Quando eu já estava na metade do meu sono, sonhei com Tyler, ele estava com a mesma roupa do Shopping e eu estava o admirando de longe e de repente ele veio em minha direção me dando um beijo. Acordei achando que o sonho era realidade, como isso podia acontecer? Eu mal conhecia aquele homem e já estava imaginando improváveis encontros com ele! Que absurdo!
Estiquei meu braço até o criado mudo e peguei o copo d'água que eu havia deixado, bebi até a última gota, e tentei dormir novamente, sem sucesso.
Quando deu 9h17min da manhã levantei-me e estava totalmente exausta pela insônia que tive a noite anterior. Ouvi um alto barulho vindo da cozinha, e logo imaginei o que a minha tia poderia estar fazendo. Me dei conta de que não iria mais conseguir dormir, e decidi ir até o banheiro, escovar os dentes.
Desci as escadas de chão de madeira até a cozinha e me deparei com minha tia produzindo um grande café da manhã com direito a panqueca e torrada com geleia indiana.
-Está animada tia? -perguntei tentando descobrir algo.
-Só estou de bem com a vida. -disse ela toda entusiasmada.
-Então ta.
Sentei-me na cadeira para aproveitar o café, quando não me segurei e fiz uma pergunta um tanto quanto indiscreta.
- Você está namorando escondido Rose?
-perguntei sem vergonha.
-Porque você está me fazendo esta pergunta? -disse ela espantada.
-Só estou querendo saber mais de você.
-Claro que não, se eu estivesse você saberia. -disse ela tentando convencer.
-Hum...
-Depois que seu tio morreu eu não tenho mais tempo para homem nenhum. -disse ela parecendo ser sincera.
-E por que toda essa alegria? A senhora nunca é assim. -disse, tentando descobrir mais alguma coisa.
-Pare de fazer perguntas Amanda, por que você não vai aproveitar o seu último dia de suspensão? -disse ela nervosa.
-Está bem, não vou mais perturbar você, só acho que toda vez que eu quero conversar civilizadamente, não sou correspondida. -disse a ela, já com raiva.
-Não faça drama Amanda, você nunca foi de conversar comigo. -disse ela rebatendo.
-Vou sair, não sei que hora eu vou voltar, assim eu não vou mais te perturbar. -disse sem olhar pra trás e indo em direção a porta.
Quando saí vi o dia nublado e cinzento da grande Carolina do Norte, não fazia esse tempo a muitos anos, eu nem voltei para pegar um casaco, não queria encarar a minha tia sem noção de novo.
Andei pela calçada pensando em algum lugar para eu ir e logo lembrei de Cecília.
Liguei para ela combinando de passar em sua casa. Então peguei a minha Savero Preta toda fosca e fui em direção ao condomínio no Centro da cidade, onde se encontrara a casa de Cecília. No caminho estava ouvindo The Beatles, no meu pen drive tinha várias músicas que eu adorava mais eu nunca conseguia ouvir todas. Havia mais 20km de estrada a fora para percorrer, estava inacreditavelmente animada para contar a minha melhor amiga sobre o "Cara Gato" que eu conhecia no Shopping, eu estava totalmente distraida, não estava prestando a mínima atenção no trânsito quando um impacto sobre o meu carro estragou tudo. Depois do acidente lembro-me de ter ficado desarcodada durante algumas horas, quando me dei conta do que estava acontecendo eu estava em um hospital, as luzes enfraqueciam a pouca energia que eu tinha sobre meu corpo, as minhas pálpebras estavam indiscutivelmente cansadas, eu sentia alguns arrepios e tudo estava se apagando novamente. Acordei ás 20h21min da noite, me sentia melhor, olhei para o lado da porta branca e mesclada de um bege horrível, e lá estava minha tia, com uma cara de raiva e preocupação ao mesmo tempo.
-Quanto tempo eu estou aqui? -perguntei, tentando puxar assunto.
-Faz dois dias que você está internada, os médicos resolveram te deixar de observação, você bateu com a cabeça, estava delirando. -disse ela com a voz tão repugnante e crítica de sempre.
-Rose, eu não sei o que aconteceu comigo, eu estava dirigindo e de repente isso aconteceu....
-Você é uma irresponsável Amanda, será que você nunca vai aprender? -Sempre arranjando problemas, é na escola, na rua, você podia ter matado alguém ou pior você poderia ter morrido... -disse ela com tanta raiva que dava para perceber as veias de seu pescoço saltando.
-Eu já disse que não foi culpa minha, eu estava dirigindo, e quer saber, acho que seria melhor pra você se eu tivesse morrido, desde que meus pais morreram você nunca mais foi a mesma comigo, sempre me criticando, me xingando, você nem gosta de mim, não sei nem porque está aqui. -disse à ela com toda raiva e chateação do mundo. Quando ela estava prestes a responder, alguém abriu a porta, e pude perceber quem era: O médico, provavelmente o "Cara" que estava cuidando de mim durante ás 48 horas horríveis que passei no hospital. Eu estava desejando ouvir que receberia alta e poderia voltar para casa, quando o Dr. Wesley (sabia do nome porque estava gravado na roupa branca dele) começou a falar:
-Eu sinto muito Srt. Simon, mas vai ter que ficar mais um dia aqui, para realizarmos os últimos exames de rotina.
-O que o senhor disse? Eu não vou ficar mais nenhum minuto nesse hospital, eu vou embora para minha casa agora. -disse-lhe tentando dar ordem.
-Ou você fica por bem, ou por mal, são ordens médicas e você não pode descumprir, além do mais sua tia é responsável por você e já assinou todos os relatórios da internação. -disse ele me deixando sem palavras para retrucar.
Depois de toda a discussão com a minha tia e com o Dr. Wesley, todos me deixaram em paz, Já estava botando um plano para sair daquele hospital o quanto antes e então resolvi ligar para Cecília, só ela podia me ajudar. Peguei meu celular debaixo do travesseiro e mandei uma mensagem para ela, assim não chamaria muita atenção. Eu estava me sentindo como o Tom Cruise no filme Missão Impossível. Depois de alguns minutos Cecília me respondeu e então começamos a conversa:
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Da Pretensão ao Amor
RomancePROLOGO "Antes eu via o amor como uma ilusão fictícia, inspirada nas séries e nos filmes de TV. Agora, aos 19 anos consigo perceber que eu estava errada e que o amor pode até ser uma ilusão criada por um um idiota sem noção, mas que a palavra "fict...