Unexpected Things - Tanner Patrick || Fanfic by: Karol Souza.

●• PRÓLOGO •●

- Tem certeza de que pegou tudo filha? - minha mãe disse segurando em minhas mãos.

- Tenho sim, já está tudo no carro. - respondi - E o pai..? Não vem?

- Não.. Você sabe como ele é - assenti cabisbaixa. - Ele prefere não ver, foi o mesmo com o Mike...

Um longo silêncio se estendeu e eu a abracei forte.

- Venho visitar vocês sempre que puder. É uma promessa!

- E não venha pra você ver! - ameaçou ela com o tom brincalhão de sempre e nós rimos.

Nos soltamos do abraço e logo em seguida eu desci a pequena escadinha da varanda, indo em direção ao meu carro. O Meu precioso tubarãozinho. Chamo-o assim devido à algumas características semelhantes, como: a rapidez, sua pintura azulada e também por ele ter uma antena decorativa em formato de barbatana no capô. (São somente esses motivos, o leve aroma de peixe que tem dentro do porta malas não influencia em nada, okay?!) Esse era o antigo carro de pesca do meu pai.

Fechei a porta e acenei para minha mãe pela janela. 

Sabe aquele momento em que você quase desiste de tudo? Que nada mais parece fazer sentido? Então.. estava acontecendo! Mas eu não permiti que ele se estende-se, não era da minha natureza. Eu não poderia simplesmente desistir antes mesmo de começar. Porém, vendo minha mãe ali e sabendo que essa era a nossa última troca de olhares em muito tempo, eu desejei desistir.

Quando este breve instante passou, liguei o motor e dei partida no meu tubarãozinho. A viagem levará cerca de duas horas e meia, até Denton. Será um longo caminho. Vou rumo à universidade, meu novo lar no norte do Texas!

É estranho pensar em como vai ser daqui pra frente. Isso gera uma porção de sentimentos distintos e um tremendo frio na barriga. Observei a imagem da minha mãe ficando cada vez menor pelo espelho retrovisor e algumas lágrimas escaparam. Entendo o meu pai ter escolhido por não me olhar partir. Despedidas são horríveis! Seria ótimo se pudéssemos pular essas partes de nossas vidas. 

Enxuguei as lágrimas e liguei o rádio, tentando me distrair e se livrar deste clima chato. Outra coisa que também me ajudou foi que o dia estava bonito e ensolarado, serviu para me animar um pouco.

Retomei a linha de raciocínio que diz que, de fato, a vida é cheia de escolhas difíceis. E que na maioria das vezes (se não em todas) devemos optar pela que é melhor para nós, e isso foi o que eu havia feito meses atrás. Não estaria aqui agora se eu não soubesse que essa era a escolha certa para o meu futuro. Logo, reconfortada por esta reflexão, comecei a pensar no outro lado da história; eu estaria sim longe de minha família, mas, talvez, coisas boas também pudessem acontecer! Por quê não? E de repente a ansiedade bateu de mãos dadas à curiosidade!  

Pediram para que os alunos chegassem três dias antes das aulas oficialmente começarem, e cá estou eu, indo um dia a mais que o necessário...

"Espero não ser a única."