Estava num espécie de beco mal iluminado. Minha respiração estava acelerada, tentava correr mas minhas pernas não respondiam ao meu comando. Estava desesperada.
Andei para trás lentamente, mas ainda olhando para a entrada do beco, eu não sabia o que era aquilo que tentou falar comigo, mas também não quero saber.
Ele apareceu na entrada do beco, não podia ver seu rosto, a única coisa visível nele era as asas extremamente negras, mas, lindas.
Me encolhi na parede que denunciava fim do beco, não tinha para onde eu fugir, estava sem saída, ele se aproximava mais de mim. Lágrimas de desespero caiam sem cessar.
- Não tenha medo, Liz...
- Quem... Quem é você? - balbucio
- Não posso...
- Me deixe!
- Sua tia... Ela não esta bem... É muito difícil ela sobreviver... Só vai depender de você...
Dito isso, ele se foi voando com suas asas negras. Tentei chama-lo mas foi em vão.
°°°
Acordo ofegante, e com desespero.Olho para os lados e estou no meu quarto. Oliver estava ao meu lado me olhando assustado.
- Como foi o sonho? - ele perguntou. Mas como ele sabe que eu sonhei com algo importante? Ah, deve saber pois eu acordei assustada...
- E-eu não sei exatamente... - falei, já sentindo que iria chorar
- Ligaram do hospital onde sua tia esta... - Oli falou com sua expressão triste
- Oh meu deus! - comecei à chorar - Minha tia morreu? O cara do sonho estava certo... - falei desesperada sem saber o que aconteceu
- Não! Sua tia não morreu! - ele me abraçou
- Então, o que foi que aconteceu?
- Ela só teve uma piora...
Chorei ainda mais, e se minha tia morresse? Eu não teria mais motivos para viver!
- Oliver, me leva para para o hospital agora? - pedi
Ele assentiu e me levou ate o carro dele.
Quando descemos a escada, vi que Bia estava na sala falando no telefone. Ela estava chorando? Ah, sera que aconteceu...
- Vamos para o hospital agora!!! - ela falou desesperada
- Bia, o que aconteceu? - gritei entre os soluços
- Agora! - ela falou chorando
Fomos para o carro do Oli e nos dirigimos para o hospital. Oli passou por vários sinais vermelhos, já estava à 100km/h. Eu estava com medo.
Mas gracas à deus, chegamos seguros no hospital.
Fui correndo para o quarto onde minha tia estava, o médico e vários enfermeiros estavam no quarto, já senti meu coração apertado.
- O que aconteceu?
- Querida, as chances de sua tia sobreviver é de quase zero... - o medico falou - E agora essas chances diminuíram ainda mais... Bem, como você é a única parente dela, cabe à você decidir se os aparelhos que mantém ela viva continuam ligados...
- E-eu não sei... - falei soluçando - Me dê um prazo para dá a resposta...
- Você tem vinte dias. - o médico respondeu
Fiz que sim com a cabeça.
Perguntei ao medico se eu poderia ver como minha tia estava, ele deixou e saiu do quarto onde ela estava me deixando sozinha com ela.
Tia Ruth estava pálida, muito diferente de como ela era. Em seu rosto, não se encontrava mais o brilho que costumava conter quando ela sorria. Sua expressão era de alguém cansado, triste.
Me ajoelhei do lado dela e passei a mão no rosto dela, não pude conter as lagrimas que insistiam em cair.
- Tia, eu vou tentar fazer a melhor escolha pra você...
A olhei pela ultima vez e depositei um beijo na sua testa.
Sai do quarto chorando e fui para onde Oli e Bia estavam.
Bia foi quem me abraçou primeiro.
Fomos de volta pra casa, no caminho, nenhuma palavra foi dita no carro. O único som que faziam era o som do carro que estava ligado em uma música dos anos 80.
Ao chegar em casa, me sentei no sofá junto com Bia e Oli.
- Eu sonhei hoje com... Um anjo, ele disse que minha tia não estava bem, e que é muito difícil ela sobreviver... - falei chorando - E que só dependia de mim...
Oliver pediu licença e saiu. Ficou só eu e a Bia.
- E, Bia, foi isso que aconteceu... - falei
- E você viu o rosto do beco anjo? - Bia perguntou curiosa
- Não, só o que eu vi foi uma par de asas negras e uma silhueta masculina.
- Estranho...
- Eu sei! - concordei - Ainda estou muito intrigada com isso...
- Vou preparar algo pra você comer, você ainda não comeu nada hoje.
Bia saiu para a cozinha e eu fiquei só.
Senti um vento frio, olhei para a janela e não acredito no que vi.
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Hey!