O Casamento

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- Maxon o que você faria nessa situação?

Meu pai me pergunta quando percebe que eu não estou prestando a devida atenção no novo projeto de lei que ele quer implantar no país. Eu só lembrava que não gostava por que não iria beneficiar as pessoas que realmente precisavam de ajuda então parei de prestar atenção no que ele dizia.

- Eu... Eu acho...

- Você não tem que ACHAR nada garoto! - Bate a mão com força na mesa me fazendo pular na cadeira de susto. - Será que não consegue gerir um problema tão simples?

- Desculpe pai.

- Pare de se desculpar e comece a agir. Você será o próximo rei pelo amor de Deus!

E ele sai resmungando pela porta me deixando sozinho na sala. Como sempre. Mas eu não quero mais ficar sozinho... Entro em desespero. Não quero. Pai...

- Calma querido, você nunca mais vai ficar sozinho.

Minha mãe acaricia meus cabelos. E me olha sorrindo.

- Por mais que não estejamos mais aqui você não esta mais sozinho. Tem America com você agora.

America...

Acordo assustado. Olhei para o relógio e ainda era 7 horas.

Foi a primeira vez que sonhei com meus pais depois do que aconteceu.

E eu sentia muita falta de minha mãe. Ela sempre foi uma ótima mãe, sempre me deixava me sujar lá fora, ela quem me deu minha primeira câmera dizendo que era importante guardar bons momentos.

Meu pai também foi um bom pai, no começo, quando eu era bem pequeno me lembro dele me ensinando a desenhar. Sim ele gostava de desenhar. E nos sentávamos no chão do meu quarto e ele espalhava vários lápis de cor pelo chão e fazia desenhos e eu ficava ao seu lado observando e quando ele terminava dava para mim pintar os desenhos e me ensinava como usar as cores e não fazer aquela bagunça que as crianças de 6 ou 7 anos fazem.

Não me lembro do momento em que ele se tornou tão frio, só sei que ele começou a se afastar de mim e começou a me dar aulas de como governar e quando eu e minha mãe riamos de algo bobo que eu fazia ele suspirava e revirava os olhos não rindo mais com a gente. Até o dia em que me bateu e eu soube que ele era diferente do cara que jogava lápis no chão do meu quarto.

Olhei pro relógio e já eram 10 da manhã. Tinha apenas 2 horas para me arrumar para o casamento. Uau! Memórias são estranhas.

Tomei banho, fiz a barba e quando sai do banheiro meu café da manhã já estava em minha mesa e havia um bilhete ao lado.

Era de America.

"Bom dia Príncipe. Vim trazer seu café escondido, mas quando vi que estava no banho ainda percebi o quanto você está atrasado mocinho!

Dormiu até tarde? Queria ter dormido contigo.

Mal vejo a hora de te ver novamente. Serei a mulher de branco ;)

Te amo, America."

Ela esteve aqui escondido por que não podíamos nos ver até o casamento . Ri e percebi que ela havia usado uma das folhas que eu usará para escrever meus votos. Ainda bem que não estava mais lá.

Tomei meu café-da-manhã com calma e então fui me trocar.

Meu traje era uma mistura de terno com uniforme militar. Eu, como todos os príncipes, havia passado um tempo no treinamento da guarda e isso me rendeu algumas medalhas que eu teria que ostentar no lado esquerdo do meu peito. O terno era azul marinho e tinha uma faixa azul mais claro traspassando meu peito. No chão estava um par de sapatos sociais pretos muito bem listrados e em um domo de vidro estava a minha coroa.

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