Capítulo 1

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Sol! Como assim sol? OH MEU DEUS.
- LUUCY!
Dei um grito meio indecifrável devido ao sono, ou ao susto. Putz, eu estava muito ferrada.
-Oh por Deus, o que aconteceu Marjorie?
Lucy apareceu chutando a porta e encostando na parede, com seus cabelos loiros e desarrumados, junto a sua cara amassada de sono, ela estava uma piada total.
- Por que você não me acordou ein? Sabe que trabalho hoje, poxa!
Disse mais aflita que o necessário. Mas vejamos, o senhor Harold, meu chefe, vai me matar se eu chegar atrasada mais uma vez.
- Desculpa Maji. Eu acabei dormindo. E você também não precisava gritar comigo pro campos inteiro ouvir!
Minha colega de quarto disse, ainda encostada na parede, praticamente dormindo de novo.
-Tudo bem Lu. Não devia ter gritado, desculpa.
Eu me desculpei e ela voltou pro seu quarto que ficava logo ao lado.
Realmente ela não tinha culpa, eu que estava errada. Essa mania de dormir demais e sonhar com o que não devia...

Levantei, fui ao banheiro e fiz minha higiene. Olhei para o espelho e:
- Definitivamente meu cabelo não gosta de mim.
Pensei alto encarando meu cabelo, que não se decidia se ficaria liso ou cacheado, se transformado em um emaranhado ruivo de dá pena.
Terminei de colocar a roupa e já estava pronta, minha camisa branca e minha calça preta, que era como se fosse um uniforme, porque se dependesse do meu chefe trabalharia nua pra atrair mais clientes.
[…]

Mas é claro, cheguei atrasada e tive que ouve sermão...
- SABE QUE HORAS SÃO MOCINHA???
Meu chefe berrou assim que entrei pela porta da lanchonete.
-Desculpa chefinho, é o trânsito, sabe como é...
Dei a mesma desculpa de sempre, e ele como sempre caía.
-Tá bom, espero que não se repita, e vá trabalhar.
-Sim senhor.
Disse e fui até a cozinha. E lá se vai mais um dia servindo mesa pra esses bêbados. Que vida... 
[…]

Ufa. Lá se foi mais uma noite nesse "lugar ma-ra-vi-lho-so". Como sou a última a sair, é praticamente minha obrigação, limpar e fechar a lanchonete.
[…]

Acabei todo o serviço antes da meia noite, até que não foi muito tarde, geralmente acabo uma hora da manhã, e tudo isso sozinha. Dou uma última checada em tudo, ligo o alarme e fecho as portas dos fundos. Agora vou pro ponto de ônibus.
A rua está completamente deserta, e eu confesso, estou com um pouco de medo. Mas tenho que ir pra casa...

Espero, espero e espero, nada de ônibus ou carro, nem pessoa, nada. Me encosto em um poste e espero mais um pouco. Dez minutos se passaram, até que eu ouço um barulho de carro se aproximando, depois vejo os faróis fazendo a curva, é um carro preto, um Audi se não me engano. O carro segui reto numa velocidade constante, mas parece que está diminuindo e vindo em mimha direção. OK, EU NÃO DEVO CORRER.

Ele diminui, até que para na minha frente, exatamente onde estou apoiada, vejo que o vidro do lado do passageiro abaixa...
-Você precisa de uma carona?
Uma voz sexy e até um pouco autoritária diz através do banco do motorista, eu me abaixo pra tentar vê-lo, mas é  em vão, está tudo muito escuro.
-Eu estou esperando o ônibus, mas obrigada.
Falo meio sem jeito, até parece que vou aceitar carona de um estranho uma hora dessas.

Então ele acende a luz interna do carro e eu posso vê-lo. MEU DEUS, QUEM É ESSE SER?!?!?!
-Acho que seu ônibus está bem atrasado, e aqui é um lugar muito perigoso para uma mulher como você - Aham.
-Uma mulher como eu? - O que ele quis dizer com isso?
-Sim, uma mulher bonita.
-Ah.- Não consigo dizer mais nada. Definitivamente sem palavras...

-Por quê você não entra, e me guia até a rua da sua casa? Estou um pouco receioso com o fato de deixa-la aqui, sozinha - eu nem te conheço, seu louco!
-Eu nem sei o seu nome! Não posso entrar no carro de quem eu não sei o nome! Você pode ser perigoso! - FALEI MUITO RÁPIDO, ohh sim eu admito, estou com medo, é até um medo bom, vindo dessa carinha...
Não! Nem ouse Marjorie!
-Bem meu nome é Ethan Prior, e agora pode entrar, e não, eu não sou perigoso, a não ser que você queira que eu seja - ele disse essa última sentença com uma voz tão sexy. Misericórdia!
-Ah! Prazer Sr. Prior . Meu nome é Marjorie - OK! Também não entendi o porque de toda essa formalidade.
-Então, vai aceitar a carona, ou prefere se arriscar nessa rua? - direto, gostei!
-Tudo bem, obrigada.
Abri a porta do Audi e entrei. UAU! Ele é ainda mais bonito de perto.
Mas que merda! O que eu estou fazendo, ele é um total estranho. E como ele sabe onde é minha casa!?!?
- Você sabe aonde está indo?
- Já vi você vindo para o trabalho um dia. - ele disse.
- Então você me viu? - gente como assim? Num tô entendendo esse cara. - Eu não estava lhe vigiando, se é isso que está pensando. - você que tá dizendo camarada.
- Bem, é você que tá dizendo. - haha eu e minha boca grande, maravilha.

Foi estranho, até parece que ele riu com minha última sentença.
Chegamos. Graças a Deus. A tensão naquele carro já estava palpável.

- Pronto. Sã e salva Sra...?
- Lincoln. - mais formalidade, me sinto uma velha.
- Sra. Lincoln.
- Obrigada pela carona. Foi muita generosidade sua.
- Ao seu dispor. Boa noite. Até. - só isso? Ele só disse isso e se foi. Esperei o carro dobrar a esquina pra soltar a respiração. Quem é esse homem?

Agora em casa depois de uma noite mais do que esquisita, preciso dormir, além do mais amanhã é segunda feira, e pior, primeiro dia de aula na faculdade de medicina. EU QUERO MORRER.
Por falar em morrer, cadê a Lu?!
Vou até seu quarto e nada, com certeza deve está em alguma festa deitada em cima de alguma cara. Pelo menos ela tem uma vida social, ao contrário de outras pessoas...

Já tá tarde e o dia foi longo, e amanhã vai ser bem pior. É hora de dormir.

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⏰ Última atualização: Feb 17, 2017 ⏰

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