only because that stupid

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Aquilo era constrangedor para mim. Eu normalmente não tenho problemas com o espartilho, afinal o meu querido estrupício *cof, cof*, digo, subordinado costuma me ajudar, mas desta vez foi diferente.
Eu estava no meu quarto esperando que aquele pivete chegasse para me ajudar, afinal, haviam me convidado para um passeio e eu precisava estar mais bonita o possível, mas aquele bakamono não apareceu. Faltavam apenas alguns minutos para a hora combinada e eu ainda estava apenas com o roupão cobrindo meu corpo.
Sentia vontade de chorar. Pela primeira vez em anos, em anos, alguém havia me convidado para algo e - aquele maldito loiro estragou tudo! - pensei com os olhos já marejados e caminhando em direção ao banheiro. Se não estivesse como uma perfeita dama eu não iria a lugar nenhum. Eu já estava com a mão sobre a torneira quando ouvi alguém dando leves batidas na porta. Naquele momento eu me virei, corria até a porta e com os olhos fechados comecei um sermão para Ronald.
"seu maldito pivete, você prometeu me ajudar com isso hoje e..." me interrompi ao abrir os olhos e me deparar com Wiru. Ele estava confuso, era possível se ver em seus olhos. Eu engoli em seco, "naa... Wiru-chan.. gomene" disse à ele com a cabeça baixa, já me preparando para a surra que ele iria me dar. "Sutcliff... o que houve?" perguntou ele. Fiquei pasma - ele realmente não irá me bater? - estranhei. "Grell Sutcliff! Diga-me, porque choras?" falou ele com tom irritado, mas mantendo aquela expressão gélida. Foi quando me dei conta das lágrimas escorrendo pelo meu rosto. "Não Wiru, você não deveria me ver assim! Por favor, vá embora" supliquei cobrindo meu rosto. - Eu devo ter começado a chorar sem ter me dado conta - pensei correndo até o banheiro. "Sutcliff?" chamou-me ele pelo outro lado da porta.
"vá embora!" mandei. - Aquele maldito pirralho, isso é tudo culpa dele - vociferei em minha mente. "Sutcliff, eu... (ele suspirou audivelmente) quero lhe ajudar, então me ajude a te ajudar" certo aquilo estava estranho. Primeiro ele não havia me surrado e agora queria me ajudar?! "Quem é você e o que fez com William Taylor Spears?" gritei para ele. "tsc, Grell... se não quer minha ajuda apenas diga" falou ríspido. Eu fiquei quieto. Agora era definitivo que eu estava na vida errada, Wiru me chamou pelo meu nome... pelo meu nome! Eu poderia morrer agora e estaria feliz. "Vai continuar me ignorando? (ele esperou um instante e eu continuei em silencio) certo(bufou) isso que dá querer ajudar alguém!" resmungou, com sua voz se tornando distante. Eu decidi me levantar e abrir a porta, talvez eu devesse aceitar a ajuda dele.
"Espere Wiru!" chamei me encolhendo em meus ombros. "O que é Sutcliff?" disse ele virando-se para mim. Eu arrumei minha postura "eu... tinha um "encontro" hoje" contei, segurando meu indicador. "Porque todo esse circo?" perguntou ele. Eu lhe expliquei sobre Ronald e por fim ele disse: "Eu o ajudarei então, agora, vista aquele corpete" e foi o que eu fiz. Vesti uma camisola leve, para que ele não me visse nua, e por cima o espartilho, virando-me para que ele o apertasse. "Bem apertado viu Wiru!" adverti segurando meus cabelos para que não ficassem presos por acidente. Wiru começou a puxar e repuxar, puxar e repuxar, até o momento em que ele apoiou se pé esquerdo em mim, puxando pela ultima vez as cordas e lhes dando um nó firme.
"Sabe...Grell..." ele soltou as amarras e se sentou na minha cama, eu fiz o mesmo e esperei ele falar "você não precisa de alguém que te deseje por estar dentro de um espartilho...(fez uma pausa) você precisa de alguém que... te ame pelo que é..." aquilo pareceu gentil da parte dele, mas "Pelo que eu sou, você diz... Mas sabe e pensa que eu sou uma... aberração" fraquejei.
"Aberração... Sutcliff... você não é uma aberração, só é... diferente" falou ele, desviando o olhar, mas soando sincero. "Eu adoraria acreditar em você William, mas quem, em sã consciência, gostaria disto" disse, indicando a mim mesmo. "Não sei se há sanidade quando o tema discutido é o amor..." ele se aproximou mais de mim, respirando contra meu rosto, deixando-me sem ação "mas se for preciso estar insano para lhe amar... eu já estou alienado à ti" declarou, selando seus lábios nos meus.
Precisei de alguns instantes para processar o que estava acontecendo. William estava me beijando? William estava me beijando... William estava me beijando!
Ah e aquele beijo... bem... ele se prolongou mais alguns minutos antes de William descesse-o pelo meu pescoço e outras áreas mais sensíveis. Apesar de minhas convenções(e das dele), não o parei e nós tivemos a primeira(de muitas outras) noites juntos.
Fim.

Apenas uma, de muitas noitesOnde histórias criam vida. Descubra agora