Resgate parte 1: O cajado.

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Todos estavam em seus sacos de dormir. Lillih, Ana, Lorena estávamos apenas fingindo que estávamos dormindo, até todos dormirem para nós começarmos o resgate. Estavam com os olhos abertos olhando para o vulcão, coloco a mão no bolso e sinto o mapa que Mari me dera para acharmos Nivia. Ouço uns passos vindos à minha direção, fecho os olhos e simulo roncos.

­– Acorda! – Era Renata.

– O que foi? – Fingi que acordei assustando, bocejando e tudo mais. – Onde você estava?

– Não importa agora. Eu quero ir com vocês, eu tive uma visão de você conversando com a Ana. Vocês vão invadir o castelo, não vão? – Perguntou Renata.

– Não vamos mais, nós desistimos, é muito perigoso. – Menti e voltei a deitar e fechei os olhos.

– Eu vi vocês com o cajado na mão também!

– Então vamos conseguir? – Levantei rápido, animado e assustado.

– Não sei – Respondeu ela com um sorriso – Mas eu sei que vocês vão e eu vou junto.

– Não acredito que você me enganou!

– Vamos salvar a Nivia também?

– Acho que sim.

Jean se levanta, e tenta não fazer barulho enquanto caminha em nossa direção.

– Eu ouvi que vocês vão salvar a Nivia, não adianta falar que não que eu vou. – Disse ele saindo dali e indo em direção ao vulcão.

– Vamos também antes que mais alguém invente de ir, era para ser uma missão sigilosa. – Disse para Renata.

Nós nos levantamos. Eu podia ouvir uns roncos, não estava apenas o nosso grupo, tinha mais pessoas da resistência ali, eu diria umas quinze pessoas. Quando quase saindo eu sinto alguém segurando meu ombro. Era Rob. Ele ia me falar algo, mas eu o impedi, o puxei e sai dali antes que mais alguém resolvesse acordar para ir conosco.

Eu, Renata e Rob caminhavam ao encontro de Lillih, Lorena e Ana, que já estavam acordadas, Jean já estava com elas. Escuto passos de uma pessoa correndo em minha direção. "Mais um pessoa, que beleza, vou acordar todos para irem juntos", pensei. Era Mika.

– Rob e Renata, vão à frente, eu a impeço. – Disse. Eles correram.

– Olha Mika...

Tentei falar, mas ela já havia se jogado para cima de mim me dando um beijo na boca. Eu correspondi. Ela me afasta dela com vergonha, colocou uma mecha de cabelo atrás da orelha. Ela olhava para baixo, meio tímida, arrependida, confusa e triste.

– Aconteceu alguma coisa? – Perguntei, esquecendo que ela havia me beijado.

– Eu não sei, estou confusa. Eu e João estamos estranhos desde que eu voltei. É como se ele tivesse magoado com algo, ele não para de citar seu nome. Desde que você me salvou e também todas as vezes que você se preocupava comigo. Eu não sei explicar. Eu acho que estou gostando de você. Eu não sei. – Tentou-se explicar Mika, com lágrimas escorrendo o seu rosto.

– Preciso que você volte e cuide dos outros. – Disse colocando a mão no ombro dela.

– Você vai ficar bem? – Perguntou ela secando as lágrimas.

– Vai dar tudo certo, todos vão voltar para casa.

– Me desculpe pelo beijo, é que...

Antes que ela pudesse terminar, eu a puxei para perto e dei outro beijo nela. Foi uma sensação boa com exceção do gosto salgado das lágrimas dela. Eu a soltei e dei um sorriso correndo para os outros. Ela acenou com a mão abrindo com pequeno sorriso.

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