Capítulo 0 - O Início

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7 de Novembro de 2015 - Sejam bem-vindos à minha vida!

Não sei o que me aconteceu hoje, só sei que senti uma enorme necessidade de abrir as caixas esquecidas que tenho no fundo do armário. Em parte pela curiosidade que senti, em parte pela minha faceta organizada, pus-me à procura do passado e encontrei uma caixa roxa com uma borboleta em cima de muitas outras. Hoje, em vez de organizar roupa ou livros, foi tempo de organizar a minha história. Naquelas caixas (que ainda são algumas) vivem as minhas memórias, desde as mais antigas às mais recentes. Decidi começar pelo montão de fotografias e, depois de percorrê-las uma a uma, coloquei-as em álbuns. Bem, talvez nem todas... confesso que não sei o que fazer com algumas. No entanto, decidi colocá-las no fundo da caixa de onde as tinha tirado, e passei à frente.

Olhei para os cadernos empilhados - pequenos diários que sempre escrevi tanto na adolescência como agora na vida adulta. É uma excelente forma de desabafar tudo o sinto... que está completamente desorganizado dentro de mim. Reflito e tento encontrar alguma ordem no meio de toda aquela confusão. Sim, quem diria que sou organizada e até tenho sentimentos e emoções! Para além disso com o diário, não preciso de arranjar uma pessoa que tenha a paciência para me ouvir ou que esteja acordada a horas indecentes. A caneta e o papel estão sempre prontos para isso. Já para não dizer que ninguém me vê em estados lastimáveis, com o rímel a correr pela cara ou então como uma bomba, prestes a explodir. Nem sempre fui assim, mas cada vez mais as folhas brancas são um refúgio. Nos meus diários está registado tudo aquilo que senti e vivi num dado momento da minha vida. Talvez por isso é que os tenho guardados. Neles, encontram-se todas as lutas que pareciam ser impossíveis de suportar na altura mas que, como tudo na vida, passaram.

No folhear de alguns cadernos, veio-me à mente a ideia de retirar as páginas mais marcantes da minha vida e fazer algo novo. Um género de livro de recortes. É incrível como ainda tenho ideias que me vêm à cabeça... criam logo asas e começam a voar! Houve tempos em que impulsividade era o meu nome do meio. É por isso que agora obrigo-me a parar e pensar, mas neste caso pareceu-me seguro avançar com a minha ideia repentina. Afinal de contas, o espaço estava controlado. :)

Decidi começar hoje! Talvez assim, ao analisar estas páginas, possa deslindar as questões que ficaram por responder e os sentimentos que ficaram por arrumar. Só me resta algo a dizer, sejam bem-vindos à minha vida!


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