.

"Pezz..." Kimberly, ou Kim chama fazendo acordar da memoria.

"Vamos" eu sussurro. Eu caminho devagar, tentando encontrar uma saida.

"A porta" Sierra fala quando encara uma porta de vidro, bem a metros de nós.

"Com calma" eu digo, acelerando o passo. Eu vigio tudo antes de as mandar para bem perto da porta mas algo me capta atençao.

"Mr. Malik" Um homem com sotaque russo ou parecido faz-se ouvir.

"John" Ouve-se uma voz bastante distinta da outra.

"O que o trás o melhor traficante do país aqui em Manchester?! Não devias estar em Bradford" Pelo menos nao sai da minha terra.

"Perrie!" Victoria fala sussurrando chegando à minha beira. Eu levo o meu dedo à boca, fazendo sinal para ela se calar.

"Penso que saberás!" O britânico fala, sorrindo sarcasticamente.

"Hm, precisas de diversão?"

"Yeah, tipo isso" ele diz seco. Não querendo muita conversa.

"Mas e as outras que eu te vendi? Não são suficientes?" Vendeu? Outras?

"Eu não estou aqui para socializar, mas sim fazer negocio. Queres vender-me mais duas? Ou terei que ir a outro lado?"

"Calma, calma Malik. Quanto dás por elas?" Dar por elas?

"Per... Nós servimos para o trafico humano... Eles vendem-nos" Victoria diz.

"Vai ter com as outras. Vai embora" eu peço empurrando-a para a porta.
"Mas tu vens certo?" ela questiona preocupada. Em meses posso ver algum sentimento naquela rapariga.

"Primeiro vamos vê-las e depois sim, falamos de dinheiro" Malik, como o outro o trata, fala.

Sinto eles a caminharem até à porta. Eu corro arragando a mão de Victoria, levando-a para a porta. Rapidamente a abro e reparo que não há nada à volta daquele edificio a não ser uma carrinha preta velha.

"Hey!"

"Merda elas estão a fugir" O russo grita caminhando na nossa direção.

"Vão. Entrem na carrinha rápido!" elas todas fazem o que lhes peço. Leah consegue colocar a carrinha a funcionar.

"Perrie anda!" eu corro mas a porta que ainda agora saimos é aberta mostrando assim dois homens. Um moreno com feições perfeitas e outro com um olhar obscuro e feio.

"Vão!" grito. Eu encaro-o apontando a arma a eles. O loiro coloca as mãos para cima mas o outro aponta uma arma na minha direção.

O meu olhar não descola do dele. Meio que dou um sorriso. Não tenho medo de levar um tiro, pelo menos vou de consciência tranquila sabendo que salvei aquelas raparigas de serem abusadas e mal tratadas.

Ouço passos atrás de mim e a carrinha a afastar-se.

"Não te vou deixar sozinha. Não depois de teres tido a coragem de nos salvares." Victoria fala, colocando a sua mão no meu ombro.

"Merda" ouço o homem loiro a dizer irritado.

O meu olhar não desgruda do olhar do rapaz moreno. Cada segundo parece uma eternidade.

Ele destrava a sua arma e eu faço o mesmo. Eu sei que ela vai disparar, mas posso ver tambem incertezas no seu olhar se eu vou ou não disparar.

Oh meu querido, nunca substimes uma mulher que é capaz de tudo. Nunca me substimes!

"Larga a arma, loirinha" o moreno fala. O meu olhar ainda está nele e na arma dirigida a mim. Eu não posso deslocar o olhar. Isso levava-me à morte.

"Nem nos teus sonhos mais molhados, moreninho"

"Acredita que nos meus sonhos mais molhados, tu estás a gemer bem o meu nome, quanto eu te faço vir com a minha língua" eu coro, mas nem isso me faz tirar o olhar dele.

Ele só está a tentar me distrair.

"Vai sonhando rapaz de Bradford" ele arrega-la os olhos. Num segundo depois ouço ambas as armas a serem disparadas e eu a cair para trás, olhando e segurando o meu braço esquerdo ferido.

"Perrie!" Victoria grita o meu nome, segurando na minha cabeça para que não bata com ela no chão.

"Por favor, não morras" ela fala assustada. Os meus olhos fecham-se devagar e segundos depois tudo fica preto.

Bradford || ZerrieOnde histórias criam vida. Descubra agora