Prólogo

86K 3.7K 761
                                    

Olá pessoal
, depois de muito tempo estou aqui para anunciar a publicação dessa obra (A perdição do cretino) que acontecera hoje ou amanhã , na Amazon. O livro já está em revisão no site da Amazon e eu estou apenas esperando eles liberarem. Então, quem esperou muito por esse momento, assim como eu, logo venho e posto aqui o link para vocês.

Enquanto isso fiquem com esse capítulo como amostra.

SEGUE LINK DO LIVRO: (https://tinyurl.com/bdexvjcx)

BOA LEITURA!!

           *------------------------------------------------------------------------------------------------------------*

Me reviro na grande cama pela trigésima quinta, ou sexta vez, não sei, parei de contar quando chegou na trigésima, e por fim decido levantar. Caminho até a cozinha o mais lento possível indo até o filtro, encho um copo de água e bebo, só para ocupar o tempo. Tentando vencer o ponteiro do relógio que ganha os segundos, minutos e a mim. Algo que nunca deixei acontecer.

Lembro de antes, acordar de madrugada e me sentir bem nela, no silêncio. Como meu pai me ensinou. Viver bem na solidão, mas hoje. Hoje a solidão grita em desespero para ser resgatada. Digno de pena, o que é ridículo. Não consigo mais achar o Aaron que meu pai deixou para trás antes de morrer. Não consigo resgatá-lo e estou quase podendo afirmar que isso é péssimo.

Está me deixando fraco e vulnerável. Sorrio amargurado para o nada, conseguindo me lembrar perfeitamente da voz de Demetrius me xingando, como se estivesse ao meu lado neste exato momento. "Isso não é uma conduta de um Hyperion Rhyss", "Uma conduta de um homem que herdou um dos maiores impérios do mundo".

Sua voz grita em minha cabeça. Grita que seu império tem que ser comandado por um homem forte e não fraco como eu. Sei que ele diria o mesmo se estivesse vivo e eu não hesitaria em dizer que estava certo. Mas meu lado Hyperion Rhyss, briga com o novo Aaron. Meu lado Hyperion Rhyss não entende que tenho mais um império. E que o império que ele construiu vai ter que ser comandado por esse Aaron que existe agora. Por esse Aaron, que ainda não sei se gosto, mas é o único que tem.

Com um suspiro largo o copo na pia e refaço o caminho para o meu quarto, durante o percurso encontro minha mãe com seu robe de seda preto e lenço também preto enrolado nos cabelos. Parece muito melhor do que a mim vagando na madrugada. Como velhas amigas. Digna de um Rhyss.

— Escutei barulhos na cozinha, imaginei que fosse você— fala. Dou de ombros. — Não está conseguindo dormir? — pergunta entediada. Penso que é melhor ir para a cama, não quero começar uma briga no meio da madrugada.

— Boa noite mãe — desejo, indo em direção ao meu quarto. Ouço seu suspiro atrás de mim.

— Eu pensei que depois de meses você já estaria bem a essa altura. — Suas palavras me fazem tencionar o maxilar com força, estancando no lugar. Não vou fingir que não pensei nisso, contudo Becker vem mais forte do que qualquer pensamento de seguir em frente.

— Eu achei que a essa altura você já teria tirado essa ideia da cabeça.

— Ela é só uma mulher Aaron. Uma qualquer que brincou com você. E você foi fraco se permitindo isso. Porque Becker Norren?

— Porque ela é a mulher que eu amo — digo, contendo minha irritação, mas me viro para ela, vendo-a com feições assustadas.

— Você se tornou tudo o que eu e seu pai não quiséssemos que se tornasse. Está preso em um limbo sem saída. Está se fadando a um amor sem retorno. É isso o que quer para você?

— E você se tornou algo que eu nunca imaginei que se tornaria. Você se tornou a imagem e semelhança dele— digo, apontando para o porta-retrato onde tem a foto de meu pai, que a minha mãe a pouco colocou no aparador do corredor. — E está fadada a solidão profunda. Está amarga só porque não se permite ser amada depois que Demetrius morreu. E quer que eu me torne o que você e ele se tornaram. — Respiro fundo fechando os olhos para me acalmar. — Estou fadado a um amor sem retorno e não me arrependo disso. Ainda quero lutar por ela. E vou conseguir ela de volta. E se eu fosse você não ficaria no meu caminho.

— Não preciso ficar no seu caminho — ela solta esse enigma e eu sinto meu corpo arrepiar. Dou um passo à frente e a seguro pelo braço. Me olhando engole em seco.

— Mãe, eu juro por Deus, eu...— Eu sei que pode ser essa possibilidade. E não é pequena. — Se você tiver alguma coisa a ver com o sumiço de Becker. Nem sei do que sou capaz de fazer. Te deixarei na amargura e sem nada. Porque é isso o que você ama, luxo e ostentação. E vou tirar o que você mais ama, assim como fez comigo— digo, soltando-a. Ela se encolhe no processo dando tropeços para trás.

— Eu não fiz nada. Ela foi embora por conta própria. Lide com isso — completa. Suas palavras são como um tapa em meu rosto, mas não deixo transparecer. Assim viro e sigo meu caminho.

A perdição do cretinoOnde histórias criam vida. Descubra agora