Me chamo Melanie, tenho 12 anos, mas todos me chamam de crybaby e eu estou pouco me fodendo pra quem me chama assim. Mas nem sempre foi assim.
TEMPOS ATRÁS
Sim, é muito fácil me fazer chorar, sou uma manteiga derretida e sou muito boazinha - pelo menos é o que meu irmão me diz - não suporto que me precionem isso me deixa mais nervosa ainda. Não sei o que acontece com meus canais lacrimais que não param de vazar fluidos como uma torneira quebrada, eu não quero chorar, mas dai quando me dou conta.
Uma vez eu tinha que apresentar um trabalho de português sobre diferença de linguagem entre o português de Portugal e o do Brasil quando outra vez meus olhos me trollaram.
- É... Então, nem todas as palavra que significam... Ãh... Alguma coisa aqui no Bra-Brasil...
- Vai chorar cry baby!? - Gritou algum menino no fundo da sala.
- Silêncio! Ou querem perder um ponto? - o professor grita de sua messa.
Eu já sinto meus olhos marejando e tento me segurar olhando pra cima e tentando falar sobre as malditas diferenças de linguagem.
- ãh, então - eu respiro fundo - algumas das diferenças são... Ãh... É... O sentido, isso, o sentido das palavras tipo, levar uma injeção, lá ficaria levar uma pica.
Quando terminei de falar isso todos riram inclusive o maldito professor, arrrg, não chore agora, não chore agora Melanie, aguente firme. Não deu quando vi já estavam todos da sala cantando em coro
- CRY BABY,CRY BABY, CRY BABY...
arrrg, pessoas idiotas. Sai correndo da sala para o banheiro e me tranquei em uma das cabines, e chorei mais ainda
- para de chorar, Melanie, para! - eu tento dizer a mim mesma, quando escuto alguém batendo na porta.
- Melanie, Posso falar com você?
Abro a porta ou não? Mas eu nem sei quem é. Enxugo meu rosto com minha farda mesmo e abro a porta.
- Melanie, porquê você saiu daquele jeito da sala? - era a professora de inglês. Ela provavelmente me viu quando sai correndo.
- Então,vai me falar o porquê que você saiu daquele jeito?
- Eles... Eu tava tentando apresentar... Mais eles riram. - e eu já estava chorando de novo. Nem conseguir me explicar eu consigo, que droga!
- Tudo bem querida, quer que eu chame alguém pra te buscar?
Não quero voltar e ser chamada de cry baby outra vez, porém também não quero ir pra casa.
- Professora, se eu te contar uma coisa a senhora promete que não ri?
- Por que eu faria isso?
Eu dou de ombros em resposta
- É que todo mundo me chama de cry baby e eu não sou nenhuma bebê chorona.
- Ora Melanie, sei que o que eu vou falar agora pode parecer clichê, mas é a mais pura verdade. Não ligue para esse garotinhos idiotas - nesse momento eu me espantei um pouco pelo fato da professora falar dos alunos assim - pra falar a verdade eu me vejo em você quando mais nova. Me chamavam de chorona também, e com o tempo eu simplesmente liguei o botão do foda-se e não me importei mais com a opinião deles.
- obrigada professora.
Talvez ela esteja certa, porque eu deveria me importar com esses idiotas. Mas é mais complicado do que parece não ligar para eles.
-Ah, e Melanie, não conte o que eu te contei pra ninguém principalmente o palavrão. - ela falou rindo e dando uma piscadinha pra mim.
- Eu não teria pra quem contar de todo jeito mesmo.
- E você vai arrumar amigos não se preocupe.Quando ela saiu do banheiro lavei meu rosto e fiquei esperando até tocar o sinal da troca de aula para ter tempo de me acalmar, vai ser um pouco difícil não ligar para os outros, mas vou tentar seguir os conselhos dela. Quando eu iria imaginar que o que um adulto fala pode dar certo.
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Cry Baby [Em Edição]
Mystery / ThrillerInspirado no livro e nas músicas da Melanie Martinez do album Cry Baby