Part III- Psycho trip.

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Fiquei a noite inteira acordada e aquela mensagem nao saía da minha cabeça. Provavelmente é so a minha imaginaçao a pregar-me partidas... Mas o problema é que eu nao tenho assim tanta imaginaçao.

Levantei-me da cama e dirigi-me para a frente o espelho.

Em vez daquela mensagem bastante confusa e sem sentido nenhum, estavam letras aleatorias, que nao faziam sentido, pelo menos, ate eu as juntar.

TOUCH ME

Algo me dizia para nao obedecer ao que la estava escrito, mas havia outra coisa que cada vez mais me puxava para perto daquele objeto estranhamente mesterioso.

A minha mao elevou-se voluntariamente, e quando dei por mim estava a ser engolida pelo espelho. Tudo era tao irreal tao estranho, eu viajava por um tunel infinito e com uma enorme mistura de cores berrantes, causando-me tonturas. Quanto mais caía pelo tunel, mais altas eram as vozes de pessoas que pareciam estar mesmo ao lado dos meus ouvidos, o que originava uma enorme dor no meu cerebro, fazendo-me quase perder os sentidos.

Graças a Deus que aterrei rapida e suavemente no chao.

As cores berrantes do tunel tinham afetado a minha visao, e eu para onde quer que olhasse via manchas. Tentei habituar-me aquela maneira de ver.

Onde estava eu? O que se tinha ali passado?

Pessoas passavam por mim, como se eu apenas nao existisse, como era isso possivel?

Levantei-me devagar para nao cair pois as tonturas ainda nao tinham desaparecido totalmente.

Meti-me no meio do caminho das pessoas que andavam com pressa esperando que alguem parasse ou se desviasse, mas elas simplesmente atravessavam o meu corpo, como se eu fosse um fantasma.

Cada vez estava mais confusa.

Pensei logo em sair dali, pois sabia que nao pertencia ali, procurei pelo tunel de onde tinha vindo mas nao o encontrei.

Assustada comecei a olhar para todos os cantos, ate que encontrei uma copia do meu espelho mais ao lado de onde eu me situava. Corri para la e voltei a tocar no espelho, mas para minha admiração, nao aconteceu nada. A superficie sólida, que refletia a minha imagem, tinha-se tornado liquida, e apesar de a minha mao nao estar molhada eu sentia-a bastante fria.

Desta vez nao coloquei so a mao, entrei totalmente no espelho, sem saber muito bem o resultado daquele meu ato.

Abri os olhos, pois tive a sensaçao de estar a passar por baixo de uma cascata, e quando os abri ali estava eu, de novo no meu quarto.

Mandei-me para cima da cama, de tao exausta que estava nem reparei que o meu cabelo transbordava de agua e acabei por encharcar a minha cama toda.

Adormeci, desejando que aquilo nao passasse apenas de um pesadelo, e que quando acordasse no dia seguinte o espelho nao me mostrasse mais nada para alem da imagem de uma rapariga despenteada e cheia de olheiras.

The Other Side (of yourself)Onde histórias criam vida. Descubra agora