¤ Introdução ¤

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O som forte e quase ensurdecedor de grossas gotas da chuva que se chocavam contra a lataria velha do ônibus, fazia com que a agonia que Hayden sentia, ficasse maior a cada segundo mais que ele ficava dentro daquele ônibus desengonçado, que se chacoalhava pelas ruas úmidas e esburacadas.

Sentia a urgência de um cigarro correndo por suas veias. Desejava apenas a maldita porra de um cigarro, ou acabaria enlouquecendo dentro daquilo que mais se parecia com uma lata de sardinhas.

Apesar do frio que fazia naquela manhã cinzenta, Hayden tinha algumas gotas de suor, entre a raiz dos cabelos, que ameaçavam escorrer por seu rosto a qualquer momento. Sem qualquer sinal de delicadeza, em um movimento rápido levou as mãos trêmulas aos fios negros e molhados, que pendiam em seu rosto atrapalhando parcialmente sua visão, levando - os para trás. Conforme suas mãos desciam do topo de sua cabeça ele podia sentir o atrito de seus anéis em seu rosto, deixando um rastro frio na pele quente. As mãos pararam em seu rosto, cobrindo a boca e o nariz. Os cotovelos apoiados nas pernas que se movimentavam freneticamente, enquanto ele estava curvado por sobre elas.

Ainda com as mãos no rosto, Hayden olhou de esguelha para uma senhora que estava na poltrona ao lado, no corredor apertado, e sentiu enorme regozijo ao notar que ela enfim não o encarava mais, pois havia pegado no sono.

Sem exitar, agarrou de maneira abrupta a mochila que descansava por entre suas pernas e começou a revira - lá. Até que chegou ao bolso menor, na lateral, de onde retirou um cigarro de maconha já enrolado. Ignorando por completo a chuva que caia lá fora, abriu a pequena janela ao seu lado e acendeu o seu baseado, trangando com vontade e de formar intensa, na tentativa de absorver a maior quantidade possível de fumaça e manda - lá direto para seus pulmões.

Gradativamente todos os seus músculos começavam a se relaxar, e a sensação de alívio e satisfação percorreu cada milímetro do seu corpo. Ainda com o cigarro apertado entre seus dedos deixou sua cabeça descansar na janela, e ficou observando distraidamente o vidro se embaçar com sua respiração.

Quando as lembranças das últimas setenta e duas horas invadiram sua mente desprevenida, a maior parte da sensação de relaxamento que sentia se esvaiu como toda a água da chuva que caia nos bueiros. Todas as boas sensações se transformaram em raiva, ao se lembrar da figura, um tanto quanto hilária, da diretora do seu agora antigo colégio, gritando com ele tão alto que todos no prédio puderam escutar.

Nos instante em que ela ficou gritando tão próximo de seu rosto, Hayden teve vontade de fazê - la engolir seu punho junto com seus dentes, mas não o fez.

― Hayden Beaulfhōr, seu insolente. Não teve educação em sua casa? ― Caminhou de um lado para o outro, na sala apertada, que mal cabia a mesa de madeira de seu da mão. ― Eu realmente tentei te ajudar, mas você não deixou. Você não pode, não deve fazer isso com as pessoas que querem o seus bem. Se eu o tivesse chamado sua atenção no momento em que você estava se drogando, teria me atacado de tal maneira? ― O silêncio foi uma falsa resposta, claro que não a teria atacado, afinal é uma mulher, apesar do bigode.

Todo o sermão foi por causa de uma briga, na qual Hayden espancou de forma extremamente violenta, um garoto do primeiro ano. Ele estava acostumado a fazer aquilo, se envolver em brigas dentro e fora da escola a era um hábito, então para ele não havia nada de errado, mas para os pais do garoto espancado, não era bem assim. Hayden via todos os hematomas e estragos no rosto do garoto como um troféu, e para ele o garoto mereceu cada uma dos socos e chutes que levou, afinal, o que pivete miserável foi encher o saco quando ele estava fumando um de seus cigarros tranquilamente, durante troca de professores.

Hayden estava como sempre isolado em um canto do colégio, um ponto cego das câmeras, então o tal pivete chegou com todo aquela ladainha do sistema educacional antidrogas da cidade, mas chegou falando alto e impondo - se.

Ele não deveria se meter assim na vida dos outros apenas por ter essa braçadeira de merda e uma caderneta de anotações.

Pensou Hayden antes de estourar e partir para cima do garoto. Nada na vida é como deveria ser, então nenhum dos argumentos do garoto foram bons o suficiente para evitar a agressão.

Beaulfhōr sabia que já estava na lista negra, então nem perdeu seu tempo tentando se explicar para a diretora. Após ouvir um grande sermão foi chutado do colégio e encaminhado para a assistente social, Srta. Álisson, que acompanhava o seu quadro estudantil desde que Hayden teve sua segunda expulsão.

Ouviu a mesma ladainha de sempre, que aquela era sua última oportunidade de melhorar, que o colégio para o qual ele estaria sendo obrigado a frequentar agora era sua última parada antes de estar atrás das grades.

Não há mais defesa e justificativas para você, Hayden. Sinto muito!

Ela disse fechando sua grande pasta azul marinho e saindo, deixando Hayden sozinho no escritório. A vontade dele era de quebrar tudo naquele lugar. Não via a hora de estar longe de tudo que tem naquele lugar, daquela cidade. Dessa vez sua mãe não iria acompanhá - lo, abriu mão dele a muito tempo. Antes de se afundar, o jovem Hayden era capitão do time de futebol no primeiro ano do ginásio, sempre chamou atenção por sua beleza, inteligência e porte físico, incluindo sua estatura acima da média entre adolescentes da sua idade. Mas em apenas um ano, a morte de sua namorada o fez afundar.

Se sentia culpado pela morte, por ser o que é, não escolheu, apenas nasceu de uma linhagem maldita e por culpa do destino se deixou envolver com a pessoa errada, amou demais quem não deveria sem saber.

Quer apenas o mesmo fim, mas sabe que é impossível para ele.

Dentro do ônibus sua revolta se transforma em lágrimas, que escorrem pelo seu rosto sem sua permissão, mas logo são espantadas, o ódio é maior que sua tristeza. O fato de ser mandado para outra cidade, outro colégio não vai mudar o que ele é, muito menos fará com que ele se erga do fundo do poço que ele próprio fez ser fundo demais.

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N/A

E então, vamooos, digam-me o que vocês acharam dessa introdução. Preciso realmente saber se posto ou não o próximo. Já tenho vários capítulos prontos apenas faço uma revisão antes de postar, por isso posso demorar a postar os seguintes.

Peço desculpas desde já se deixei passar algum erro, estou revisando e escrevendo pelo celular, então da para imaginar a dificuldade com esse corretor chatinho.

Essa é uma história de minha autoria. Copiar completa ou parcialmente é plágio, e plágio é crime. Então já sabem né ♥ além de que fica feio.

Estou usando o wattpad para facilitar minha revisão, pois como o manuscrito já está bem dizer pronto.

Espero que gostem. Deixem seus fav., adicionem na biblioteca de vocês se realmente gostarem, assim sempre estará atualizados. E principiante, comentem, preciso saber onde melhorar ou se está legal assim.

Beijos e até o capítulo 1, que não demora.


Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Nov 25, 2015 ⏰

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The Angel From My Nightmare  [PT/BR]Onde histórias criam vida. Descubra agora