Prólogo

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Já estava ficando tarde, eu e Alistair, meu irmão, estávamos na beira da floresta. Dava pra ver as tochas do Vilarejo acendendo, e as pessoas adentrando em suas casas. Não se ouvia nada, a não ser o silêncio do vento se arrastando pela copa das árvores. A nossa frente, saindo da floresta tinha uma clareira, e do outro lado se encontrava o nosso pequeno Vilarejo.
Pouco a pouco a noite chegava e a floresta vai ficando sombria e perigosa.
- Melhor voltar agora, mamãe não gosta que cheguemos tarde. - Diz Alistair olhando para o céu.

- É verdade, vamos logo que estou começando a me assustar. - Digo enquanto vou chutando uma pedrinha em meio a imensidão de árvores que nos cerca.

Então, caminhamos em direção à clareira. Não demoramos muito e já chegamos na entrada. Olho para trás e a floresta começa a me chamar, vozes saem da sombria floresta, cada vez mais altas, o vento ficara mais forte de repente e as árvores ficam inquietas.

- Alistair, se apresse, vamos! - Digo puxando-o pelo braço, começamos a correr, quando um borrão passa pelas nossas cabeças nos jogando no chão. Olhamos para o céu e vemos as supostas criaturas das histórias que nosso pai costumava nos contar passar uma atrás da outra em direção do vilarejo de onde moramos.

-Ei, silêncio! - Digo enquanto observo todas aquelas criaturas passarem.

Após todas aquelas aberrações, passarem por nós, pegamos uma trilha para nossa casa que só eu e o Alistair conhecemos.

- Oque foi? - Digo sem entender oque estava acontecendo.

-Como isso é possível? Quer dizer, são só histórias certo?-Digo olhando para Alistair tão assustado que nem consigo me mover direito.

-Shh! Olha pra frente. -Disse Alistair apontando para uma daquelas criaturas parada bem na nossa frente.

-Pelo visto não são simples histórias para assustar crianças.

-Ele me responde fazendo um sinal para parar com uma das mãos.
Eu percebo o plano de Alistair e faço um sinal de pronto com a cabeça, ele retribui com o mesmo sinal e grita: - Ei coisa feia, olhe aqui !
E foi como o planejado, a criatura com asas avançou com tudo e Alistair correu em minha direção dando espaço para eu atirar uma pedra bem na cabeça daquela coisa fazendo-a cair no chão, corremos o mais rápido que pudemos, enquanto a criatura ainda retomava os sentidos, quando começamos a ver o vilarejo, nosso pai apareceu dando um tiro com seu revólver prata acertando bem no meio da boca do monstro deixando enorme buraco onde era para ser o maxilar.

-venham, entrem na casa! -Disse nosso pai olhando em volta em busca de mais algum daqueles monstros.

- Oque são aquelas coisas pai? Se parecem com as histórias que você nos conta quando saímos para caçar. - Perguntou Alistair entrando na casa e pegando uma faca que estava encima da mesa.

- Não só parece como são. São bruxas, a nossa sorte é que são recém nascidas, se não fosse por isso, não estaríamos vivos agora. - Disse nosso pai, me entregando uma de suas facas

- Mas nas histórias que você conta, sempre tem alguma bruxa mais forte comandando as outras, certo? - Digo torcendo para que ele diga não, mas fomos interrompidos por um forte barulho vindo da porta.

- Se escondam! - sussurrou nosso pai puxando a trava do revolver e se escondendo ao lado da porta.

No exato momento que ele disse isso, o oque eu temia aconteceu,
uma bruxa diferente de todas as outras entra na casa quebrando a porta, antes que meu pai tivesse qualquer reação, ela corta seu braço esquerdo com suas garras gigantes, essa bruxa tinha os olhos totalmente vermelhos e era um pouco maior que as outras que vimos na floresta.
Eu e Alistair corremos para cima da bruxa, mas o esforço foi em vão, ela empurrou Alistair fazendo-o cair encima da mesa onde estava escondida nossa mãe, e se virou para mim, quando ela ia me atacar, meu pai com o resto de força que ele ainda tinha, usou seu braço direito para enfiar a faca de Alistair no ombro da bruxa, impedindo-a de me atacar e me dando tempo de correr e me esconder com minha mãe e meu irmão Alistair.

Enfurecida pelo ferimento, a bruxa dos olhos vermelhos soltou um grito, e mais 2 bruxas normais entraram na casa com o seu chamado. Elas mutilaram o corpo de nosso pai com suas garras e vieram em nossa direção com suas garras pingando sangue e um sorriso psicótico no rosto.
Eu estava pálido e não sabia o que fazer, era nosso fim. Alistair retomou a consciência, ele sempre pensa rápido e toma as decisões lógicas, olhou em volta mas agora não dava mais para pensar, estavam perto demais. Alistair pegou um jarro de vinho que estava do seu lado e quebrou na cabeça de uma das bruxas fazedo-a cambalear para trás, pegou o castiçal na mesa ao lado e gritou: -Athanasi, não ta na hora de pensar na vida, me ajuda aqui!
Sacudi a cabeça, apertei a faca na minha mão direita e corri pas cima da bruxa que estava caída no chão toda molhada de vinho, sem pensar duas vezes enfiei minha faca no lado esquerdo do peito da bruxa matando-a imediatamente. Quando ia me levantar fui atacado pelas costas, mas Alistair acertou a bruxa na cabeça com seu castiçal salvando minha pele.
- Você não pensa mesmo né? - ele disse estendendo a mão para me ajudar a levantar.
A bruxa dos olhos vermelhos tentou fugir mas peguei o revólver do meu pai e dei um tiro na sua asa esquerda, fazendo-a cair na floresta e fugir apé. Estava me preparando para correr atrás dela, mas Alistair colocou o braço na minha frente e disse: - Deixa ela ir, precisamos de um lugar para ficar a noite não vou conseguir dormir aqui mais.

A Era das BruxasOnde histórias criam vida. Descubra agora