Todos são pecadores

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Continuei a estudar o caso, buscar pontas soltas, mas nada se encaixava, até que de repente os sinos da cidade bateram, eram exatamente 15:00 , eu achei estranho, sai para fora e não encontrei mais ninguém, como se todos tivessem sido abduzidos por alienígenas, o que a essa altura já não me parecia tão impossível.

- Olá Josh... Josh Marston - Disse um homem se aquecendo em uma lata com fogo em um beco.

- Você... você e o homem de ontem, não pensei que você fosse um mendigo - Respondi indelicadamente.

-Vejo que se lembra de mim, ainda que seja apenas pela minha aparência hedionda- Exclamou o homem. - Eu não disse por mal, só... Enfim, onde estão todos? - Perguntei logo, querendo encerrar o assunto.

- É uma tradição dessa gente, o horário 15:00, eles acreditam que a este horário os demônios são liberados a terra, então eles se dirigem a igreja e ficam até as 16:00, orando e rezando, para que seu deus os livre dos demônios - Disse o homem tomando o que parecia ser uma sopa em uma lata de feijão.

-Entendo, bom você não me disse seu nome nem se mora por aqui! - Exclamei, desta vez não havia pessoas por perto para tirarem minha atenção e me fazer perde-lo de vista, pois para mim, aquele homem sabia de coisas que eu precisava saber.

- Você tem razão, devo-lhe explicações... - Dizia o homem até ser interrompido por um grito de terror vindo do centro da cidade que ecoou por todo bairro, assustado ignorei o homem mais uma vez e me dirigi até o local de onde vinham os gritos,ao chegar me deparei com uma cena grotesca e inexplicável, havia um garoto que aparentava ter dezoito anos amarrado a uma cruz totalmente carbonizado, um fedor horrível exalava entre as ruas, haviam pessoas chorando e outras cochichando sobre o possível retorno do assassino, o cheiro era insuportável, mas algo caído próximo ao corpo me chamou atenção, mesmo não aguentando o cheiro me aproximei e peguei o que parecia ser um medalhão "isso deve ter alguma ligação com o outro assassinato" pensei, após pegar o medalhão sai do local sem que ninguém percebesse, voltei ao beco mas o homem já não estava lá, então decidi que seria mais sábio retornar ao hotel. "Dois amuletos diferentes, pessoas diferentes, mortes diferentes, mas o mesmo assassino, tenho que encontrar uma ligação entre eles, talvez assim possa encontrar o assassino" pensei comigo mesmo, levantei-me insatisfeito e fui até a delegacia, na expectativa de descobrir algo.

-Boa tarde senhores! - Cumprimentei os guardas que ali se encontravam em conversa com um homem.

-Desculpe Sr. Marston, não posso atende-lo, estou ocupado como pode ver - Exclamou o guarda nervoso.

-Não pretendo lhe atrapalhar soldado, quero apenas ter uma conversa com seu capitão, ele se encontra? - Perguntei modestamente. - Siga-me! - Respondeu amargamente.

-Senhor, Marston está a sua procura! - Disse ele entrando na sala do capitão, embora fosse uma sala fechada, era possível ouvir os sussurros. - Mande-o entrar - Pude ouvir.

-Ele está o aguardando - Respondeu o guarda a mim, voltando a seus afazeres!

-Boa tarde Cap. Pulear, não quero tomar-lhe seu tão precioso tempo, mas você provavelmente soube do ocorrido hoje mais cedo, e bom eu encontrei algo que realmente chamou a atenção... Em um dos corpos eu encontrei um amuleto antigo,nesse corpo encontrei outro amuleto, são diferentes, podem não ter nenhuma ligação, mas não podemos descartar nenhuma possibilidade - Exclamei com total convicção.

-Posso ver o medalhão? - Exclamou o policial - Sim, como não! - Retruquei colocando o medalhão sobre a mesa, ele então soltou risos hediondos sobre minha cara.- Qual a graça Capitão? - Perguntei indignado.

- Esse medalhão, ele simboliza um antigo grupo fascista, jovens idiotas que saem durante a noite para blasfemar contra Deus, usar drogas, fazer orgias,nada que você tenha que se preocupar detetive, a única ligação existente entre esses dois... Talvez seja o sexo - Disse ele caindo em risos dentro de seu escritório.

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