A lenda-Pt.2 (I)

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Mais tarde, naquela mesma manhã...

O sol subiu mais alto no céu para o lado leste, brilhando alegremente sobre a ilha Aumakua. Brisas lentas e tropicais sopravam pelo vilarejo, espalhando o aroma dos abacaxis e das mangas maduros da selva vizinha. As cachoeiras desaguavam festivamente à distância, proporcionando música àquele paraíso.

Agora, o centro da ilha estava deserto. Depois de o perigo ter passado, os moradores retornaram à vida cotidiana. Enquanto os adultos trabalhavam, as crianças nadavam nas águas frias e claras embaixo de uma serena cachoeira. Tudo estava em paz.

No coração do povoado, uma ave bem vermelha voou e pousou sobre o ombro da estátua. Contraindo suas asas, pôs-se em pé e altiva, como se estivesse protegendo o medalhão, mas apenas por um momento. Um instante depois, uma pequena mão o espantou dali.

— Pássaro estúpido.— disse uma voz infantil.— Não estou interessado em você.

A mão e voz pertenciam a Huko, o filho alto e magro, de seis anos de idade, do rei Kieli. Com cabelos escuros encaracolados e olhos castanhos, ele parecia uma versão mais nova de seu pai, exceto pelo fato de a bondade do rosto do rei ter sido substituída pelo orgulho e pela arrogância presentes em seu herdeiro. Nesse momento em particular, o semblante de Huko estava repleto de determinação, enquanto pulava repetidas vezes, tentando alcançar o medalhão.

O Medalhão Perdido [PARADO]Onde histórias criam vida. Descubra agora