- Maggie, saia já desse carro.- Não posso.
- Por favor...
- O que foi dessa vez? - Walt pergunta.
- Preciso de um cigarro.
Maggie, Walt e eu estamos sentados dentro do carro de Maggie, que está estacionado num beco sem saída, na rua do Tommy. Estamos parados ali há pelo menos 15 minutos, porque Maggie é paranóica com multidões e se recusa a sair do carro quando vamos a festas. Por outro lado, ela tem o melhor carro. É um Cadillac gigante que bebe gasolina à beça, onde cabem umas nove pessoas. E tem som estéreo quadrifônico é um porta-luvas cheio de cigarros da mãe dela.
- Você já fumou três cigarros.
- Não estou me sentindo bem. - geme Maggie.
- Talvez estivesse melhor se não tivesse fumado todos aqueles cigarros de uma vez. - digo, perguntando-me se a mãe de Maggie repara que, toda vez que a filha devolve o carro, estão falando cerca de cem cigarros. Perguntei isso a Maggie uma vez, mas ela apenas revirou os olhos e disse que sua mãe era tão desligada que não notaria se uma bomba explodisse dentro de casa. - Vamos lá. - incentivo. - Você sabe que só está com medo.
Ela me olha feio:
- Nem sequer fomos convidados pra vir nessa festa.
- Nem fomos convidados a não vir. Então isso significa que fomos convidados.
- Não suporto Tommy Brewster. - murmura ela, e cruza os braços.
- Desde quando você precisa gostar de alguém para ir à sua festa? - lembra Walt. Maggie o encara e Walt se inclina para sair do carro. - Para mim já chega. Vou entrar.
- Eu também. - digo subitamente. Nos escorregamos para fora do carro. Maggie nos olha através do pára-brisa e acende outro cigarro. Então, enfaticamente, tranca todas as quatro portas.
Faço uma careta.
- Quer que eu fique com ela?
- Quer mesmo ficar sentada no carro a noite toda?
- Na verdade, não.
- Nem eu. - diz Walt. - E não tenho planos de aturar essa situação ridícula pelo resto do último ano da escola.
Fico surpresa com a veemência de Walt. Ele normalmente tolera as neuroses de Maggie sem reclamar.
- Quero dizer, o que pode acontecer com ela? - Ele acrescenta. - Dar ré em cima de uma árvore?
- Tem razão. - digo enquanto olho em volta. - Não tem nenhuma árvore por aqui.
Começamos a subir a rua até a casa do Tommy. A única coisa boa sobre Castlebury é que, mesmo sendo chata, é linda à sua própria maneira. Até aqui, nesse condomínio novo em folha, onde mal existem árvores, a trama dos jardins é verde e brilhante, a rua é como uma fita negra esticada, o ar é quente e a lua está cheia. Seu brilho ilumina as casas e os campos ao redor da cidade; em outubro, eles estarão cheios de abóboras.
- Você é Maggie andam tendo problemas?
- Eu não sei. - diz Walt. - Ela está um grande pé no saco. Não consigo entender o que há de errado com ela. A gente costumava se divertir.
- Talvez seja uma fase.
- Ela está passando por essa fase o verão inteiro. E não é como se eu não tivesse meus próprios problemas para me preocupar.
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Os diários de Carrie
RomanceAntes de Sex and the City, Carrie era uma simples garota do interior...que sabia muito bem aonde queria chegar. Mas, para conseguir tudo isso, ela precisa enfrentar o início da vida adulta. Até esse momento, Carrie e suas amigas sempre foram insepar...