Dizem que quando você morre, sua vida passa diante dos seus olhos. Os momentos ruins e bons se juntam, formando uma mistura de sentimentos; principalmente angústia.
Eu, como uma criança com sua infância bem vivida, posso dizer que passei por muitos momentos assim. Não, eu não cheguei à beira da morte. Eu apenas ouvi um grito da minha mãe após eu derrubar seu quadro preferido, com 7 anos de idade.
Ou quando eu abaixei sua saia, com 8. Quando quase derrubei minha irmã mais nova no chão, com 9. Quando descobri o que um dedo do meio significava e decidi experimentar com a diretora, com 10. Quando matei aula, com 11. Quando fui suspenso da escola, com 12. E finalmente, com 13, quando tomei recuperação em matemática. Eu ainda mato aquele velho estúpido que não me passou de ano por um ponto e meio.
Mas, desde minha tentativa falha de tirar mais que 60 pontos em 100 na 8ª série numa matéria que eu odiava - e odeio -, eu nunca tinha sentido á beira da morte como na madrugada de sexta pra sábado.
Assim como quando eu tinha 7 anos, minha mãe gritou. Um palavrão desnecessário, mas gritou. E por algum motivo, minhas ligações não foram atendidas.
Qualquer coisa pode ter acontecido. De um assalto, até uma morte. Ou mesmo Phoebe e Daisy descobriram o que é estar na beira da morte.
Foi uma coisa preocupante o suficiente para fazer com que vovô e vovó não estivessem em casa ás 7 da noite.
"Louis, senta um pouco, respira fundo e pensa no quão lindo eu sou", Zayn se jogou no meu sofá mexendo nas unhas e Liam sentou ao lado do irmão, me observando com um sorriso atrevido no rosto.
"Vocês estão mesmo tirando sarro da minha cara, inúteis?!", andava de um lado pro outro, ora com as mãos no cabelo, olhos, cintura e testa.
"Você precisa de um suporte feminino", Niall exclamou e mandou uma mensagem pra alguém, "A emergência está à caminho", exclamou e correu pra cozinha.
Os meninos se levantaram e foram atrás de Niall, e eu fiquei sozinho na sala. Frustrado. Com medo. E a única coisa que eu podia fazer era ir pra cozinha também.
Harry estava colocando algum tempero em uma sopa, com a testa levemente franzida. Parecia concentrado em cada movimento, e Liam quase se ajoelhou querendo provar a sopa.
"Quem vai provar hoje é o Louis, porque ele é quem mais está precisando de um calmante e uma coisa boa, não é?", Harry sorriu e entregou uma colher pra Louis, que provou a sopa e fechou os olhos, saboreando.
"Harry, você é bom com as suas mãos?", Niall perguntou e eu assenti, ainda de olhos fechados.
"Muito bom", abri os olhos lentamente e vi Harry e Niall sorrirem maliciosos pra mim, enquanto Zayn e Liam arregalavam os olhos. E eu voltei um pouco no tempo pra tentar descobrir o que tinha acontecido e arregalei os olhos junto com os meninos, "Q-quer dizer, eu não quis maliciar nada...".
"Uhum, tá", Niall gargalhou e a campainha foi tocada. Essa era a minha chance de escapar do momento constrangedor, mas um jato de cabelos castanhos entrou na cozinha e me abraçou pelo pescoço, me impedindo de sair do lugar.
"Vocês por acaso estão maltratando essa coisinha fofa aqui?", Nina apertou minha bochecha e fuzilou um por um, até parar o olhar em Liam e arregalar os olhos.
"Que educação a sua de entrar sem as pessoas abrirem a porta pra você, dona Nina. Não foi assim que eu te criei", Niall murmurou cruzando os braços e negando com a cabeça.
Harry desligou a sopa e nos observou, erguendo a sobrancelha, "Desde quando vocês são amigos?", questionou.
"Desde quando eu preciso descobrir onde é o banheiro", Nina respondeu e olhou pra mim, ainda um pouco atordoada, "Pode me mostrar?".
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The Chief ➸ larrystylinson (em revisão)
FanfictionLouis Tomlinson não nasceu para mexer com a cozinha e muito menos com a comida. Já com o cozinheiro...