O meu guarda-chuva vermelho destoa estre o mar de quadra chuvas pretos pela rua, como sempre eu ando rápido. Todas as horas do meu dia minimamente calculadas e bem distribuídas. Estendo meu pulso por hábito, somente para me lembrar de que esqueci de por o relógio. As pessoas por baixo dos guarda-chuvas param de se mover. Olho para cima com dificuldade, as gotinhas de chuva pinicam meu rosto
sinal vermelho.
Bato minhas botinas no chão, um par de risadas me atraem.
Um casal de mãos dadas se beija brevemente, os dois caminham com calma, desfrutando um do outro.
Suspiro.
Eu queria ter momentos assim, ao menos algum dia. As responsabilidades que eu tinha agora eram muitas. A casa, vovô, remédios e contas. Meu salário curto tentava se esticar por todas essas. As pessoas ainda paradas: -" Que demora!", movi-me entre as pessoas empurrando um ou outro com os ombros, recebendo cutucões, cotoveladas e reclamações em troca. Meu pés finalmente tocaram a rua, olhei para ambos os lados depressa já andando sobre a faixa, As pessoas atrás de mim puxaram o ar com força. O barulho de motor que seguiu explicou-me o por que.Um carro surgido de eu não faço a menor ideia de onde vinha como louco rugindo pela rua. Constatei duas coisas, no que provavelmente seriam meus últimos segundos de vida: O carro não freava e não daria tempo de sair da frente. O carro já a poucos metros parece perceber-me e os pneus reclamam contra o asfalto logo em seguida, ainda avançando, ainda muito perto. Pulo sobre o capô quando sinto que o carro quebraria minhas pernas se eu continuasse parada ali.
O impacto que se seguiu não foi tão forte quanto imaginei, senti-me rolar para cima do vidro, o guarda chuva amassou-se entre mim e o carro logo depois que rolei para o lado caindo em cima de uma poça de água enorme. A porta do carro se abriu e se fechou tão rápido que pareceu um barulho só: -" Deus! De onde você apareceu?!"questionou-me o motorista, a dor no ombro e a confusão ejetaram-me a irritação. Senti meu o sangue subir para o rosto: " Oh! Desculpe se entrei na frente do seu carro desgovernado seu..." as palavras sumiram-me da boca. O olhar surpreso e irritado do Homem a minha frente fizeram meus joelhos vacilarem, Reconheci seus fios castanhos retilíneos sobre a cabeça, sua camisa lisa de mais, sua arrogância embutida a voz. Mas oque me fez ter a certeza, foi a energia que me atropelou quando sua mão me segurou pelo braço. Jack...
" Não sabia que você tinha tendências suicidas Alysson" Alyson, era meu nome. Deveria responder mas meu cérebro negava-se a processar qualquer frase coerente. O meu couro cabeludo pinicou. Por que ele provocava essas coisas em mim? E por que diabos eu gostava?, Um cheiro forte de Amêndoas abraçou-me com ternura, seus olhos cor de céu consumindo-me, sondando-me. Meus olhos por vontade própria moveram-se para sua boca, um traço fino em cima, um traço fino em baixo, pareciam tão macios e quentinhos que as pontas dos meus dedos coçaram com vontade de toca-los para ter certeza. ah sim!minha resposta!
"Desculpe, Eu...eu estava apressada com o horário e não queria chegar atrasada - apertei os olhos para ele- mas você poderia dirigir olhando para o asfalto." ele desencrespou a testa sua expressão tornando-se divertida. Divertida?!?: -" Não era eu quem estava atravessando a rua com o sinal vermelho, nem eu que não me certifiquei se estava vindo um carro, nem eu que quase vai pro hospital por uma imprudência." Ele me ergue uma sobrancelha, pisco pois é a única coisa que consigo fazer. Check Match.: -" Vem te dou uma carona o resto do caminho ". Continuei parada ali, olhando enquanto ele pegava meu guarda-chuva aos farrapos e abria a porta do carro para mim.
• • •
O dia se arrastava, cada minuto parecia durar horas. Assinava alguns documentos para Jack...Augusto... Como eu deveria chamar ele? Olhei para a cadeira vazia de Jack no outro canto da sala. Quando estávamos a caminho do trabalho, podia perceber ele me olhando pelo canto dos olhos. O ar dentro do carro ficou denso, saturado. A tensão entre nós quase uma coisa viva. O meu telefone toca de repente, me fazendo voar da cadeira como um gato. "Brian" o nome pisca para mim. Ah! Ele não perdia por esperar por ter me deixado plantada em casa sozinha, me fazendo ter que ir a pé, certo que não era tão longe assim, 4 quadras. Certo que por causa disso eu fui quase morta pelo Jack, e que consequente mente descobri que ele tem senso de humor, e cheiro de Amêndoas... Hm...Eu estava brava por que mesmo?
Ah sim! Telefone!
: -" Pronto Brian ". Escutei sua respiração entrecortada do outro lado da linha " Brian, o que houve?"
Recebi mais silêncio em resposta "Brian?" - ele suspira para mim
: -" Estou no hospital ". Meu coração se acelera consideravelmente, por que apesar de sua respiração curta, o conhecia bem, bem de mais para saber que ele ficava assim não quando estava doente ou passando mal, mas sim quando estava preocupado ou nervoso. " Brian, o que houve?" perguntei dessa vez mais alto, ele demorou para me responder, o buraco no meu coração se aumentando a cada minuto. Por favor, isso não. Por favor, isso não.
Mas infelizmente Brian falou. Falou o que eu mais vinha temido ultimamente. Falou o que fez meus joelhos virarem geleia e meu estômago pesar toneladas
" Timmy está no Hospital Aly... Ele não está bem..."
VOCÊ ESTÁ LENDO
Improvável
Teen Fiction"Como pode sentir O que é impossivel E desejar o improvavel Sendo tudo irremissível"