The Iron Prince(ss)

Robert

Eu estava terminando de arrumar os preparativos para minha viagem a Anchor, que era o reino vizinho que ficava ao sul ,quando...

-Príncipe Robert, o rei solicita sua presença na sala do trono.

-Ahhh , olá Pierre,diga-lhe que já estou à caminho .

-Sinto muito alteza, porém rei Karlos solicita-lhe agora.Queira me acompanhar.

-Tudo bem ,vamos.

O acompanhei até a sala do trono que era, por si só , grande o suficiente para acomodar toda uma corte,embora hoje estivesse com somente quatro membros da guarda pessoal de meu pai e um conselheiro ao lado de um mais que magnífico trono de prata, onde prostrado sobre ele havia um homem, meu pai, com sua estatura imponente e rosto sério, cujos cabelos -castanhos escuros iguais aos meus - contrastavam com sua belíssima coroa de ouro ornamental -porém é aí que nossas semelhanças se findavam,ele tinha a pele pálida e olhos azuis ,já eu, possuo pele mais bronzeada, coisa que adquiri nas muitas horas de treinamento com a guarda real que fui obrigado a ter, afinal, um príncipe tem três únicos objetivos: garantir a linhagem, ser clamado pelo seu povo e obedecer o seu rei. E não preciso nem dizer que meu pai fez questão de que eu soubesse manejar uma espada, e como ele mesmo diz, o treinamento significa o homem, além de me garantir a lealdade do exército já que sofreria e sangraria ao seu lado.
Evitei encarar seu olhar, não queria lembrá-lo da única coisa que ainda o ligava a minha mãe, a rainha Elisa, que adoeceu muitos anos antes, me deixando apenas olhos caramelos iguais aos seus como lembrança.

Pude notar que ele usava seu traje formal para audições de assuntos importantes do reino - vermelhas com detalhes de ouro, cores de nossa casa,os Wairon - juntamente ao manto negro que costumava usar, e pelo que pude notar da inquietação dos guardas, não fazia muito tempo que seus acessores haviam saído, de como que estava com um péssimo humor.

-Vejo que já está vestido para sua jornada - disse passando os olhos por minhas roupas de viajem e por fim pousando em minha espada,presa em meu quadril.

-Sim papai, na verdade já estava de saída - agora ele me encarava com um olhar gélido.

-Não creio que seja recomendado para um príncipe sair sozinho sem escolta ,ainda mais se tratando de um dos herdeiros Wairon, o maior reino já visto neste continente! Ainda mais um tão jovem e tolo que claramente está despreparado para tamanha jornada.

E com isso, não tive como me conter, e apesar de saber que mais tarde me arrependeria disso, resolvi enfrentá-lo, o que não pode ser uma boa escolha visto que ele tem o poder de tornar minha vida bem difícil simplesmente por querer

- Porém se o príncipe Herdeiro não puder tomar conta nem do próprio nariz, não acho que não estará preparado pra cuidar quem dirá de um reino inteiro!- se isso era uma competição de teimosia e de orgulho acho que certamente não acabaríamos tão cedo.

-Se te consideras tão corajoso assim meu filho, então não vou ser eu a tentar impedir que parta, vá, prove seu valor, conquiste seu próprio território, faça seu nome assim como eu fiz o meu, e será digno de ser meu herdeiro, porém não me venha pedir ajuda quando fracassar e acredite no que esse velho e experiente rei lhe diz, você vai. Você cresceu neste castelo e acha que o mundo se resume a isso, mas veja, aqui todos lhe obedecem, todos estão prontos pra lhe servir, mas lá fora não é assim, o mundo é perigoso, mas se acha que podes, se acha que é capaz, então vá, reivindique seu próprio reino, faça tuas escolhas e deixe que elas lhe levem pelo difícil caminho que decidiu levar.

Sabia que em partes ele estava certo, sabia que no fundo só queria me proteger de me desapontar comigo mesmo e desapontar os outros junto disso nessa minha aventura infantil, mas ele não sabia quão importante era pra mim, quão dedicado estava a isso a ponto de não ligar para as consequências, o que fez com que não me detivesse de sair pisando duro de lá antes que minhas lágrimas escorressem.
Eu não fracassaria,eu sei que sou capaz, me dediquei a vida toda a isso. Sei que conseguiria e conquistaria meu próprio reino, construiria minha própria grande história, bardos entoariam canções de minhas vitórias e seria amado pelo meu povo e conhecido tanto quanto meu pai era. Mesmo que para isso tivesse que ir eu mesmo para aquele reino decrépito e conquistá-lo de dentro.
Mesmo que para isso tivesse de conquistar a confiança da princesa Lissandra, Anchor seria meu e faria o que fosse preciso para concluir minha missão, nem que tivesse de morrer para isso!