In My Dreams - N.H

Capítulo II - Velha Infância

As pessoas têm uma ideia errada da imagem de uma criança. As vezes, elas podem ser bem cruéis.
Foram dias e tanto, que passaram rápido como um piscar de olhos. Ártemis era, como os demais disseram, rígida e intolerante. Seus treinamentos já começaram pesados no primeiro dia. Incluíam passar debaixo de cercas de arame farpado pela lama (praticamente uma ordem para comer terra, já que segurávamos rifles e as cercas eram baixas, então não nos movimentávamos muito bem) dentre outras coisas um pouco piores.
Porém, sempre que alguém não conseguia, ela mesma cuidava dos primeiros socorros, parabenizava-o pelo esforço com um grande e doce sorriso, exatamente como Hinata faria.
Eu ainda não entendia o porque desse sonho. Li em algum lugar que eles são interpretações dos nossos medos ou soluções para problemas, então o que era aquilo? Bom... de qualquer forma, meus sonhos nunca têm sentido ou solução alguma.
Durante os intervalos, descobri através de conversas com Nagisa (Sasuke com nome de mulher, hihi) que eu era Namikaze Gou, filho de um dos antigos capitães daquele quartel. Aparentemente, eu adorava armas medievais e quase sempre levava uma espada com a imagem uma raposa cravada na lâmina (espada essa que eu realmente tinha, a apelidara de Kurama) a conflitos diretos. Poupando-os de detalhes irrelevantes: Namikaze Gou era foda (igual a mim).
Em um desses descansos, recostei-me em uma árvore, fechando os olhos e pensando no quanto estava tudo incrível e não queria acordar.
Mas de nada serviu. Quando abri os olhos, estava cercado por neve e algumas árvores a mais do que antes. "Ótimo!" pensei. "Outro sonho."
A apenas quatro metros de onde eu estava, um menino loiro em um balanço encarava o chão e apertava as cordas com força. De algum modo, eu reconhecia aquela cena.
Você é um monstro., ouvi uma voz um tanto aguda dizer ao longe. O menino pareceu ouvir também, pois correu na direção dela. Por instinto, o segui e vi três garotos em uma rodinha, provavelmente a pessoa que fora chamada de monstro estava no centro.

HEY! Disse o menino loiro O QUE PENSAM QUE ESTÃO FAZENDO? Quando os três ouviram, a roda se dispersou e pude ver uma garotinha encolhida, abraçando as pernas. Não conseguia ver seu rosto, apenas os cabelos azulados e o corpo trêmulo.
E por acaso é da sua conta, pivete? Prestei bem atenção nos três e também senti que eram familiares para mim.
COM QUEM ACHAM QUE ESTÃO FALANDO? Gritou o menor EU SOU UZUMAKI NARUTO, O FUTURO PRESIDENTE DO JAPÃO!
- Mas o que... - Murmurei. Agora sabia de onde conhecia aquilo.
Eu tinha sete anos quando aquilo aconteceu. Meu sonho sempre foi esse: ser presidente do Japão e mudar tudo o que há de ruim. Mas ninguém nunca acreditou nisso. Claro que ainda persisto e estudo o máximo para conseguir isso.
Aquela foi a primeira vez que apanhei por tentar ajudar alguém (houveram várias outras até que eu fizesse algo).
Eu apenas assistia a cena, sem conseguir me mexer. Era doloroso pensar no que eles teriam feito à menina se eu não tivesse chegado naquele dia.
Quando finalmente acabou, eu estava jogado no chão, ferido e com vários hematomas, o cachecol que tinha na época estava rasgado perto dela. E ela, bem... paralisada, chorando ainda.
Logo eu levantei, olhei, triste, o cachecol e me aproximei da garota.
Oe, você tá bem? Perguntei e ela assentiu, encarando-me. Porque eles te chamaram de monstro?
P-por ca-causa dos meus olhos. Ela tinha o rosto redondo, as bochechas fartas e os olhos... Brancos? Eles disseram que eu era anormal e um demônio.
Bom... Disse eu Eu discordo. Eles são bonitos.
A garota, corada, desviou o olhar e viu o tecido destruído no chão.
S-seu cachecol...
Tudo bem. Dei de ombros e me levantei. Tenho que ir agora. Comecei a correr SE CUIDA, 'TTEBAYO! Gritei.
Reviver aquilo em terceira pessoa parecia pior do que estar lá, apanhando. Era só uma criança!
Ela continuou lá, encarando o cachecol rasgado, até ouvir uma voz masculina chamar.
HINATA! VAI SE ATRASAR PARA O JANTAR!
JÁ VOU, TOU-SAN! Ela apanhou a peça e correu na direção da voz.
Eu estava estático. A palavra Hinata ecoava em minha mente.
Eu já não sabia se aquilo era mesmo um sonho ou uma lembrança do meu subconsciente.
"Será?" Ponderava. Aquilo poderia realmente significar que eu já a conhecia desde muito antes do que achava que o fazia.
♥♥♥
Bom, esse é o segundo capítulo e eu, particularmente, gostei. Mas preciso que me digam o que gostaram e o que não gostaram, pra poder melhorar ;-)
Ps: A fic vai ser curtinha, estourando uns doze capítulos.
Beijos quentes da Lokinha_Do_Deserto!
♥♥♥