Olho para cima e encaro o Nathan.
Nathan: Você está bem? Não acha melhor ir para casa?
Eu: Ele vai morrer Nathan, eu sinto.
(Começo a chorar e ele senta do meu lado e eu encosto meu rosto em seu peito)
Nathan começa alisar meus cabelos.
Nathan: Talvez seja melhor para ele. Talvez seja melhor assim para todo mundo.
Eu: Estou com medo, eu não sei lidar com mortes.
Nathan: Como assim?
Eu: Quer mesmo ouvi ?
Nathan: De você? eu ouviria até sua lista de compras.
Eu: Foi no meu aniversário de 10 anos. Meu pai teve seu primeiro infarto. Foi horrível, foi em casa e eu estava lá. Mas, socorreram ele e ele ficou bem.
Nathan: nossa..
Eu: Ele fez uma série de exames e acharam melhor fazer cirúrgia. A gente estava acreditando que iria dar tudo bem. Fazíamos até planos para depois que ele se recuperasse.
(Nathan me encara com lágrimas nos olhos e então eu começo a chorar novamente)
Mas, um dia antes da tal cirúrgia, na hora do jantar ele e minha irmã começaram a discutir. Eu estava desesperada, pedindo que parassem. Mais era tarde, quando olho para ele, ele desmaia e eu corro para o segurar..
Nathan: se não quiser continuar eu entendo. (disse enxugando minhas lágrimas e me abraçando de lado)
Eu: eu não soube superar. Minha mãe entrou em depressão, minha irmã começou a ser rebelde e estava um inferno lá em casa.
Até que no meio de uma briga feia delas, peguei uma faca e coloquei aqui (peguei a mão dele e apoiei na minha barriga).
Eu só tinha 10 anos, não sabia lidar com a perda.
Nathan: Você é forte. Olha para mim (ele puxou meu rosto para que ficasse colado com o dele) apesar de te conhecer há pouco tempo, eu sei que você irá aguentar e eu estarei aqui para te dar todo apoio.
(Obs: essa é a minha história)
