Prólogo

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"Só lembre-se de que, às vezes, o que você pensa de uma pessoa, não é o que ela realmente é."
John Green

Stratford-Canada, 20 de maio de 2013.

Todo aquele sangue escorria lentamente sobre meus dedos em um ar de tranquilidade, o que seria a única coisa tranquila naquele momento. Observava com calma, enquanto o mesmo escorria pelos meus longos dedos, por fim, pingava sucessivamente no chão imundo.

E lá estava a doce Jessie se arrastando no chão imundo do galpão, coberta de hematomas e cortes profundos, para mim tudo aquilo a quilo ainda era pouco, aquela garota, diante de mim teve uma grande parcela de culpa em quem eu sou agora, influenciou a libertar meus demônios. Aquela que eu amei, me entreguei e depois de tudo me destruiu, ela vai pagar por tudo, tudo mesmo!

- Justin não, por favor. - Suplicou de joelhos diante de mim, entre soluços.

- Que pena, agora é tarde! Minha querida, Jessie. Por que não pensou antes? - Me aproximei lentamente, fazendo ela se afastar.

- Eu te amo Justin, eu te amo. - Olhou fixamente com aqueles chamativos olhos verdes. - Olha para mim, eu te amo, me perdoa? Me deixe ir embora.

- Não Jessie, não posso. Se você for embora agora, irá me denunciar, e eu irei para o manicômio, lembra da minha história? La não é tão legal sabe? Então, preciso te matar agora.

- Eu estou grávida, estou grávida Justin. - Gritou.

[...]

Stratford - Canadá.
Dias de hoje.

"Estou grávida", "Grávida Justin". Essas palavras ecoavam em minha mente com sussurros, desde o dia e então toda noite era assim, nada me tirava a paz, aliás nunca tive paz na minha vida, nunca fui de pensar nas minhas vítimas, ainda mais sonhar com elas. Mas a minha linda Jessie nunca foi uma vítima qualquer ...

Levantei da cama, estava soando frio, já estava impaciente, fazia tempo que não entrava em ação, queria sentir o prazer, ver a dor, os gritos tomarem conta da minha audição, a mera vítima implorando pela vida. Deixei meus pensamentos de lado, segui até a janela do meu quarto e notei que a placa de "vende-se" da grande casa do começo da rua havia sido retirada. Era a melhor casa da rua;

- Ora, vizinhos novos, que legal. - pensei ironicamente comigo mesmo!

***

Estava com o coração acelerado, as mãos soando frio, fazia tempo que não sentia isso, que eu não sentia os sangues das minhas veias ferverem. Apertei o casaco sobre meu corpo com força devido ao frio, enquanto caminhava apressadamente, o vento gélido batia sobre meu rosto, me dando um animo de realizações.

Até que encontrei uma garota que me chamou atenção;

- Loiras hoje não, pelo menos não agora! – exclamei

A garota era morena, corpo escultural, cabelos pretos ondulados, pele branca como a neve, a vontade de ter ela em meus braços era enorme.

Ela estava tremendo de frio, envolvendo os braços entre o corpo e se abraçando. Esperei alguns minutos, enquanto as pessoas entravam para o cinema e logo por fim deixando as ruas desertas. Caminhei até a garota que aparentava ter uns dezessete ou dezoito anos.

- Uma moça bonita, parada aqui nesse frio?! Está tudo bem contigo? - A garota deu um pulo para trás assustada, mais logo se acalmou dando um sorriso falso.

- Oh que susto, eu estou esperando minha amiga vim me buscar, mas, ela é péssima com a pontualidade - Disse.

A garota me encarou dando um sorriso e logo percebo que seus olhos eram azuis e cheios de vida, mais dentro de algumas horas eu sabia que toda essa vida não iria existir mais.

Me deixe ver a tua alma?Onde histórias criam vida. Descubra agora