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Ele está se sentindo entediado.

~x~

Louis acorda com um feixe de luz o incomodando, ele vem da janela de seu quarto, a cortina não está bem fechada. Esfrega seus olhos com as costas de mão, a fim de espantar o sono e então se senta em sua cama, por falar em cama, que cama era aquela? Uma cama box ridiculamente minuscula, totalmente bagunçada, assim como o seu cubículo que ele chama de quarto, ele não podia se dar ao luxo de ter uma suíte, ele tinha a faculdade, os cursos, ainda estava pagando a funerária e os estudos de sua irmã mais nova Fizzy. O coitado tem que manter tudo isso com um trabalho no Monroe Coffee's, que lhe pagava um pouco mais que o salário mínimo, por consideração, e a ajuda de sua (fada) madrinha a Srta. Aguilera. Louis então se levanta, tirando coragem de não sei onde. Faz suas necessidades matinais lentamente, volta a se sentar na cama e pega seu celular que estava carregando em cima do criado mudo do lado de sua cama. Ao ver que já eram sete e meia da manhã ele se desesperou e se vestiu num átimo, não penteou os cabelos nem tomou café da manhã, apenas saiu correndo em direção ao seu trabalho. Ele precisa desse trabalho.

— Me desculpe o atraso, senhor Monroe! — O garoto gritou entrando na lanchonete temática dos anos 70 e pulando o balcão — Prometo que pago as horas perdidas no final de semana. — o garoto fala já vestindo o avental e ficando no seu posto.

— Louis, meu filho, depois do seu expediente eu quero ver você na minha sala. Precisamos ter uma conversa séria. — o velho com uma barba rala e roupas sociais fala olhando seriamente o garoto que assente com medo. Então entra na sua sala, e quando fecha a porta, Louis solta o ar que nem sabia que tinha prendido em seus pulmões.

— Você não pode ficar se atrasando todo dia, seu babaca! — foi a vez de Demetria, sua colega de trabalho falar, ela era uma garota baixa, corpo escultural, cabelos curtos e escuros, tinha tatuagens em ambos os pulsos e um rosto angelical. Era de dar inveja em qualquer um.

Então entra um cliente pela porta da frente e se senta na única mesa disponível no estabelecimento.

— Cala a boca, vamos logo fazer nossos trabalhos, porque eu estou por um fio de ser despedido. — ele fala pulando o balcão.

— Não pule o balcão, seu bastardo! — Demi adverte.

Louis calça seus patins rapidamente - ah como ele odeia esses patins, se tivesse uma coisa que ele faria se fosse dono da lanchonete era tirar essas coisas dos pés de todos, de uma vez por todas - e então corre - desliza - para atender a mulher de cabelos platinados.

— Bom dia. Eu sou o Louis e hoje serei seu atendente no Monroe Coffee's. O que deseja? — Louis fala com um sorriso convidativo no rosto, e quando a mulher olha pra ele e devolve o sorriso, ele paralisa, ela é de uma beleza estonteante. Não que ele se interesse por mulheres, mas o cabelo platinado realçava sua pele, e suas covinhas só deixavam o rosto mais impecável.

— Bom dia — se vira pro cardápio analisando as opções — Eu vou querer um croissant e uma xícara de café por favor. — termina com outro sorriso.

— Já trago seu pedido. — Louis sorri e volta ao balcão.

Enquanto pega um croissant na estufa de salgados ele coloca seus fones de ouvido - se tem uma coisa de que o garoto exemplar aqui é viciado, essa coisa é música - e liga a playlist aleatória, então pega uma xícara vazia no escorredor e enche de café expresso. Coloca a xícara e o croissant num prato temático e volta para a mesa da mulher exuberante. Acho que a essa altura já deu para descobrir que ele se empolga quando está envolvido com seu vício, não? Pois é. Do nada ele começa a cantarolar a música que está tocando em seu iPod enquanto patina em direção a freguesa.

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