Harry Parkinson

10° CAP

- Hum...até que enfim! Dizia André ao meu lado enquanto acordava.
- Por que até que enfim?!por acaso estou dormindo demais?
Perguntei pela expressão que André fazia ao me olhar, com uma mão no queixo e outra para trás, ele ficava dando voltas em torno da cama.
- Acho que um pouco, mais é efeito dos remédios em seu organismo, bom que você recupera as energias....Disse ele abrindo um sorriso.

- Onde está Yunne e Leonardo?
- Eu pedi que fossem para casa descansar!...mais preciso chamar sua tutora novamente!  Disse André me olhando seriamente.
- Porquê??? houve algum problema comigo?!  Perguntei apreensivo.
- Não se preocupe, tudo vai se resolver!  Dizia André se aproximando de mim e escondendo sua preocupação, na qual eu estava curiosíssimo para saber do que se tratava enquanto uma mulher se aproximava empurrando um carrinho.

- Trouxe o seu jantar senhor! 
Disse ela destampado uma bandeja e querendo me descontrair com seu entusiasmo e bom humor.
- Não estou com fome!!!
Disse revirando o rosto ao sentir o cheiro da comida, que acho que para alguns estômagos cairia muito bem, já o meu revirava com uma ânsia chegando à garganta.
- Mais você  precisa se alimentar, se não vai ficar mais fraco ainda! Dizia ela preparando uma garfada pronta para enfiar-me garganta abaixo.

- Harry!!!....vocíferou André.
Por fim fui aceitando o alimento, até à mulher me fazer rapar o prato. Por fim ela retornou com seu carrinho e seu bom humor extrovertido me deixando novamente à sós com André. 

- Sabe fiquei pensando aqui comigo...Começou André novamente dando voltas em torno da cama. - Você poderia me contar esse seu romance com o filho de sua tutora?!
Neste momento queria ser um avestruz para poder enfiar minha cabeça no chão de tanta vergonha que estava sentindo ao tratar desse assunto, ainda mais com André.

- O que foi?!... Está com vergonha por que eu descobri?
Disse André ao ver meu rosto vermelho de vergonha.  - Mais ou menos!!  Disse fixando meu olhar sem que fosse no campo de visão dos olhos de André.

- Pode confiar em mim não contarei a ninguém....Dizia André ao receber uma mensagem em seu aparelho, que acho que é de última geração. E  pelo que entendi da mensagem tem haver comigo.  - Mesmo por que seu namorado já ajoelhou-se aos meus pés pedindo segredo absoluto e outra eu adoro o proibido e amo histórias assim, me inspira!!!
Dizia André saindo do quarto fazendo gracinhas e com uma expressão diferente, como se houvesse descido uma pombinha da doidura em seu corpo que me deixou meio confuso.

Ajeitei minha cabeça no travesseiro e fiquei olhando o teto, por alguns segundos minha mente pensou que André também poderia ser igual à eu.

Os segundos, as horas foram se passando até sentir que o dia havia acabado completamente e que a noite se aproximava lentamente com seu brilho de luar.
Por fim ninguém mais havia ido me ver a não ser uma moça que não tinha visto antes foi colocar mais soro e depois que ela saiu permaneci mais alguns minutos olhando o teto, me sentindo tão só naquele quarto que nem percebi o sono chegar como uma raposa de tão silencioso que estava e de repente....... apaguei.