Capítulo 02

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Ao despertar como de costume, levantei-me cedo para me preparar e desci para a cozinha. No entanto, algo parecia estranho no ar, pois nem minha tia nem meu tio estavam presentes. Dirigi-me à mesa e lá encontrei um bilhete ao lado de um copo de leite e um sanduíche de geleia.

"Querida, bom dia!

Seu tio e eu precisamos sair cedo, mas deixamos seu café da manhã pronto.

Hoje você não precisa nos ajudar na loja, então, após o colégio, volte diretamente para casa.

Nos encontraremos no jantar.

Beijos, sua titia"

Enquanto lia o bilhete, um leve sentimento de preocupação surgiu em meu coração. Por que minha tia e meu tio haviam saído tão cedo? Havia algo incomum no ar, mas eu teria que esperar até o jantar para obter respostas. Por enquanto, me concentraria em meu dia no colégio.

Tomei meu café da manhã, guardei um pacote de bolachas na  bolsa e tranquei a casa antes de seguir em direção ao ponto de ônibus. Entretanto, antes mesmo de chegar lá, avistei duas pessoas já presentes.

"Bom dia", cumprimentei ao me aproximar.

Hugo virou-se para mim, abrindo um sorriso e retribuindo o cumprimento.

"Bom dia, Rachel. Hoje, meu irmão e eu chegamos cedo", declarou orgulhosamente, apontando para si mesmo e para Victor, que permanecia em silêncio ao seu lado.

"Estou vendo...", concordei com um sorriso, continuando a conversa. "...foi bom o seu primeiro dia ontem?"

"Sim, foi ótimo. As pessoas da escola são muito agradáveis e já fiz várias amizades", respondeu Hugo com entusiasmo, seus olhos brilhando de animação.

"Fico feliz que tenha se adaptado", congratulei-o com um sorriso, pronta para encerrar a conversa naquele momento. No entanto, parecia que Hugo tinha mais a dizer, pois ele continuou falando.

"Meu irmão está na sua sala...", ele começou, e imediatamente desejei ainda mais encerrar a conversa . "Isso é muito legal! Nós três poderíamos almoçar juntos qualquer dia, não acha?"

Não queria responder a essa pergunta. Se dissesse não, pareceria rude com Hugo, mas se dissesse sim, teria que suportar a companhia do grosso e esquisito do Victor durante o almoço. Portanto, senti um alívio quando avistei o ônibus se aproximando no fim da estrada.

"Olha, o ônibus!", exclamei, escapando da necessidade de responder à pergunta.

Embarcamos e Hugo sentou-se ao meu lado, enquanto Victor ficou do outro lado, em um banco individual. Assim que o ônibus começou a se mover, Hugo retomou a conversa.

"Então, onde você mora?" perguntou Hugo, por sorte esquecendo-se da pergunta anterior que havia ficado sem resposta.

"Na Fazenda Três Estrelas, logo no começo da rua", respondi.

"Aquela com um arco grande de madeira na entrada?", ele perguntou, olhando para mim enquanto eu assentia com a cabeça. "Que incrível! Nós moramos ao lado", exclamou quase gritando de empolgação.

"Na Fazenda Pinhal?", perguntei, ainda um tanto incrédula.

"Exatamente! Meus pais a compraram e nos mudamos há três dias", ele confirmou, seus olhos brilhando de contentamento.

Eu sabia que a fazenda ao lado estava à venda, mas não tinha ideia de que já havia sido vendida. Sorri um pouco desconcertada, imaginando como seriam os pais de dois irmãos tão diferentes. Antes que pudesse fazer qualquer pergunta, Hugo continuou.

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⏰ Última atualização: Jul 16, 2023 ⏰

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