One Choice Can Change Everything

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"My anaconda don't
My anaconda don't
My anaconda don't want none
Unless you got buns, hun.

Oh my Gosh, look at her butt
Oh my Gosh, look at her butt..."

Acordo com meu despertador tocando "Anaconda" Oquê fpi? eu havia dito que não era normal! Os raios solares atormentando meus olhos. As cortinas brancas incrivelmente claras dão a sensação de inexistência. Acordo sem ressaca! SIM SOCIEDADE, realmente um milagre, já que não me lembro da última vez que isso aconteceu, eu sempre bebia pra caralho antes de escolher minha foda da noite, mesmo que fosse no meio da semana. E por falar em foda tenho que atualizar minhas transas fixas, já até cansei do Peter, por mais que ele não fique me enxendo o saco a todo momento para transar com ele, é bom dar uma variada, quem sabe o Quatro não ocupe este posto? Fico um tempo enrolando na cama como faço todos os dias, todos já estão mesmo acostumados com meus atrasos frequentes, depois de uns minutos que me pareceram segundos eu levanto, faço minha higiene matinal, coloco um short jeans curto com uma blusa larguinha branca, escrita "Try it always", acompanhada com uma blusa xadrez de manga longa amarrada na cintura, desço as escadas e vejo meu pai lendo um jornal, batendo o pé no chão como uma evidente demonstração de impaciência, como todos os dias, suspiro.
- Beatrice, atrasada de novo.- diz com a voz dura virando-se pra mim.
Eu o encaro com os ombros rígidos parando no final da escada, nunca tivemos uma relação de pai e filha, tudo que sempre ganhei foram cobranças, sermões e alguns "q bom" sem emoção a cada trabalho de escola que fazia ou nota alta que tirava, após meu treze anos quando Caleb foi para a faculdade eu aprendi a ignorar isso, aprendi a ficar sozinha, por mais que um de meus maiores medos fosse a solidão, eu era a solitária rodeada de pessoas, e ainda sou, pessoas que eu nem mesmo conheço, mas pessoas que me ajudam a encobrir a sensação que foi causada a ser praticamente excluida da família por...
- Beatrice dá pra acordar pra vida?- berra Andrew.
-Bom dia pra você também, pai.- enfatizo a última palavra enquanto o sigo para o carro.
- Beatrice quero conversar com você -diz assim que sento no banco e fecho a porta, lávem bosta- você já tem 18 anos não pode mais ficar agindo como uma criança, acordando sempre em cima da hora, tendo que ser levada para a escola quando na verdade não deveria nem estar nela, saindo com caras que nem conhece e voltando no dia seguinte ou nem isso, você tem que ser responsável.
Aquilo havia realmente me ferido, eu reconheço que em certos momentos eu exagero pra chamar atenção, mas aquilo era algo que eu nunca reconheceria em voz alta, e que ninguém, muito menos ele poderia me dizer.
- Isso soa muito irônico vindo logo de você paizinho, junto com a mamãe, que me rejeitaram, eu nunca entendi porque me ignoravam tanto, e continuo não entendendo mesmo depois de descobrir que desde sempre vocês não me queriam, que fui apenas um ACIDENTE num momento de deslize.
- Beatrice não venha de novo com essa história, você sabe que não foi muito bem isso que aconteceu...
- Ah não? Então todas aquelas caretas que jogavam pra mim enquanto distribuiam sorrisos para o Caleb eram o quê? Aqueles "tanto faz" dados para mim enquanto colavam estrelinhas douradas na testa de Caleb por uma lição terminada?
- Beatrice chega! Não se fala mais nesse assunto por ora, tenho problemas mais importantes pra resolver.
É, MAIS IMPORTANTES DO QUE SUA FILHA- penso, porém não materializo este pensamento. E desejo mais uma vez, dentre tantas outras, que eu não fosse filha dele, que não fosse filha deles. Será que se eu tivesse outra família, seria diferente? Eu seria uma pessoa melhor? Eu não sei, e isso dói, só que dói mais ainda, saber que nunca saberei.

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Bebidas, luzes, neons, álcool, mais luzes, sons, pessoas, músicas, suor, corpos balançando freneticamente, borrões. Esse é o efeito das drogas, borrões, e por mais que sejam borrões ao qual não se pode enxergar através, são borrões incrivelmente reconfortantes. Sim, esse é o efeito das drogas. O tão familiar efeito das drogas.
Quando eu era pequena pensar em ingerir maconha parecia algo totalmente absurdo, porém quando os problemas sobem a cabeça, é difícil resistir a aparentemente única escolha, mas na verdade todos temos uma escolha, no começo, no meio, ou no fim da situação, SEMPRE temos uma escolha, basta apenas querer enxerga-la. Eu não quis enxerga-la. E minha escolha foi horrível. ISSO é ruim... Não... Não é ruim... Isso é bom.



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⏰ Última atualização: Nov 12, 2015 ⏰

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