Capítulo 6 - Solving issues

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O olhar de Trent estava direcionado ao meu corpo e foi aí que percebi que adormeci nua e ele estava me vendo pelada!

- Ah meu Deus! Fecha os olhos! - disse tentando cobrir meu corpo com as mãos sem sucesso. - Droga, espera aqui. - corri para o quarto e coloquei a primeira blusa comprida e calcinha que achei no guarda-roupa e voltei pra sala. - Agora me explica, o que você está fazendo aqui? E como entrou?

- É... - ele disse sem graça coçando a nuca parecendo constrangido pela cena que acabara de presenciar, ação que fez com que minhas bochechas queimassem. - Primeiro, a porta estava aberta, não aberta, digo, destrancada; segundo, fiquei preocupado com você, o que aconteceu? Porquê você saiu correndo da festa chorando e sua calça estava suja de sangue?

Mordi o lábio quando senti as lágrimas ameaçarem escorrerem pelo meu rosto pela milésima vez, mas consegui contê-las. Olhei para ele esperando que meu olhar transmitisse algo mas ele continuava com as sobrancelhas arqueadas esperando pela resposta.

- Eu não quero falar sobre isso...

- Lauren... - ele levantou e caminhou em minha direção e tocou em meu braço quando chegou perto, o que me fez recuar um passo. - Não faz isso, quero te ajudar.

- Olha, Trent, não precisa fingir que se importa. Vá embora, não vou te envolver nos meus problemas quando você nem se quer gosta de mim.

- Para com isso, eu não estou fingindo! Eu me importo sim, e gosto de você.

- Não seja ridículo! Desde quando você é o tipo de cara que gosta de alguém? - comecei a ficar irritada, o que ele quer comigo afinal? Os papéis parecem invertidos, parece que deveria ser eu a estar implorando pela sua atenção. Talvez esteja na defensiva pelo ocorrido mais cedo.

- Olha, só estava querendo ajudar pois vi o jeito que saiu da festa e a expressão de dor em seu rosto, mas pelo visto não quer ajuda. - ele disse e começou a andar em direção a porta. Meu coração disparou, estava irritada, mas não queria que ele fosse embora então segurei em seu braço fazendo com que ele virasse pra me olhar.

- Não vai! Por favor, não quero ficar sozinha... Eu... Eu te conto o que aconteceu.

Ele sorriu fraco e voltou, ainda não estou entendendo o por que de tudo isso. Fui até a cozinha e peguei um copo d'água bebendo todo o conteúdo, em seguida sentei na bancada e Trent se escorou em um dos pilares com os braços cruzados sob o peito enquanto me encarava. Eu tentava achar a minha voz, parecia que um nó havia se formado em minha garganta, não sabia que seria tão difícil contar isso pra ele. Depois de abrir e fechar a boca várias vezes, escutei as palavras finalmente saírem de meus lábios.

- Eu... Eu fui estuprada. - disse sentindo a humilhação me engolir e os olhos lacrimejarem quando disse a última palavra.

- O quê??? Como assim?!

- Um cara, ele pegou a bebida pra mim, depois que eu tomei me senti tonta e perguntei pelo banheiro, ele disse que me mostrava o caminho e quando vi ele estava me agarrando no banheiro e quando tentei afasta-lo ele ficou com raiva e eu apaguei, acordei com ele em cima de mim, peguei um copo de vidro e acertei na cabeça dele e consegui fugir. - quando terminei de falar, senti a dor aguda de novo e deixei algumas lágrimas teimosas escaparem dos meus olhos, não queria chorar de novo na frente dele.

- Porra, mas você também é burra? Como vai aceitando bebida de quem não conhece? Ele te drogou! - Trent disse um pouco alto demais o que me assustou, esperava que ele fosse um pouco mais compreensivo.

- Desculpa? Eu estava bêbada!

- Ninguém nunca te ensinou a não aceitar nada de estranhos?

- Também me ensinaram a não deixar estranhos entrar em casa! - estava começando a ficar com raiva dele. - Não vejo como ficar me julgando vai me ajudar em alguma coisa.

Carpe NoctemOnde histórias criam vida. Descubra agora