"Algumas coisas acontecem sem razão para nos trazer a razão"
Acordei cedo com o despertador, e estiquei meu braço para desliga-lo, fiquei mais um tempo deitada pensando se levantava ou não. Me sentei na cama e fiquei amaldiçoando a pessoa que criou a escola e ainda mais a escola de manhã. Nunca aprendo nada, sempre estou cansada demais pra isso.Mas por fim acabei levantando, tomei meu banho e lavei os cabelos, o que com o passar do tempo vi que foi uma má idéia pois ventava muito. Vesti um jeans de coz alto, um all star, uma blusa com aquelas golas canoas e um casaco turquesa por cima. Papai dizia-me que combinava com meus olhos. Fui para a frente do espelho e peguei uma escova.
Mirei os arranhões na minha testa, e uma lágrima quente desceu pela minha bochecha.
Odiava ter aqueles ataques, odiava ter que me ferir. Odiava sentir uma turbilhão de coisas e ser julgada, nunca vou contar o que realmente aconteceu. Sempre que apareco com a testa arranhada culpo os gatos, ou sonhos mas o real motivo é minha esquizofrenia, desenvolvida após a morte da minha mãe, nunca tive um ataque perto das pessoas, só o tenho quando estou realmente estressada e as vozes vem, eu arranho minha testa numa tentaiva falha de abrir minha cabeça e tirar as vezes de lá, patético. Eu era patética, tentar ser feliz era patético, a vida era patética.Penteei meus cabelos cacheados e passei um pouco de creme, prendi uma parte do meu cabelo e deixei o resto solto, aquilo caia-me bem. Passei base no rosto, os arranhões ardiam, porém eu colocava na minha cabeça que ficaria menos pior, eu estava absolutamente enganada.
Não passei pó, nunca gostei, passei um batom vermelho o que se destacava muito porque minha pele era muito branca, peguei minha bolsa e finalmente desci as escadas.Fui para a cozinha e vi meu pai, meu melhor amigo comendo torradas. Sorri para ele e beijei sua bochecha enquanto dizia bom dia, me sentei à sua frente e fiquei viajando no meu mundinho, onde eu seria feliz.
- Está linda com a testa toda arranhada - caçoou. Abaixei a cabeça com os olhos cheios de lágrimas, aquilo me magoou.
Levantei sem dar ouvidos e joguei minha bolsa sobre os ombros e fui para a escola.
Barbara, a amiga da minha melhor amiga, Caroline que morava um quarteirão antes da escola estava me esperando na frente da sua casa. Ela bateu os olhos na minha testa e depois sorriu, abriu os braços e me abraçou porém não retribui.
- Bom dia. - sussurrou. Assenti com a cabeça quando ela me soltou.
Seguíamos para a escola em silêncio, pelo menos eu estava em silêncio, ela não parava de falar.
- Tenho uma pessoa que você precisa conhecer. - Disse, animada.
- QUE? - cobri a testa - Eu estou horrivel.
- É uma menina - relachei um pouco.
- Ah sim - assenti - Lá na escola?
- Sim, ela é nova lá - carne nova.
- Seja boazinha.
- Quando é que não sou boazinha?
Ela revirou os olhos.
[...]
Chegamos na escola uns quinze ou dez minutos depois, Caroline nos esperava encostada no muro, conversava com uma garota desconhecida. Segurei a mão da Barbara.
- Me empresta uma touca? - sussurrei.
- Só tenho essa - disse referindo-se para a toca que usava.
- Eu. Estou. Com. A. Testa. Mutilada. - falei apertando seu braço, ela tirou a toca e colocou a toca na minha cabeça.
- Vagabunda. - sussrrou.
Continuamos andando ate Caroline nos ver, ela correu pra nós fazendo a garota se virar. Ela era espetacular, me senti humilhada, totalmente.
Ela me deu um beijo na bochecha e logo olhou pra toca aflita, concordei com a cabeça confirmando seus pensamentos e ela me olhou triste.- Isabela, vem cá - ela se aproximou imponente de nós, ergui os ombros não me deixando intimidar, eu era conhecida por ser corajosa, e então é isso que irei ser.
- Bela, essa é a Bonnie, "BomBom", como preferir. Minha melhor amiga.
- Bonniezinha, essa é a Isa, uma amiga nossa, ela se mudou pra cá semana passada e pensamos que bem... Vocês gostariam de ser amigas.
Encarei Isabela nos seus olhos castanhos escuros.
- Seja bem vinda ao nosso inferno particular.
- Tá. - ela desviou o olhar de mim, sem ao menos prestar atenção.
Avistei Diego, meu melhor amigo de longe e gritei "O filho da puta, me espera"
- Com licença. - Passei sem olhar na cara dela, aquela arrogante e fui me juntar com Diego e seus amigos, eles me faziam rir quando eu estava mal.
Isabela POVs
Quando a vi de longe já notei algo de diferente nela, ela era especial, de certa forma. Mas eu gostava de Barbara e sempre deixei isso bem claro. Ela foi gentil comigo, tentou ser engraçada mas não dei moral. Meu foco era outro.
Ela pareceu magoada e foi se juntar com os amigos. Logo Caroline foi se juntar com ela deixando Barbara e eu a sós.- Por que foi grossa com ela? Vocês se dariam bem juntas, tem tudo a ver.
- Tá tentando dar uma de cupido? Eu gosto de você, e nada que você fizer irá mudar isso. - Falei firme e a deixei sozinha, sai pisando duro, aquilo realmente me magoou.
Eu não queria saber de outras, ela era meu foco, eu sabia que não a amava mas também não sabia porque eu não desistia. Talvez, por nunca encontrar algo melhor e não vai ser dessa vez por causa da tal Bonnie, que irei me desligar dela, escreva o que eu estou dizendo.
×××××××Notas da autora×××××××
Esse é meu primeiro livro então desculpem-me se tiver muito amadorismo.
Sei que este capítulo está ruim, vou tentar melhorar.
Comente ai se gostou e quer que eu continue.
Obrigada por ler!
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Orange || Lesbian
Teen FictionUm imã para problemas, Bonnie McCoy, que sempre se interessou por rapazes, se vê num beco sem saída quando conhece Isabela Drick, uma garota poderosa, arrogante e extraordinariamente sexy. Bonnie sempre foi ensinada que o amor está acima de todas as...