Apaguei o cigarro no chão e olhei pra ele, cansada.
-O que a gente vai fazer agora?
-Encarar todo mundo e responder quatrocentos alunos mais todos os professores com "é, não deu certo"? Porque acho que é só isso que tem pra fazer.
-Deixe sua ironia de lado por hoje, J. Não estou pra joguinhos.
-E o que você sugere L?
Eu deixei as palavras ecoarem um tempo, e Joshua se prontificou antes que eu pudesse falar qualquer coisa.
-Lanna, não faz essa cara.
-Que cara?
-Cara de quem vai me colocar em enrascada.
-O errado aqui é você, se lembra?
Eu fui amarga e Joshua permaneceu em silêncio. Quem cala consente, não é?
-Droga, J. Você acabou de me fazer chorar durante horas, eu devo ter engordado uns quatro quilos de tanto tomar sorvete. O mínimo que você me deve é escutar o que eu tenho a dizer.
-L, você sabe que não é gorda, odeio que haja como se fosse, isso é drama.
Ele desconversou e eu já estava ficando cansada.
-Olha Joshua, não sei se você percebeu, mas aqui é a cabana que eu achei. Achei, limpei, mobiliei. É a cabana que se tornou meio que meu refúgio pessoal. E você veio aqui me procurar, não foi? E tudo isso porque? Por culpa?
-L, não começa, por favor.
-Não Joshua, é sério. Foi só um mês de namoro. Eu tenho dezessete anos, você não é o primeiro e também não vai ser o último namorado que eu vou ter. A gente criou uma cabana só nossa, criamos apelidos um pro outro. E você sabe, sobre aquele lance...
-Não tem lance nenhum, L.
-Eu fui a primeira menina que você disse que amava.
A ultima palavra o fez estremecer. Joshua fez careta.
-Nosso apelido é bem ridículo, sabia? É só uma letra. Nós somos mais criativos que isso.
-Odeio quando você fica desconversando, Josh.
-Odeio quando você fala de assuntos desnecessários. Josh? Ual, temos uma evolução aqui. Melhor que J, sem dúvida.
-Será que dá pra voltar pro propósito inicial? -eu bufei-. Joshua, você me traiu, mentiu pra mim, terminou comigo com um mero "eu e você não damos certo", me ignorou durante todas as aulas de história durante a ultima semana...
Eu desisti de falar. Eu poderia cuspir uma lista inimaginavelmente grande de erros que Joshua Brand havia cometido comigo, mas não me parecia certo. Dizer todas aquelas coisas em voz alta era... Um alívio, admito. Mas doía. Doía porque Joshua não era assim, e eu sabia. Sabia que tudo isso era só encenação e uma vontade afobada de aceitação.
Quanto às aulas de história, eu e Joshua éramos uma dupla. Eu havia entrado na escola em meados de setembro e a sala estava totalmente dividida em duplas que consistiam basicamente em um aluno de grande dificuldade e um aluno sem dificuldade alguma. A aquela altura a sala continha um trio: Joshua e mais um casal de alunos. Eu acabei sendo a dupla de Joshua para que o trio fosse desfeito. Virar a dupla de Joshua foi algo que fiz muito a contra gosto. Joshua é alto, tem o cabelo castanhos claros e sempre desarrumados (embora cisme que é loiro) e olhos de um verde claro bem intenso. Joshua aparentemente é mimado, faz uma voz ridícula quando está com os amigos, é do tipo que nunca se apega a ninguém e sempre é disputado por muitas garotas, o que, é claro, infla seu ego que já não é nem um pouco pequeno. E eu não o suportava. Não suportava a forma como ele falava sobre as garotas que ficava. Não suportava o quão forçado ficava o clima quando ele queria ser o melhor do seu grupinho patético de amigos. Eu odiava Joshua Brand, e isso me fez passar várias aulas de história sem olhar um milímetro sequer pro lado pra não ter que ver aquele projeto de galã meia boca.
-Lanna, você vai embora.
A voz dele era amarga. Com eu já disse, eu mudei pra escola em meados de setembro, e tudo isso porque minha mãe resolveu que era melhor eu morar uns meses com o meu pai. Mas já era meio de novembro e eu voltaria pra casa logo no começo do ano. Voltaria pra minha vida, pros meus amigos. Eu pensava que isso não afetava Joshua, mas como pude ser tão burra?
-ISSO NÃO TE DÁ O DIREITO, JOSHUA! NÃO TE DÁ O DIREITO DE BRINCAR COMIGO COMO VOCÊ SEMPRE BRINCOU COM ESSAS GAROTAS LOIRAS E DE NARIZ EM PÉ QUE NÃO CONHECEM NADA DA VIDA. NÃO SOU SUA BONECA! MAS VOCÊ SÓ PENSOU EM COMO VOCÊ IRIA FICAR QUANDO A NAMORADINHA FOSSE EMBORA, NÃO É? QUE SE DANE OS MEUS SENTIMENTOS, O GAROTINHO MIMADO SÓ SE IMPORTA COM O PRÓPRIO UMBIGO.
E então, eu cai em pranto. Estava tudo ali e eu deixei passar. Eu contei pra Joshua que eu voltaria pra casa e tudo começou a mudar. Mudou porque Joshua realmente se importava, só não da forma certa.
Ele me abraçou como se o mundo fosse acabar e me deixou chorar. Pela primeira vez desde que o conheci, ele não gritou um "Diz logo o que tá acontecendo", não tentou falar comigo nem nada do tipo, apenas me deixou chorar. Quando aquela onda de sentimentos passou, acendi um novo cigarro.
-Droga, L. Você tem que parar com isso, eles vão te matar.
-Meus cigarros matam muito menos que as decepções amorosas que eu vivo, J.
-Qual foi a ideia que você teve, L?
Ele parecia derrotado e eu não pude deixar de soltar um sorriso de vitória.
-Se prepare pra cair duro, querido J.
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Olá queridos! Queria combinar algumas coisas com vocês, okay?
Bom, eu pretendo postar um capítulo por semana, porque assim além de não ficar pesado pra vocês, eu tenho tempo de pensar melhor e revisar os capítulos.
Essa história vai ter cerca de 20 capítulos +episódios bônus epilogo e talvez (TALVEZ MESMO) uma dedicatória no final. Isso significa que se der certo postar um capítulo por semana, a história vai durar cinco meses (porque cada mês tem quatro semanas). Os episódios bônus vão acontecer a cada vez que a história bater +100 views!
Eu sou uma pessoa que desanima muito fácil, por tanto, vou pedir mais uma vez pra vocês: COMENTEM MUITO. COM TODAS AS FORÇAS DE VOCÊS.
Aliás, comentem o que acham sobre postar apenas um capítulo por semana. Se preferem dois, ou sei lá.
O que acharam da história?
Então até domingo que vem!ღ
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Sobre o verão.
RandomUm casal que deu errado após um mês de namoro. Após um namoro que não incluía consciência dos pais (ou pelo menos dos pais dela), sem saber o que sentem, eles decidem fingir serem melhores amigos e passarem as férias de verão juntos, como uma desped...