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Sarada foi apresentada a Inojin quando ambos tinham meses de vida. Era o regresso de Sasuke e Sakura à Konoha depois de uma longa viagem. Nesta viagem Sarada foi concebida e nasceu, apertando o bonito laço amoroso entre seus pais. Um presente divino, de fato.

Não que as duas criaturinhas soubessem, mas era tão bonita a visão dos dois esticando suas gorduchas mãozinhas e tentando agarrar um a roupa do outro. Algo que fazia as suas mamães orgulhosas sorrirem satisfeitas e seus papais suspirarem preocupados. Os pequenos obviamente não estavam firmando relacionamento, mas zelo nunca é demais, é?

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Quatro primaveras depois, Sarada estava acompanhada de seus pais em um passeio pelo monte dos kages e observava seu papa, com um semblante tenso, brincar com alguns fios de cabelo de sua mama e sussurrar algo ao qual ela respondeu com um sorriso quebrantado. Quando a menina desviou o olhar da cena íntima, viu o filho da melhor amiga da sua mãe desenhar, escorado em um poste, com carvão em um caderninho azul.

A menina só conseguia associá-lo com um Sol de um dia nublado, com um fim de tarde frio, com uma despedida.

Coincidência ou não, despedida era o que estampava o rosto do seu papa quando beijou-lhe a testa ao dizer lhe boa noite ao colocá-la na cama.

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Aos seis anos, a pequena Uchiha só conseguia achar que seu companheiro de classe Uzumaki Boruto era um completo zero à esquerda. Barulhento, mimado e provocador.

Definitivamente ela não entendia porque garotos eram sempre tão grosseiros e perguntava-se o quão parecido com todos os homens era o seu pai. Pai era uma palavra de gosto acre para a garotinha, queria tanto saber sobre ele e não obtinha informação alguma. Sua mãe, embora fosse seu maior alicerce, não esclarecia coisas sobre aquele homem emblemático em sua vida como menina gostaria. Era tão frustrante!

Divagando em suas próprias angústias, sequer notou uma bifurcação no caminho. O resultado foi joelhos ralados e seus óculos, presenteados por alguém que sua mãe definiu como um amigo que estava distante, no chão.

"Desastrada, shannaro!"

Tateando pela rua, a vista embaçada tentando localizar o seu bem perdido, ela ouviu passos. Torcia pra não ser um dos detestáveis alunos da classe acima, os idiotas viviam implicando consigo.

Alguém pegou seus óculos, a menina começou a ofegar pedindo mentalmente que não fosse alguém com más intenções, sabia o básico de luta ensinado pela mãe, mas sem os óculos estava em clara desvantagem. Prendeu a respiração quando foi erguida pelo tal alguém que estava com seus óculos.

Sarada sentiu um cheiro suave, mas bem característico, como o de um solvente mesclado a algo mais. A pessoa em questão pegou sua mão esquerda e depositou os óculos nela. Aliviada, a garota pôde então visualizar o seu ajudante, era Inojin.

— Não é seguro andar distraída por aí, Sarada-san.

— D-e-esculpa, Inojin-kun. — sem graça, a menina completou: — Eu agradeço.

O menino sorriu miúdo:

— Não há de quê. Bem, preciso ir. Até amanhã, Sarada-san. — Até, Inojin-kun.

A garotinha só conseguia pensar em como o Yamanaka era uma exceção da regra sobre os meninos grosseiros.

Naquela tarde, Sakura ouviu sua filha falar sobre um garoto em particular durante o almoço. Entretanto, ele não era o Boruto.

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A Uchiha tinha nove anos quando stalkear Boruto tornou-se um hábito. Ela nem sabia porque o fazia. Talvez fosse para entender mais de si mesma através da relação do loirinho com o pai, o Nanadaime Hokage.

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⏰ Última atualização: Feb 08, 2016 ⏰

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