Capitulo IV

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Seguimos caminho floresta à dentro, sem nem mesmo nos falarmos, eu ia pensando em como encontrar meu pai, não sabia por onde ele andava, e a única motivação, era entregar-lhe a esmeralda e pedir que nos ajudasse, tanto com os monstros, quanto com a mãe de Léo, eu não sabia ao certo se conseguiríamos, mas não podia desmotivar Léo na caminhada, ambos precisávamos encontrar meios de ajuda. Já Léo, não sabia o que se passava por dentro de sua cabeça, o que mais percebi, foi que ele ficava com uma cara fechada, como se estivesse pronto para usar a besta que carregava em qualquer monstro que aparecesse. Para que não ficarmos tão quietos, decidi puxar assunto.
_ Você está bem? - Não sei ao certo o que eu estava pensando, Léo acabara de perder sua mãe, deixara sua família pra trás, e seu irmão ferido, como poderia estar bem? Só mesmo sendo eu, para fazer esse tipo de pergunta.
_ Estou sim, só estou tentando pensar em como chegaremos até seu pai.
_ Para ser sincero, também não sei como chegaremos lá, temos apenas essa esmeralda pra ajudar e nossos mantimentos.
_ Esmeralda?
Eu esquecera que Léo havia fugido quando o trio patético me jogou no lixo e não estava lá quando o velho amigo de meu pai me entregou a esmeralda. Tirei a pedra do bolso e mostrei a ele.
_ Onde arrumou essa jóia? É esmeralda ou diamante? Pode ser valioso, estamos ricos, podemos sair daqui e ir morar bem longe.
Pude perceber o sorriso que ele acabara demonstrando ao ver a jóia, mas não podíamos vender e abandonar tudo, ela era o motivo da busca do meu pai, e um jeito de impedir todo esse alvoroço em nossa pequena cidade. Explique para ele, toda a história desde que ele saiu correndo e me deixou, contei de como não havia dormido desde que fui atacado também, ele parecia surpreso e seu sorriso, desaparecera tão rápido, quanto aparece antes.
_ Ah, claro, eu não sabia, então quer dizer que essa pedra pode ter poder?
_Não sei se tem poder Léo, sei que eles diziam que ela era pra ser entregue, que a pedra era poderosa. E que também, era pra ser entregue ao meu pai, mas por azar, caiu em minhas mãos, e agora estamos aqui.
Léo abaixou a cabeça, seu sorriso havia se perdido em algum momento da conversa, que eu não prestara muito atenção.
_ Sobre ter fugido, desculpa, fiquei com medo da Mory e seus amigos, que não lembrei que você poderia precisar de mim, senti medo de apanhar de novo, de quando éramos menores, e ainda somos, e ,desculpa Erick.
Percebi que ele estava arrependido,mas não era culpa dele sentir medo, eu mesmo sinto muito medo de muitas coisas, não podia culpa-lo, aliás, ele é meu melhor amigo, e estava comigo ali, não podia decepcionar ele.
_ Não se desculpe, no seu lugar, eu faria o mesmo.
Ele ainda estava triste, mas levantou a cabeça e sorriu de canto, para mostrar que concordava com o que havia dito.
_ Mas então, como vai ser, vamos achar seu pai, usando essa esmeralda diamante como guia?
Na real, eu não sabia, não sabia nada mesmo, mas parei, eu fiquei observando aquela pedra verde, sem mesmo saber o porque de tanto valor, bom, na verdade sabia que era valiosa, financeiramente, mas não parecia nada de super poderosa.
_ Eu não sei, talvez seja valiosa para o dono e se entregamos, ao tal Canhotos, ele possa nos ajudar também.
_ Será que o nome do cara é assim mesmo? - Léo me olhava com cara de dúvida, pois eu mesmo não sabia se era esse o nome do tal homem misterioso - Ele talvez nos explique o poder dessa pedra.
_ Sim, ele pode nos explicar. - Concordei.
Guardei a pedra no bolso novamente, e seguimos andando, rumo a norte, em uma floresta fechada.
Mas depois de muito andar, Léo acabou avistando um chalé simples, no meio de um campo de eucaliptos.
_ Olhe Erick, um chalé, podemos parar para pedir informação.
Léo saiu em disparada em direção ao chalé, e eu fui logo atrás, correndo parar chegar lá rápido. Mas quanto mais me aproximava da casa, sentia minhas pernas pesarem, e me deixarem mais lento, quase não conseguia levantar as pernas, era como se algo quisesse me alertar, que aquele chalé, não era um bom lugar.
_ Léo, acha mesmo que é seguro ir até lá?
_ O que temos a perder? Estamos em uma mata fechada, precisamos de informação, e essa parece ser a única ajuda no momento.
Ele estava certo, o que poderia dar errado? Era apenas um velho chalé abandonado, isso se estivesse mesmo abandonado.
Chegamos no chalé, e Léo já foi batendo vorazmente na porta.
_ Ei, tem alguem? Precisamos de ajuda, queremos informação.
Mas não se ouvia nenhuma resposta de dentro da casa. Mas Léo continuava gritando.
_ Alguém por favor, pode nos dar informação?
Novamente sem resposta.
_ Não tem ninguém aqui Léo, deixe, vamos nessa.
Falei, mas Léo fingiu não me escutar e tentou abrir a porta, e por sua sorte abriu mesmo. Não sabia se a pessoa que morasse ali era idiota, se sair e não trancar, ou se realmente estávamos certo, era apenas um chalé abandonado. Fui com Léo, entramos no chalé, e por dentro, era pior que por fora. Fedia carne estragada, estava tudo revirado, coisas de utensílios e móveis quebrado, como se algum selvagem tivesse passado lá só por diversão.
_ Está abandonado - gritou Léo sem nem mesmo olhar pra mim, e foi logo tirando sua mochila e colocando no chão perto de uma geladeira velha. - É não temos informação, mas talvez haja mais coisas para comer aqui, ou algo que possamos aproveitar.
Eu fiquei apenas observando o que ele fazia, ele era muito impulssivo, fazia as coisas sem nem mesmo perceber.
Ao abrir a geladeira, veio a surpresa. Havia vários potes com pedaços de animais dentro, como se alguém matasse animais em época de caça, e os guardasse ali, para apodrecer. Quase vomitamos com o cheiro, fechamos a geladeira.
_ Vamos sair daqui, esse cheiro me faz mal - Disse pra ele, para que pudéssemos ir mesmo embora logo.
_ É, que ideia idiota, de achar que íamos encontrar algo de interessante aqui.
Léo pegou sua mochila, e fomos rumo, fora do chalé. Mas ali estava nosso problema. Percebi de longe, três homens se aproximando do chalé, e começamos a nos desesperar.
_ O que faremos agora? - Erick me puxava pelo ombro - Eles vão nos matar e nos colocar em vídeos e conservar até apodrecer Erick.
Eu tinha a mesma intuição de que isso fosse acontecer, mas não podíamos ficar desesperados.
_ Calma, vamos nos esconder, quando eles estiverem distraídos, fugimos daqui.
Léo correu e se escondeu dentro de um armário velho, e se amontoou de roupas e cobertores que haviam ali. Eu fui para um canto entre a geladeira e a parede, pode parecer idiota, mas não dava para ver dali.
Ouvi eles entrarem rindo, mas o jeito que riam, mais pareciam três cachorros no cio, do que três homens.
_ Vamos relaxar agora pessoal, e caçamos mais amanhã. - disse um deles que acabara de entrar.
Dois deles se sentaram em um dos sofás que estava menos destruído. O outro se aproximava da geladeira para guardar sua caçada. Eu podia sentir aquele cheiro de carne morta, e não pude evitar de olhar para ele. Me espantei, não acreditava no que via, era mesmo homem, bom, pelo menos tinha corpo de homem, mas seu rosto, era de um lobo negro, com olhos azuis como só céu ao anoitecer, quem eles eram, não sei, mas que davam medo, isso com certeza.
_ Nos traz algo para comer Hubert - Gritou um dos amigos
_ Claro, essa caçada também me deixou esfomeado, o que querem comer?
_ Pra mim, traz a carne de javali, e para o Hal, traga um pedaço do cavalo.
_ cavalo, Hal quer, cavalo.
Percebi, que eles eram bem amigos mesmo, e agora sabia, que dois deles eram bem perigosos, o Hubert, que estava perto de mim, e não havia me notado ainda, e o que estava junto com Hal, pois Hal, parecia ter jeito de criança, talvez ele não seja ruim, apesar de que comer carne de cavalo, não é bem lá, algo legal.
Hubert saiu e foi até seus amigos comer, Léo, que estava no armário, observava tudo, não sabia se ele estava impressionado com tudo aquilo, pois não conseguia ver sua expressão, apenas seus olhos me encarando, esperando um plano para sair dali. Por meios de sinais, eu avisei que tinha uma porta nos fundos, atrás de mim, e que assim que eles dessem moleza, iríamos correr, como se não houvesse amanhã, o que talvez não houvesse mesmo pra nos. Léo apenas concordou.
Depois de algum tempo, um dos três, o qual que ainda não havia ouvido seu nome, sairá do sofá, e saiu da casa, Hubert e Hal, adormeceram após sua refeição nojenta. Esse era nosso único momento, dei sinal para Léo, que saiu do armario e veio até perto de mim, e fomos ate a saida de trás.
Já fora da casa, decidimos correr, e corremos o maximo que podíamos, com mochila e peso, não corriamos tão bem, até mesmo que Léo, acabou tropeçando, e gritando.
_ Aí meu tornozelo, eu quebrei meu tornozelo, aai.
_ Não grite, eles ainda estão perto, podem te ouvir. - falei me aproximando dele, para ajuda-lo, consegui erguer ele, e vi que seu tornozelo, havia mesmo machucado, pois estava inchado e roxo.
_ Onde pensam que estão indo, meus jovens?
Eu não sabia da onde vinha aquela voz, e não queria saber tão cedo.
_ Acho que com vocês aqui, não precisarei caçar amanhã.
Olhei pra trás, e para que vocês vejam minha sorte, o camarada que havia saído, estava ali, de pé, na nossa frente, com aquela cara de lobo noturno, babando como se estivesse apreciando uma se suas caças.

Os Misterios De FlamanOnde histórias criam vida. Descubra agora