Capítulo três

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Pela manhã, ao som irritante do meu despertador, acordei frustrada. Tinha sido uma longa noite rolando de um lado para o outro. Raiva me consumia como nunca antes, enquanto minha mente tentava pensar quais eram as verdadeiras intenções de Castle.

Arrastei-me para o banheiro, havia acabado com todos os minutos a mais que tinha enrolado na cama. Precisava de um banho rápido. O que foi bom, já que assim minha mente se ocupou em me ajudar a chegar ao trabalho no horário certo.

Jeans, camiseta e tênis eram minhas opções favoritas, principalmente para dias de atrasos. Minha mãe odiava, pensei rindo. Ela quase enfartava de desgosto quando me via tão básica.

Apesar de aceitar sua ideia absurda de ter um consultório particular para a alta sociedade, ela costumava a dizer que, pelo menos, eu deveria ir mais arrumada ao hospital.

O que não fazia tanta diferença, já que quando chegava lá, trocava minhas roupas por um uniforme feio azul escuro do hospital. Prendia os cabelos e usava tênis.

Gastar meu tempo me arrumando em vez de dormindo era uma grande perca de tempo. Mas não nego que às vezes acordo inspirada para sapatos de saltos e vestidos elegantes.

No entanto, hoje não era um desses dias.

Com impaciência apertei o botão do elevador, estava atrasada e não queria correr o risco de encontrar com Castle.

Que iludida que sou, não é mesmo?

Assim que as portas se abriram, ele se revelou. Suado, sem camisa e com um short levemente caído em seus quadris, o que mostrava a beirada de sua cueca branca.

Tão tentador.

Tão odiosamente tentador.

Sua barriga era tão bonita que pensei que poderia ter sido esculpida a mão pelo melhor escultor do mundo. Trabalhada com músculos firme e algumas marcas de combate, era visível duas cicatrizes de queimadura.

— Bom dia, Swan.

O olhei tentando não mostrar nenhuma emoção.

Entrei no elevador quando ele saiu, apertei o andar da garagem e quando as portas iam se fechar, ele as impediu.

— Precisamos conversar, Swan.

— Agora não.

— Emma — pediu. — Por favor, vamos conversar.

— E o que é tão importante que tem para me falar que não pode esperar? — questiono.

— Me desculpar por ser um idiota.

— Já se desculpou, agora libere o elevador.

— Porra, Swan! Você é tão teimosa.

— Posso ser teimosa, mas não sou idiota! — exclamei. — Se quer falar comigo comece me contando o motivo de me beijar! Acha mesmo que vou acreditar em qualquer besteira? Não sou uma adolescente idiota! O jantar foi somente um pretexto para se aproximar, assim como a perseguição idiota do outro dia enquanto eu tentava correr.

Seu queixo estava travado e seu olhar queimava em uma fúria contida.

— Eu te beijei porque fiz uma aposta com meus amigos naquele dia em que me jogou um balde d'água — confessou.

Não me surpreendi, os homens eram capazes de agir como idiotas, mas estranhamente me senti magoada.

— Sinto muito por agir de forma tão infantil, Swan — disse. — Eu me arrependi no segundo depois que o fiz. A forma que me encarou — balançou a cabeça. — Sinto muito, Swan.

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