– Bem.. é aqui! - disse à mim mesma ao chegar no local.
Parei com o carro em uma das cancelas, na entrada, e me estiquei até o porta luvas para pegar o meu crachá. Feito isso, levei meu braço até o leitor para que o código de barras fosse identificado e a minha passagem fosse liberada.
"Seja bem vinda, Srta. Ângela!" - O computador reproduziu depois de um beep. Era a primeira vez que eu usava isso.
– Uaau, que chic! - respondi rindo - Obrigada!
Sim, eu sabia que era somente uma gravação, mas... Whatever.
Contornei o jardim da frente indo direto para o estacionamento. Afinal, não é permitido andar de carro pelo campus, a não ser que haja uma emergência! Estive aqui há algumas semanas atrás para entregar meus documentos, fazer minha identificação (crachá) e deixar alguns pertences; Contudo, aproveitaram para me orientar sobre essas coisas básicas que eu deveria saber.
Ao entrar na área com cobertura estacionei na primeira vaga livre que encontrei, literalmente, marcada como A-4. Desci o mais rápido possível do carro e fui pegar minhas malas no bagageiro, não via a hora de entrar no campus. Ajeitei delicadamente uma sobre a outra para não cair, pois eram muitas, e em seguida tranquei o carro.
Rezei para que nesse momento alguma alma bondosa aparecesse "moscando" por ali e oferecesse ajuda, mas isso não aconteceu. Até porque além dos carros o lugar estava completamente deserto. Minha sorte foi que uma das malas tinha rodas então consegui dar um jeito de carrega-las sozinha.
Percorri um lugar onde não havia nada demais, somente algumas árvores, por um curto período de tempo até que avistei umas catracas e uma grande faixa de boas vindas pendurada - aparentemente ela foi feita pelos veteranos pois era engraçada e nada formal - Puxei o crachá eufórica do meu bolso e o passei novamente sobre um leitor, escutando um novo beep pela passagem liberada.
– ISSOOO!! - comemorei mentalmente. Agora eu estava oficialmente dentro do campus.
Um rapaz me ajudou a passar as malas pelo indentificador de metais e me orientou sobre qual caminho eu teria que seguir. Obedeci as instruções e logo encontrei a biblioteca e a cafeteria, segundo ele a recepção era a próxima.
Pelo pouco que eu já conhecia sabia que eu estava caminhando pelo pátio, era um lugar bem tranquilo até, porém um pouco movimentado. Havia alguns bancos, algumas árvores/plantas nos arredores e... AI MEU DEUS UMA MÁQUINA DE REFRIGERANTES!!!!
"Corri" até ela (à medida em que minhas malas deixavam) e peguei uma H2O gelada. Era tudo o que eu precisava. Sentei-me por alguns instantes em um dos bancos e, enquanto me reabastecia da longa viagem, comecei a sentir vários olhares na minha direção.
Olhei disfarçadamente para trás e voltei. Não havia ninguém ali. Era eu mesma o centro das atenções.. Mas o que foi que eu fiz???
Dei mais um gole na minha H2O e só então me dei conta de que eu era a única que carregava malas - e elas eram enormes pra piorar.
Merda. Óbvio que estão olhando pra você. Você é a novata!
Rapidamente fechei minha garrafa e tentei seguir sorrateiramente até recepção, sem obter muito sucesso. Tinha olhos por toda parte.
"Deus, de onde surgiu tanta gente???"
[ ... ]
– Hm.. Olá? - disse chamando a atenção da moça que estava de costas atrás do balcão da recepção - Boa tarde!
– Boa tarde!! No que eu posso te ajudar? - respondeu ela com uma voz simpática enquanto se virava. Feito isso, ela deu de cara com a montanha do meu lado (vulgo minhas malas). - Ooh!
– Hum.. Éhrr.. São 4 anos né?! - falei um tanto sem graça em minha defesa e fiz uma careta. Essa situação (da moça parecer ter se assustado com as minhas coisas) me deixou mais constrangida ainda do que eu já estava. Ela riu discreta e continuou:
– Seja muito bem vinda, Srta...? - vi que, para completar a saudação, ela procurava pelo meu crachá, mas ele não estava lá, eu ainda não havia colocado no pescoço;
– Ângela! Me chamo Ângela Crawford.
– Muito bem, Srta. Crawford! É um lindo nome. Aposto que todos também gostariam de saber, que tal fazer como eu? - Rosana ergueu o seu crachá e eu pude lê-lo. - É muito útil!
Eppa, segura essa diretA!
– Ahhh, claro.. me desculpe! - Sabia que ela estava certa e, como não queria causar problemas, tirei meu crachá do bolso e o coloquei. - E ahn.. obrigada!
– Não foi nada. mas a partir de agora sempre use ele.. Faz parte das normas - explicou ela - Aguarde um momento, por favor.
– Okay.
Não demorou muito e Rosana voltou segurando uma mochila com o nome/logo da universidade e um par de chaves.
Pera... Mais uma mochila? Ta brincando??
– Aqui está Srta Crawford. Os dormitórios ficam: seguindo reto, virando à direita. O seu quarto é no prédio B- n° 187. Imagino que queira conhece-lo! - enquanto ela falava eu só pensava nas bolsas, mas prestei atenção.
Eu quase não tenho nada pra carregar mesmo né?! Vai dar de boa.. - ironizei.
Decidi que eu tinha que falar algo quando ela começou a me olhar diferente.
– É! Isso! Quero sim! - ri - E dar um jeito nessas malas também.
– Com certeza! Haha boa sorte!
touché.. Vou precisar...
– Obrigada mais uma vez! - respondi.
– Disponha!
Pendurei a nova mochila em um dos braços e deixei a recepção, puxando o resto com uma das minhas mãos livres.
Como foi que ela disse mesmo?? Ahn.. "Seguindo reto e virando a direita."
OK, deve ser aqui..
* * *
Chamei o elevador e, enquanto ele não chegava, tentei descobrir qual era o andar do n° 187; mas só tentei mesmo porque a placa na qual eu estava olhando não continha essa informação.
Ótimo, o que eu faço agora??
Olhei para um dos lados do local procurando por mais placas ou alguma coisa que pudesse me ajudar - Mas não achei - em seguida olhei para o outro lado e...AIMEUDEUSQUESUSTO!
* continua...
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Unexpected Things - Tanner Patrick || Fanfic by: Karol Souza.
Fanfiction"Sometimes Unexpected Things Happen." Todos sabem muito bem como é a sensação de ser novo em algum lugar. Não conhecer ninguém à sua volta pode ser um tanto desconfortável, mas ela está confiante. Como seria se você tivesse que se acostumar com uma...