O Medalhão Perdido [PARADO]

A lenda-Pt.2 (II)

Levantando as mãos em sinal de frustração, o menino olhou para Anui, o seu melhor amigo, e disse:
- Preciso de alguma coisa para poder subir nessa estátua.
Anui, que também tinha seis anos, era um alegre garoto de rosto redondo. Rechonchudo e de natureza boa, estava sempre disposto a seguir Huko em suas aventuras, especialmente se estas envolvessem comida. Os dois eram colegas desde aproximadamente os três anos e, geralmente, podiam ser encontrados juntos.
- Talvez você devesse deixar isso para lá. -sugeriu Anui. Ele não queria se meter em problema.
- Por que deveria? - disse Huko, praticando sua voz de rei. - Quando eu for rei, o medalhão será meu. Tenho o direito de usá-lo.
- Mas você não vai se meter em problema? - preocupou-se Anui.
- Quando as pessoas o virem se curvarão e me respeitarão, assim como fazem com meu pai. - insistiu Huko.
- Mas...
- Pare de falar, Anui! - gritou Huko. - Ajude-me a pensar em um modo de alcançá-lo.
- Você poderia subir em minhas costas. - ofereceu Anui.
- Bom ideia!
- Anui se abaixou, mas seu cabelo escuro balançava sobre seu rosto e escondia seus olhos castanhos; logo, era impossível para ele observar o progresso do amigo. Huko subiu nos ombros de Anui com cuidado. Encostando-se na lateral da estátua, ele lentamente esticou-se o máximo possível.
- Espere um momento! Acho que agora consivo alcançá-lo. - disse Huko, espiando ao redor para certificar-se de que qualquer pessoa o estivesse observando. Como não viu ninguém, rapidamente apanhou o medalhão e pulou. Apertando o tesouro firmemente contra seu magro tórax, ele saiu em disparado pela selva para encontrar um lugar onde pudesse desfrutar de seu prêmio em secreto. Anui seguia-o ofegante.