– Tom! Tom, acorda! Só você mesmo para dormir no meio de uma festa!
- Eu estava muito cansado.
- Vamos, a mamãe está esperando lá em baixo, ela quer te apresentar às amigas dela, "Meu filhinho que entrou na faculdade de engenharia". - Ela encostou-se à parede e ascendeu um cigarro enquanto esperava Tom se levantar.
- Daqui a um ano é você Vi.
- Eu, na faculdade? Acho bem difícil, e mesmo que aconteça, ela não irá falar sobre mim com a mesma excitação.
- Você se coloca muito pra baixo. - Ele foi até o armário para trocar de blusa.
- Não sou eu que faço isso. - Ela traga o cigarro e continua. - É a vida!
- Já era para você estar na faculdade, está atrasada porque quer.
- O Nerd da família é você. Mas eu nem ligo.
- Eu sim, enquanto você vive sua vida, eu vivo a dela. Isso é um saco.
- Que peninha de você! Vamos descer, antes que ela suba. - Ela apagou o cigarro e os dois saíram juntos. Ao apontarem na escada, uma mulher alta e magra de cabelos ralos loiros fez questão que todo o salão o admirasse.
- Esse é Thomas meu filho mais velho. - Ela o apresentou as suas amigas que pelas roupas aparentavam ser da alta sociedade.
- É um rapaz muito bonito, Verônica. – Disse uma delas.
- Eu sou Vi, filha dela também, mas ela não se importa. - Apesar de alta e magra, Vi não chamava muito atenção por conta de seu figurino bem dark.
- Agora não Vitória. Seu cabelo está cheirando a cigarro, você estava fumando?
- Você deveria virar detetive. - Antes que Verônica tivesse a chance de responder, um homem aparentemente bêbado pegou o microfone.
- Está quase na hora. - Ele não se aguentava em pé, mas sua voz embriagada contava em retrocesso. - 5, 4, 3, 2, 1. Feliz Ano Novo! - Todos gritavam e comemoravam em meio a fogos de artifício e chuva de confete. Nesse meio tempo Vitória pegou a mão de Tom e sem que os convidados percebessem, ela o arrastou para fora da festa. Desceram da cobertura do Hotel Hoyle e foram para o décimo segundo andar onde em um quarto pequeno acontecia uma rave.
- Esse é o Tom, meu irmão Nerd. - Ela o apresentou as amigas.
- Oi! - Foi só o que ele disse antes de se calar e ficar ali ouvindo as meninas o ignorarem ao começarem a falar de outros garotos. Logo Tom se cansou, começou a andar pela festa a fim de achar uma bebida, se perdeu no meio de tantos desconhecidos se pegando, o ar estava tão carregado de fumaça que mal dava para distinguir se era cigarro ou outras coisas. Com os olhos já vermelhos, ele conseguiu chegar a varando do apartamento, respirou fundo e se sentiu tão aliviado que até esqueceu a sede, ficou ali fitando a cidade comemorar a entrada de 2020. - E aí, Preguiça! - Uma menina de pele branca e cabelos negros se aproximara.
- Oi Ruiva! Como me achou aqui?
- Meu irmão veio encontrar a namorada, não queria ficar em casa sozinha, te vi correndo para cá e trouxe uma bebida.
- Obrigado. - Ela lhe entregou o copo vermelho e o fez companhia enquanto admiravam a vista. - E aí, animado para a faculdade? - Nem um pouco, você sabe bem que engenharia foi escolha da dona Verônica.
- Sei sim, mas tenta curtir isso vai que você goste.
- Difícil, nem faculdade eu queria fazer, queria tirar 2020 para viajar, conhecer o mundo e só depois escolher o que eu quero.
- Eu sei bem dos seus sonhos, e ainda acho que você deveria falar pra ela o que você realmente quer.
- Eu já tentei Emily, mas ela nunca vai apoiar uma faculdade de Astronomia, e entre Astronomia e Engenharia tem um buraco bem grande.
- Não sei como te ajudar Tom, eu queria muito, mas não sei. - De repente uma explosão se origina do meio da festa, a música para e as pessoas começam a gritar. Tom e Emily olham para dentro do quarto por entre a cortina e vêem três mulheres de vestes e cabelos negros cacheados entrado no local e procurando por algo. Emily puxa tom para a varanda novamente e começa a andar de um lado para o outro. - Temos que descer.
- São 12 andares!
- Eu sei. - Ela o empurra da sacada e ele começa a cair em queda livre, desesperado ele fecha os olhos e começa a se debater e a gritar, antes que perceba está deitado na calçada do hotel e Emily está esticando sua mão para ajudá-lo a levantar.
- Emily! O que foi aquilo? - Tom se exalta sem entender o que está acontecendo.
- Não temos tempo, precisamos nos esconder. - Ela puxa a mão dele e os dois entram em um beco próximo que parece sem saída, Emily para em uma parede, com uma pequena adaga ela corta a mão e usa seu sangue para desenhar símbolos na parede. Tom se distraí olhando para trás tentando entender o que está acontecendo e ao se virar novamente para Emily percebe que a mesma havia sumido, logo apenas a mão da jovem atravessa a parede no meio dos símbolos e puxa ele para dentro da parede. Ele se descobre em um quarto escuro com várias bonecas penduradas no teto, o tapete vermelho no chão parecia não ter sido lavado há meses e nas paredes várias prateleiras com pequenos frascos de diversas cores decoravam o local. A sua frente saiu uma mulher por uma porta de madeira, ela tinha cabelos negros e vestes de uma cigana.
- Ele foi tocado? - Perguntou a mulher.
- Não Madame Kerina. - Emily disse a mulher enquanto se curvava.
- Emily, o que está acontecendo?
- Elas estão vindo! - Kerina respirou fundo e então continuou. - Acorde ele.
- Agora!? - Indagou Emily.
- Sim, Antes que... - Kerina foi interrompida por uma explosão que derrubou a parede por onde os dois acabaram de passar, era as mesmas três figuras que invadiram a festa. Emily pegou o braço de Tom e tentou fugir com ele, mas uma das mulheres balançou sua mão e um pedaço dos escombros foi arremessado contra Emily, ela caiu sangrando junto com o Tom. Antes que as três moças pudessem continuar, Madame Kerina as segurou com uma espécie de barreira invisível.
- Emily? - Tom apertava o peito da amiga a fim de estancar o sangramento. Ela usou seu sangue para desenhar na palma de sua mão esquerda.
- Acorda! - Ela gritou com Tom e então com a palma da mão desenhada ela o empurrou contra a parede e ele apagou.
- Tom! Tom acorda! Só você mesmo para dormir no meio de uma festa?
- Emily? - Não, é a Vi. Vamos, a mamãe está esperando lá em baixo, ela quer te apresentar às amigas dela, "Meu filhinho que entrou na faculdade..." - Antes que ela terminasse a frase ele saiu correndo, desceu as escadas e deu de frente com sua mãe e as amigas dela.
- Meninas, esse é Thomas meu filho mais velho. - Ela o apresentou as suas amigas que pelas roupas aparentavam ser da alta sociedade.
- É um rapaz muito bonito Verônica. - Tom levou às mãos a cabeça e sentia uma forte dor cabeça.
- Está quase na hora. 5, 4, 3, 2, 1. Feliz Ano Novo!!!
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Loop - Feitiço do Tempo
FantasyToda história precisa de um inicio, um meio e um fim, mas, e se o seu fim se tornar o seu inicio, que você faria? Tom ira lhe responder essa pergunta a medida que seus sonhos vão se tornando realidade...