Capítulo 12: A orientação

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Foi um dia comum de aula, as três sempre se estranhando, e falando mal uma da outra pelas costas. Até que chegou a hora do almoço, as três foram até a sala da orientação conversar com a orientadora. Quando ela aparece na porta e diz:

-Olá meninas! Sou a Sra. Toretto, e sou eu quem vai conversar com vocês. Acho que deveríamos nos apresentar uma a outra não? Você é? – diz ela com a mão estendida para Jill, que logo retribuiu o gesto e disse:

-Jill Lewis senhora. É um prazer conhecê-la.

-O prazer é todo meu! E você é? –diz ela apontando a mão estendida para Rebecca, que olha com desprezo e responde:

-Rebecca Hills, e não precisa ter contato comigo.

-Desculpe então. E você... Olá Kira. - diz a senhorita Toretto com cara de decepção.

-E aí Shirley?

-Já disse pra não me chamar pelo nome Kira.

-Desculpa aí! Tava com saudades de mim né? Pergunta Kira rindo.

-Você veio semana passada, nem preciso mais fazer sua ficha de consulta. Você vem tanto aqui que eu fiz várias copias de uma ficha antiga. É sempre o mesmo motivo.

-Pois é.- diz Kira.

Fizeram-se uns segundos de silêncio, até que a sra. Toretto se pronuncia:

-Quem vem primeiro?

Silêncio novamente.

-Ok. Venha você Rebecca.

Rebecca a seguiu e entrou na sala, na hora que a porta se fechou Kira disse:

-Que bom. Não queria ficar com essa fresca.

Jill olha para ela e diz:

-Vocês não se dão bem mesmo não é?

-Nem um pouco. Nós estudamos juntas desde a quarta série. E no dia que eu conheci ela, eu roubei o lanche dela e a empurrei na lama.

-Caramba. E porque fez isso?- pergunta Jill curiosa.

-Não sei, é legal. Agora vê se para de falar que eu quero ouvir lá dentro.

-Dá pra escutar?

Kira dá risada e responde:

-Se você for profissional como eu você consegue.

Enquanto isso, do outro lado da porta, Sra. Toretto e Rebecca conversavam:

-Rebecca, por que fez aquilo com a Jill?

-Por que ela me provocou antes.

-Não se deve reagir assim, você deveria ter conversado com ela, ou pelo menos ter esquecido do ocorrido.

-Não vou deixar ela impune do que ela fez!- diz Rebecca dando um soco na mesa.

-Rebecca! Acalme-se! Ela apenas se defendeu!

-Não! Ela tirou a atenção que estava em mim!

-E qual o motivo de você querer tanta atenção assim?

Rebecca olhou para baixo, com os olhos marejados de lágrimas e começou a falar:

-Eu não tenho atenção em casa. Minha mãe trabalha o dia inteiro e meu pai, bem, ele não liga pra mim. Nunca ligou. Ele apenas paga a pensão mensalmente, e paga só para não enfrentar problemas com a justiça, e não por minha causa. - as lágrimas começaram a escorrer pela sua face- Eu tenho tudo o que eu quero em casa, minha mãe tenta me comprar. Ela acha que se ela me der tudo o que eu quero, eu não vou ligar para o fato de ela não me dar atenção. Mas eu ligo! Ligo muito! Eu acabo sendo grossa com os empregados como uma tentativa de ela me notar, mas parece que é impossível! Então eu venho para a escola e ganho atenção de todos aqui e fico bem, fico feliz. Até eu por os pés dentro de casa, onde eu sei que sou invisível. –a Sra. Toretto deu a ela uma caixa com lenços de papel, e ela assuou o nariz e limpou as lágrimas com os lencinhos.

- Você não precisa fazer tudo isso. Obrigada por confiar em mim para me contar isso, sei que não foi fácil. Mas, se sente melhor agora? –Rebecca assentiu com a cabeça- Que bom- Sra. Toretto sorriu, e Rebecca já estava se levantando para sair quando é interrompida- Entretanto, sua falta de atenção em casa não justifica o que você fez com a Jill. Isso foi errado, jamais faça isso de novo.

-Tudo bem Sra. Toretto.

-Agora aguarde lá fora, irei chamar outra garota.

Então, a porta da sala se abriu e a Sra. Toretto disse:

-Sta. Lewis, sua vez.



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