IV

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Verona, Itália.

- O seu noivo, Stan, é bem apaixonado pelo o que faz. - Isabella diz ao se sentar ao meu lado. Deixo um suspiro escapar e sorrio para ela.

Assim que eu cheguei no hotel na noite passada, Stan já tinha chegado. Tentei, inutilmente, contar sobre o meu dia, mas ele só se interessou sobre os bolinhos de camarão que a Mama da Isabella tinha me dado. Agora, bem no comecinho do pôr do sol, eu o trouxe para conhecer as meninas. Por muita insistência dele. Acho que ele queria mesmo era conhecer a Mama para aprender mais um novo aperitivo para o restaurante.

- Sim, ele é. - Olho para Stan que ri escandalosamente para a Mama.

Ele nunca riu com tanta espontaneidade assim comigo.

- Cadê o brilho nos seus olhos? - Isabella perguntou e eu ri.

- Acho que não existe mais. Não por ele. - Fui sincero. Pela primeira vez na vida consegui ser sincero em relação ao Stan. Sim, eu o amo. Mas não como antigamente.

- Ei, amor! - Stan vêm até mim e se agacha ao meu lado. - A Mama me convidou para me ensinar uma receita que tem trezentos anos! Não é o máximo?

Olho para a Isabella e ela ri, se levanta e vai para a cozinha.

- Sim, é o máximo. Mas eu achei que iríamos ver a Catedral. - Solto no ar e ele ri.

- Esta igreja esta ai há uns cinqüenta anos. Essa é uma receita de trezentos!

- Estou te pedindo para irmos nessa Catedral há horas, Stanley. - Bufei baixo e ele riu, olhando em volta para ver se ninguém prestava a atenção em nós dois.

- Amor, me entende. Por favor... É importante para mim.

- Ei, não ache que vá aprender a cozinhar só olhando, têm que colocar a mão na massa, Americano! - Mama gritou da cozinha e todos riram.

- Podemos ir na Casa de Julieta, daqui a pouco as outras meninas estarão aqui. - Isabella diz parando ao meu lado.

- Viu?! Maravilhoso, Louis! Escrever é o que você gosta de fazer, você vai estar fazendo o que gosta enquanto eu estarei fazendo o que eu gosto! Incrível! - Stan levanta e beija minha testa, indo para a cozinha.

Olho para Isabella que me olha com carinho. Agradeço com um aceno e me levanto indo em sua direção.

- Vamos à Casa de Julieta.

(*)

- Há quanto tempo estão noivos? - Isabella pergunta enquanto vamos em direção a Casa de Julieta.

- Dois anos. Começamos a namorar com dezoito, na faculdade.

- Uau. É bastante tempo.

- Sete anos. - Ri baixo . - Bastante tempo.

- E por que não usam aliança? - Ela perguntou olhando para a minha mão, que não tinha nenhuma marca de aliança.

- Ele não quis.

- Uau. - Ela ri um pouco alto.

- Ele estava dando tudo de si no restaurante, estava juntando dinheiro à anos, antes mesmo de começar a faculdade.

- Então por que noivaram agora? Não era melhor esperar? - Olho para a placa de entrada na Casa de Julieta.

Isabella e eu entramos, damos de cara com o muro cheio de cartas pregadas, até mesmo pedaços de papéis que eu diria serem pensamentos aleatórios das pessoas que escreveram.

Cartas Para Julieta - L.S.Onde histórias criam vida. Descubra agora