Dangerous Game

Não era para acontecer

Eu estava decidida a fazer da vida da Amanda um inferno. Ela tinha brincado com o Tulio por tempo demais e ele acabou magoado.
Enquanto eu bolava a meu plano maligno contra Amanda, minha vida estava um caos. A Paramaker estava prestes a receber os gringos e não tinha nada pronto.
- Bella, eu preciso que faça reservas no hotel que eu te falei e ajude os meninos na apresentação deles .
- Tia, acha que vamos terminar tudo a tempo?
- Eu espero sim.
Fiz o que minha tia pediu, mas trabalhar com aqueles dois me deixava louca. Eles brincaram, riram e não levaram a sério, mas foi só minha tia dar uma prensa que os dois viraram anjos.
- prestem atenção: isso é muito importante. Esses americanos vão levar a Paramaker para os outros países e vamos virar uma multinacional...
- E hoje é a nossa chance, a gente sabe.- diz Tulio
- sabem, mas não levam a sério. De que adianta?
-Tudo bem, vamos fazer direitinho.
- teste rápido: por que a Paramaker é a melhor empresa para te patrocinar?
- Por que, além da estrutura e do material de última geração, a Paramaker tem os profissionais mais qualificados do Brasil que tornam o trabalho não só divertido, mas de alta qualidade. Aqui não existe relação proficional, todos somos uma grande família que cresce junta e fica cada vez mais forte.- Diz Gus
- Ficou um pouco forçado, mas está ótimo. - digo pegando minha prancheta- Como eu faço parte da família eu preciso ficar ao lado da minha tia, mas relaxem que vocês vão se sair bem.
Corro até a sala da tia May e nossos convidados já estavam lá.
- Como eu estava dizendo- Com sua voz graciosa e seu sotaque brasileiro praticamente inexistente, minha tia os explica como os editores chefes trabalham, me apresenta e leva eles para um tour.
Gus e Tulio se saíram bem concordando com minha tia em tudo e dando a "opinião " deles sobre nós.
Toda vez que recebiamos patrocinadores de fora, o dia era exaustivo e nós trabalhávamos mais que escravos na lavoura, mas, geralmente, tudo dava certo, devido a esse esforço de todos. Eu estava sentada junto aos gêmeos, soando mais que a Dilma em eleição, esperando tia May acabar com a nossa agonia nos dizendo se tínhamos conseguido.
- Conseguimos, Porra! - minha tia entra gritando.
Foi a primeira vez na minha vida em que eu vi minha tia falar um palavrão.
A felicidade da Tia May era tanta que ela decidiu fazer uma reunião. Ela convidou o novo namorado da minha mãe e meu amigo de infância Felipe. Fora toda a equipe da Paramaker e os patrocinadores.
Desde pequena e eu e Felipe cantávamos juntos e minha tia insistiu para que nós cantassemos " What Dosen't Kill You Make You Stronger" da Kelly Clarkson. Os gêmeos também cantaram " Dois vai te fazer Gamar" e a mesma bagunça de sempre. Acho que essa é uma das minhas memórias preferidas da minha época na Paramaker. Todas as pessoas,minha família Paramaker, vibrando e cantando conosco era algo magnífico, aquela sensação era maravilhosa demais para cair no esquecimento.
Cheguei em casa morta de cansaço, joguei minhas chaves e os sapatos em um canto e cai no sofá.
Alguns minutos depois ouço minha campainha tocar e vejo Tulio parado no meu portão.
- Tulio?- digo virando a chave- Mas o que você tá fazendo aqui uma hora...
Eu não podia acreditar no que estava acontecendo, não queria acreditar, mas era tão real que ficava difícil de negar.
Tulio não só tinha me beijado, mas estava me levando para o meu quarto.
- Não sei o que você está fazendo nem onde isso vai levar.
- Então deixa que eu mostro.
Ele abriu a porta com força e me jogou na cama. Pude sentir sua respiração no meu pescoço e seu coração batendo tão forte quanto o meu. Por um momento eu pensei nas consequências, mas eu já tinha chega longe demais e não tinha como parar.
Ele arrancou as minhas roupas tao rápido quanto tirou as dele e tornou aquela noite uma das melhores da minha vida em poucos segundos.
Não queria e sabia que não podia deixar que ele entrasse no meu coração, mas temia que ele já o tivesse feito. Eu não devia, mas me importava com ele e o irmão.
Eu estava fudida e mal paga, mas não me arrependida de nada