Eu, Sarah

2. INSORRISO

9 DE DEZEMBRO DE 2014
Hoje o dia correu-me simplesmente mal! O dia começou normalmente, a vinda no autocarro com Joseph, o reencontro com a Anna, e a ida para junto da sala. Ultimamente a minha relação com Peter tem evoluído, falamos e brincamos o que é muito bom, pois anteriormente apenas nos comunicavamos com olhares ... Mas para meu espanto, quando cheguei a junto da sala Peter não se encontrava lá, passado cerca de 5 minutos ele chega, mas não vinha com aquele sorriso rasgado que só ele tem, vinha com os olhos vermelhos e parecía-me triste, o que não era deveras nada bom.
Quando chegou á sala, mal subiu aquelas longas escadas que levam ao terceiro andar.
Ele olhou para mim com um olhar de angústia, que só dava vontade de lhe dar um grande abraço que eliminasse toda a tristeza que Peter supostamente sentia, o que eu dava para voltar a ver aquele sorriso!
- Está tudo bem Pepe? - perguntei eu.
- Não te preocupes! - disse ele.
Eu reparei no olhar dele, faltava-lhe pouco mais para chorar o que me apertou o coração.
Entramos para a primeira aula, foi da disciplina de Português e o tema foi escrever sobre a nossa família, então eu olhei para o Peter e ele estava com uma cara estranha, com uma cara que traduzia a insatisfação... Achei esquisito, mas continuei a escrever o meu texto... Como é obvio não conseguimos escrever o texto na aula, mas teríamos de o trazer na próxima que seria dia 13 de dezembro, mal tocou saímos então da sala, quando ía a passar pela carteira de Peter reparei que a página onde este tinha de fazer o texto estava vazia e gasta de tanto apagar, o que me deixou bastante inquieta. Algo se passava de muito sério com ele!!
No intervalo estavamos todos em círculo, a contar piadas vividas e anedotas e ele estava lá de corpo presente, mas ao mesmo tempo não, ele estava noutro mundo, bem longe do que se estava a passar, toda a gente estranhou, porque ele era quem contava as melhores piadas, mas todos proceguimos. Depois tocou para dentro e entramos, a manhã passou... com aulas, e mais aulas, com incertezas e mais incertezas à cerca do Peter, nunca estive tão preocupada. E por isso decidi de tarde fazer uma coisa!!
Fomos todos comer, e lá estavamos nós na fila outra vez, a maior tortura de sempre a sorte é ter a maior turma de sempre, que traz um bocado de piada à situação! Então, fomos comer e eu por acaso fiquei sentada ao lado de Peter:
- Pepe, depois quero falar contigo! - disse eu.
- Podes falar agora Sarah - disse ele.
- Milagre, não me chamaste de Sasa, tu estás mesmo em baixo, anima-te, detesto-te ver assim Pepe! - disse eu.
- Cala-te Sasa. - disse Peter.
- Oh meu deus, finalmente te dignaste a sorrir! Ao menos isso! - disse eu, muito orgulhosa
- Anda, vamos levar o tabuleiro! - disse ele.
- Ok! - disse eu.
Pusemo-nos a pé e fomos levar o tabuleiro. Saímos os dois e fomo-nos sentar à beira da árvore!
- O que me queres dizer Sasa?
Eu olhei-o nos olhos, sorri e dei-lhe um abraço.
- Melhor Pepe?
- Talvez, ok até me fizeste sentir bastante melhor Sasa!
- Era só isso que queria, fazer sentir-te melhor, mas explica-me porque estás assim? - disse eu.
- Prefiro não falar nisso! - disse ele.
- Porque não dizes? - disse eu.
- Porque são coisas minhas Sarah, Porra, não me preciones por favor! - disse ele, de forma muito séria.
- Fogo Peter, não queres dizer não digas, mas escusavas de ser desagradável! - disse eu zangada, com a maneira que ele me falou.
Mal lhe dirigi a palavra, fui-me embora deixando-o sozinho.
Passamos o resto da tarde sem nos falar, eu sei que não tive muita razão, mas ele não tinha de me falar assim...
Mais tarde, no último tempo tivemos EV, e a professora faltou logo tivemos substituição, então vei-o outro professor que nos mandou desenhar no papel como nos sentíamos. O Peter simplesmente pintou a folha de preto o que me deixou bastante incomodada.
Quando tocou para saírmos ele parecia que não queria ir para casa algo me chamou atenção para tal, e algo me dizia que ele não queria ir para casa, parecia uma espécie de medo, não consigo explicar! Mas todos foram para onde tinham de ir!