Capítulo 2

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Perdas e ganhos

O ar frio pairava pela sala da mansão Cooper naquela manhã sombria. Empregados indo e voltando , para servir convidados que vieram prestar suas condolências a grande perda da família. Oficiais em busca de respostas. Jornalistas como abutres esperando feito carniceiros, uma nova informação do caso que abalou toda a cidade. Suas intenções eram claras , quem conseguisse a matéria mais esperada levaria o troféu. Ainda que esse troféu disputado  fosse as custas da dor, e seu odor fétido se comparando aos próprios bueiros de Frintsville. Diante de almas sedentas por uma manchete, entre os jornalistas havia uma única pessoa que foi de fato prestar seus sentimentos a família com sinceridade. Beth Montgomery , repórter da TV local e amiga de longa data de Clarice. Passando entre os cães sarnentos e repulsivos, se direcionou ao Sr. Cooper e com um simples gesto de empatia apertou sua mão junto a um olhar de dor. Lágrimas rolaram por seu rosto que tentava a todo custo se fazer forte , em um momento em que a perda sofrida trazia a realidade de sua fraqueza.

- Olá Joseph - com um olhar triste - meus pêsames pela perda.

- Que bom que está aqui Beth - cumprimentos com olhar e aperto de mão - Clarice lhe considerava muito.

Da cozinha para a sala chegava Adam , totalmente desnorteado se direciona ao seu pai.

- Pai - cumprimenta com olhar - Srta. Montgomery - direciona as mãos a cumprimentar Beth

- Filho - diz Joseph em resposta

- Olá Adam - cumprimenta Beth - Qualquer coisa que precisar me digam , por favor

- Muito obrigado. Mas só a sua presença aqui é o bastante - diz Adam por formalidade , porém ainda sentindo-se acalentado - Se me derem licença , fiquem aqui conversando. Eu vou cumprimentar os outros convidados.

- Oh, querido. Tudo bem , pode ir - disse Beth com olhar comovente

Na sala se encontravam muitas pessoas, tais que Adam se preocupou apenas em dizer um breve "oi". Já que sua mãe carregava uma responsabilidade pesada, em memória a ela se manteve forte em seu velório. Porém mesmo querendo negar , Adam precisamente nesse dia não estava com estômago para grandes multidões e condolências forçadas de alguns. Em meio a montanha russa de pessoas querendo comprar favores e outras apenas demonstrando empatia pela situação. Surge nesse meio , Pam. Precisamente um anjo em meio ao breu para levar Adam fora desse meio agitado e triste, entrando pela sala enquanto ainda conversava com alguns os cumprimenta e pede licença agarrando uma das mãos de Adam e indo em direção para fora da sala onde sente-se livre para lhe dar um grande e caloroso abraço. E logo diz com um tom de preocupação.

- Podia ter me ligado - diz Pam com tom desapontado

- Não sei se notou Pam , mas está tudo um bagunça aqui - diz Adam

- Ual - diz Pam com as sobrancelhas franzidas

- Me desculpe Pam - convence apenas com um olhar

- Não tem problemas...- passa uma das mãos entre os cabelos - apenas fiquei desapontada, pois descobri pelo noticiário

- A noite ontem foi muito corrida - diz Adam - quase não foi possível comunicar familiares, a maioria que está aqui são de desconhecidos.

Se direcionam para o Jardim dos fundos da mansão.

- Nós somos amigos Adam - falando em quanto caminha - O que precisar , pode contar comigo

- Eu sei Pam. Muito obrigado- um sorriso meio contido no rosto que até a pouco estava desabando

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