Other side

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Camila POV

Quando Mark anunciou que a médica estava aqui, o mínimo que eu esperava encontrar era uma mulher tão jovem. Dinah Hansen era bem feita e muito bonita. Ela tinha cabelos loiros encaracolados, enquanto seus olhos brilhavam com um castanho escuro, sendo quase tão negro quanto os meus e a cor de sua pele era um pouco mais escura do que a minha.

Minha mente estava começando a ter algumas dúvidas sobre sua capacidade mental, porque desde que ela tinha entrado no quarto não tinha dito uma palavra, mas, sobretudo porque a menina não tinha tirado os olhos de mim. Talvez ela jogasse no mesmo lado que eu, e é por isso que ficava olhando para mim, afinal de contas eu ainda era bonita e quente. Mas depois da morte de Lauren, minha mente não reagia a qualquer atração física ou emocional com ninguém fora do meu círculo estabelecido de amigos.

Eu não tinha feito sexo em mais de sete anos.

Eu ri internamente, se alguém viesse me dizer há 10 anos que eu, Camila Cabello, a ortopedista mais sexy em todo o país, tinha perdido o gosto por sexo antes dos quarenta, eu teria rido na sua cara, ou quem sabe, talvez eu teria quebrado alguns ossos. Mas agora eu estava aqui, jovem, lésbica e viúva lutando pela vida do meu filho, um filho que me mantinha viva, a única razão pela qual eu ainda existia depois de ter perdido quase tudo.

- Dinah? – a voz de Mark interrompeu meus pensamentos, ao que parece ele também tinha notado seu repentino estado de choque. Ela me olhou por alguns segundos, antes de transformar o rosto surpreso em um profissional e, finalmente, apertando a mão que eu tinha estendido a ela.

- Lamento Dra. Cabello, eu não tive a intenção de me desligar desse jeito. – ela sorriu pela primeira desde que tinha chegado e meu coração afundou quando vi as covinhas que se formaram em seu rosto jovem, eram lindas, mas nenhuma jamais superaria as de Lauren. – Eu sou a Dra. Dinah Hansen, e juntamente com a Dra. McPerk, estarei cuidado do caso de seu filho.

- Por favor, enquanto eu estiver nessa sala não serei uma médica, para que nos entendamos melhor pode me chamar de Camila. – eu lhe dei o meu melhor sorriso e notei que seus olhos se abriram um pouco mais do que o normal.

- Ok então, Camila, você também tem todo o direito de me chamar de Dinah.

- Mami? – alívio me inundou novamente ao perceber que voz do meu filho estava livre de dor. Coloquei meu melhor sorriso e virei-me em sua direção.

- Sim, querido? – perguntei ao lutar contra as lágrimas que eu deixei ir enquanto ele estava dormindo.

- Ella es muy linda. – ele disse em perfeito espanhol enquanto se inclinava um pouco na cama para conseguir olhar melhor a Dinah, que estava atrás de mim revisando o quatro do meu menino. – Si le pregunto, crees que ella quiera ser mi novia? – ele perguntou na mesma língua, não querendo passar vergonha na frente dela. Meu filho sempre falava em espanhol quando ele queria conversar em particular comigo e estávamos na frente de estranhos.

Tinha sido ideia de Lauren que nossos filhos lidassem com ambas as línguas com perfeição porque de acordo com ela, nunca seria inútil ter uma vantagem sobre os outros. Uma nova onda de tristeza tomou conta de mim quando me lembrei das privadas aulas de espanhol que eu costumava dar a minha esposa antes de perdê-la em um sangrento acidente de carro.

Mark soltou uma gargalhada embora ele não entendesse espanhol; ele era capaz de ler o rosto do meu filho melhor do que ninguém. Isso só me confirmou que eu não poderia ter escolhido um melhor padrinho para Daniel.

Dinah terminou de ler a carta e olhou para mim com um sorriso divertido, afirmando que ela tinha entendido o que Danny havia dito. Ela colocou a carta na cama e virou para o meu filho com um sorriso.

Remember MeOnde histórias criam vida. Descubra agora