As horas foram se passando, e chegara a minha hora. Eu conversaria com Thomaz por alguns minutos. Infelizmente. Será que eu atirei pedra na cruz?
Respirei fundo indo contra todos meus princípios, e fomos para o quarto ter a tão esperada conversa. Não pude conter de revirar os olhos.
— Oi - ele dizia, cínico com um sorriso estampado no rosto.
— Que seja! — Respondo, cansada.
— Eu não sabia que você era uma das minhas tietes. — Provocou.
— Você se acha muito, sabia? — Indaguei.
— Então por que se inscreveu na minha oficina quando se tinha outras? — Ele ergue as sobrancelhas.
— Simples, minha melhor amiga me implorou já que ela precisa de notas absurdamente altas. Eu entrei, mas desejo de todo o coração que você escolha outros participantes, e então a Cris vai poder continuar aqui. Ela precisa de você, eu não.
— Isso é instigante, eu não pretendo manter na minha oficina alguém que me odeia. — Responde.
Em todos esses anos, essa é a primeira coisa inteligente que sai da boca dele.
— Nem eu faria isso se fosse você — O incentivo — Por favor, me expulse do comitê! — Disse em tom de deboche.
Ele apenas me encarou por alguns segundos, levantou-se, e voltou para a sala, fazendo daquela a conversa mais rápida da noite.
— Eu já escolhi, caros candidatos — Ele anuncia, eu fito o chão, porque já sei que não irei entrar. Para que serve tanta formalidade? Quem ele acha que é?
— Cece, você tá dentro — Ele diz e a menina sorri — Cris, parabéns você conseguiu! — Cristal quase tem um troço, eu escondo um sorriso, mas continuo a olhar o chão — E Katherine — Eu naquele momento o olho assustada sem entender o motivo de meu nome ter sido pronunciado na sua boca - Boa sorte as candidatas!
Eu arregalo os olhos, e Cristal comemora, cantarolando.
— Você vê, a sorte está mudando para o nosso lado! — Ela quase grita e me enche de abraço e beijo.
— Êh! — Digo, com desanimo, e seguida seguro suas mãos — Mas apesar de tudo, estou muito feliz por você.
— Obrigada, amiga! Sempre soube que conseguiríamos. Somos uma dupla imbatível.
Eu não pude deixar de dar risada. Mas apesar de ser engraçado, era verdade. Somos mesmo imbatíveis quando estamos juntas. Cristal é doce e amiga, mas sabe viver a vida como ninguém. Já eu sou meio grosseira e as vezes impaciente, mas tenho receio de encarar certos desafios. Então somos a balança uma da outra. Aprendemos a nos equilibrar de acordo com a necessidade de cada uma.
Vou em direção a Thomaz, e seguro seu braço de leve.
— O que diabos foi isso? - interroguei.
— O quê? - Thomaz pergunta, se fazendo de confuso.
- Isso! Me escolher, você tá louco? - Indago. — O que estava pensando?
— Sabe o que é gatinha, é que eu acho que pode ser interessante ver você fazer o que eu mando.
Eu cerro os olhos. Ele não perde por esperar. Se quer me fazer de fantoche, saberá que certamente não me conhece de verdade. Caso conhecesse saberia que ninguém manda em mim. E eu não faço nada que eu não esteja inteira e completamente disposta a fazer.
Algo me dizia que este não era o caso.
— Mas não está nas regras que vou te obedecer em tudo — Falo, irritada.
— "Eu odeio as regras, por isso não as obedeço ". — Ele parafraseou o que eu disse no ato da entrevista e usou contra mim para me aborrecer.
Não dava pra acreditar!
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ROMANCE 007
Roman pour AdolescentsTudo re(começa) quando Katherine entra para o 3° ano do ensino médio, e precisa fazer dupla com o garoto mais irritante do colégio na opinião dela: Thomaz Maison. 06/11/2015