POV's Sayuri.
Mal consegui abrir meus olhos, minha visão estava totalmente turva, só sentia aquela dor tomar meu corpo por inteiro, minha pele latejava, meu braço ardia como fogo, sentia que cada músculo estava necessitando de um descanso. Minha visão estava voltando aos poucos, mas eu tinha medo, medo de acordar, medo de tudo acontecer outra vez, gritos, correria, insegurança, tudo isso dominar minha mente e sentir apenas vontade de fechar os olhos e nunca mais abrir-los. Não conseguia me mover, minha visão não me ajudava, mas com os olhos semicerrados conseguia ver, aquele azul destacado no meio de toda aquela imagem desfocada se formando aos poucos até dar um lindo par de olhos azuis.
- Ei? –A voz falhada e rouca ecoa pelo local onde estava, que por sinal, não fazia idéia de onde era.
Não conseguia falar, não conseguia me mover, eu ao menos enxergava direito para me comunicar, então apenas observava, queria saber onde estava e o que estava acontecendo, sendo que, a ultima coisa que me lembro, eu estava correndo em desespero, ou melhor, fugindo.
- Ela acordou? Finalmente. –A voz ecoa outra vez, mas desta vez era diferente, uma voz mais grossa e rouca.
Estava conseguindo enxergar direito e aos poucos conseguia me mover, então consegui ver, em minha frente tinha um homem, grande, com expressão séria no rosto olhando diretamente para mim, fazendo meu corpo estremecer, ele me olhava com uma frieza que dava pra sentir de longe, era como se eu tivesse fazendo algo de errado. Virei o rosto lentamente e vi aquele par de olhos azuis outra vez, mas desta vez com uma resolução melhor, com os cabelos loiros escurecidos e bagunçados, a pele branca e juvenil, seu sorriso tímido que surgiu dos seus lábios que me confortou, conforto, ah, eu precisava daquilo.
- Está bem? Consegue me ouvir? –Diz o mesmo, com uma voz calma e tranqüila me olhando preocupado da cabeça aos pés.
- Parece uma estatua, não fala, não se mexe. –Aquele mesmo homem de antes fala sério, me olhando com reprovação, o que eu tinha feito pra ele?
- Calma, ela está se recuperando, ou você acha que ela vai sair pulando daqui depois de ter levado uma bala de raspão no braço? –O par de olhos azuis disse em reprovação, como o olhar dele, o que me deixou intrigada, não queria que eles brigassem, ainda mais na minha frente.
- Ah sim, gostaria muito que ela saísse pulando, pois assim seria um problema a menos, não acha? –A voz se engrossou mais ainda me dando calafrios.
Fui me levantando aos poucos, devagar, tentando impedir que eles brigassem mais ainda.
- O-onde estou? –Resmunguei olhando para todos os lados, tentando analisar a situação onde estava.
- Em um hotel, deite outra vez se levantar agora pode fazer mal, melhor ficar em repouso –O garoto disse naquele tom calmo e tranqüilo outra vez, colocando a mão em meu ombro e me afastando para trás.
- Não precisa dessa frescura toda, na verdade, não é permitido essa frescura toda, estamos em um apocalipse e você acha que temos tempo pra repouso? E não adianta falar que ela esta machucadinha por que eu também já estive na mesma situação e continuei batalhando por minha vida, se a princesinha ai quiser viver ela tem que levantar e acordar pra vida –Ele despejou tudo isso em minha frente, me olhando com frieza outra vez, fazendo eu me encolher naquela cama barulhenta, por que ele era assim? O que eu tinha feito para aquele rapaz?
- Deixa a garota em paz, ela não te fez nada, ela apenas precisa de repouso! Quem está com frescura aqui é você que não quer deixar ela descansar por algumas horas, não vê que ela esta machucada? Se esteve na mesma situação por que não se cuidou? Por que não quis, eu sim penso antes de fazer meus atos –Aquela mesma voz calma e doce engrossa em frente daquele rapaz com a expressão seria estampada no rosto.
- Parem, chega! –Digo com a voz falhada tentando impedir que aquilo continuasse.
O rapaz saiu do quarto batendo os pés fortemente no chão com aquela mesma cara de raiva, ao pensar que tudo aquilo foi por minha causa.. e olha que eu nem sei onde estou, quem são estes e o que está acontecendo, ou o que aconteceu.
- Me desculpe por isso. –Aquela voz doce e tranqüila voltou a ecoar pelo quarto. Ele ainda estava no quarto, sentado em um banco, ao meu lado.
- O que aconteceu? Quem são vocês? –Falei em murmúrio enquanto olhava todo aquele quarto.
- Calma, bom.. meu nome é Rafael, aquele é meu amigo, Lucas, te achamos machucada nesse hotel, nesse quarto –Ele falou sem jeito, como se estivesse chateado– Cuidamos do seu ferimento e você dormiu durante algumas horas.
- Que!? Isso é sério? Espera.. vocês são sobreviventes? –Fiquei boquiaberta ao saber de tudo, e saber.. deles.
- Sim, somos. –Ele abriu um sorriso sincero em seus lábios.
- Mas.. como? Eu achei que era a única, e como eu não lembro de nada? Como eu fiz esse machucado? –Digo apontando para o ferimento no meu braço direito– Eu só lembro que eu estava fugindo .. pra mim eu já estava morta –Engulo seco e penso novamente no que tinha acontecido antes, a fuga.
- Parece que foi bala perdida, mas isso não importa, você está bem, isso realmente que é importante –Ele mudou de assunto rapidamente- É melhor descansar um pouco, temos que sair do hotel amanhã –Ele desmanchou o sorriso e levantou-se do lugar onde estava sentado
- Pra onde eu vou quando me recuperar? E o resto da historia? Me explique, vai me deixar aqui sozinha sem explicação do que aconteceu comigo mesma? –Finalmente consegui aumentar o volume da minha voz, olhando o tal indo apagar a luz.
- Chega! Apenas durma, por mim você ficava com a gente, mas isso quem resolve é o Lucas, eu realmente não sei o que aconteceu com você, já contei a minha parte da historia, agora, novamente, vá dormir e não teime –Ele também aumentou o volume da voz, apagou a luz e saiu do quarto, me deixando lá perdida, sem ter o que fazer.
Queria tanto lembrar do que aconteceu alguns minutos antes da fuga, mas acho que aquilo não importava tanto agora, o que importava mesmo era o que eles iriam fazer comigo, o que ia acontecer a partir de agora que encontrei outros de mim, eles seriam capazes de simplesmente me abandonar e continuar? Eu não queria atrapalhar, mas eu precisava de ajuda.. mas os dois pareciam que não estavam oferecendo ajuda a ninguém, então é melhor eu continuar a tentar achar a saída, a tão preciosa saída desse problema.
Resolvi fazer o que o mesmo mandou, me deitei do jeito que me confortava, puxei um lençol velho rasgado que tinha no topo dos meus pés até cobrir todo meu corpo e finalmente esperei em que o sono viesse
Amanhã é outro dia, outras soluções.
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Oi :v
Desculpa pela demora pro cap, desculpa mesm auehuaehua.
Espero que gostem, bj bj
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Apocalypse.
Romance“Irei te proteger a cada passo que der, irei te assegurar com minhas palavras, irei te dar minha confiança, e mais importante, irei pensar em você a cada momento, por que assim você não estará sozinha” = Romance/Terror =