O Caçador E A Bruxa

Capítulo 1

Bruno

Hoje acordei mais cedo que o normal já que tive aquele sonho outra vez, Eu queria entender oque aquele sonho significa, não que eu acredite em significados de sonhos, claro que não, mas eu venho tendo esse sonho a tanto tempo que tô quase acreditando que ele é algum tipo de aviso, não sei. Enfim, vocês devem querer saber do que eu tô falando não é ? Pois bem, vou contar pra vocês:

Sonho On.
"Estou sentado encostado em uma árvore e envolta de mim só existe mato, deve ser um campo. De repente ouço barulho de risada, risada de uma garota. Quando olho pra frente vejo ela de costas pra mim e seus cabelos castanho escuro ao vento. Ela parece ser tão linda. Tento chamar sua atenção mas a cada palavra que sai da minha boca a garota corre pra mais longe, e quando não da mais pra ve-la eu acordo.
Sonho Off.

Estranho né ? Eu sei. Mas deixa isso pra lá.
Desço pro café e minha mãe já está na mesa lendo seu livro de receitas. Sim, Minha adorável mãezinha gosta de ler livros de receita, e sim, isso é estranho mas já to acostumado. Sento a mesa e começo a me servir de seu delicioso bolo de fubá, na minha opnião o bolo de fubá da minha mãe é o melhor de todos, sem sombra de dúvidas.
- Senta na mesa, se serve do meu bolo e nem "bom dia" fala? Mais que filho ingrato esse meu. - Ela diz fingindo decepção.
- Ah Dona Estela, a senhora estava tão concentrada lendo seu livro de receitas que fiquei com medo de tirar sua concentração e jogar o livro na minha cabeça.
- Senhora é a senhora tua vó meu querido. É Senhorita! - Ela fala dando ênfase na última palavra. Ela odeia que chamem ela de "Senhora" ela diz que não tem idade pra ser chamada de senhora.
- Senhorita Estela. - Falei com ar de ironia. Adoro irritar a Dona Estela.
- Melhor assim. Pelo menos você não corre o risco de levar uma livrada na cabeça.
Nós dois rimos.
- Então filho, dormiu bem.
Prendi o ar e depois soltei.
- Não muito.
- Aquele sonho outra vez?
Assenti.
- Sabe oque mais me decepciona mãe?
Ela pegou uma xícara de café e lo vou até a boca com aquele olhar de "Nâo sei, mas continue"
- O fato de eu não conseguir ver o rosto dela. Ela parece ser tão linda. Espero um dia poder ver. - Tenho quase certeza que essa última frase saiu com uma pontada de tristeza.
- Quem sabe, meu bem - Ela abriu aquele sorriso reconfortante dela. Sorri de volta.
Levantei da mesa, dei um beijo no rosto dela e fui pra escola.
Quando cheguei, o Fábio, meu melhor amigo, estava encostado em um carro conversando com uma garota, deve ser mais uma de tantas outras conquistas do Fábio. Quando cheguei perto, ele deu um selinho nela e depois cochichou um "Depois a gente se fala" no ouvido dela e ela saiu com um sorrisinho nos lábios.
- Eai Cara - Comprimentei ele.
- Eai. - Ele me comprimento de volta.
- Essa é uma gata.
- É... Mais ela tá muito no meu pé cara. Depois vou dar um jeito nela.
- Fábio, O Destruidor De Corações - Eu disse isso imitando aqueles narradores de filmes.
Ele riu.
- Cê sabe que eu sou assim né cara. Não posso fazer nada se elas me amam.
- Hahaha, convencido.
- Só falo verdades - Ele disse se achando.
Nós rimos e depois entramos na sala.
A aula agora era de matemática e a professora Célia já estava enchendo a lousa de atividades, como sempre. Todos pegaram seu caderno e começaram a copiar, menos eu e Fábio. Eu nunca copio mesmo e o Fábio estava paquerando a menina que sentava atrás dele pra ela copiar a atividade pra ele, Eu particularmente acho errado oque ele faz com as meninas mas já cansei de falar, quando ele quebrar a cara ele aprende... Eu acho.
Já que eu não ia fazer a atividade, resolvi tirar um cochilo. Não demorou muito pra eu pegar no sono.

Sonho On
Estou de volta ao campo encostado na mesma árvore. Ouço o barulho de risada, Aquela risada tão doce só podia ser dela. Olho pra frente e ela corre animadamente. Tento chamar sua atenção, mas ela fica cada vez mais longe de mim. Sinto um aperto no coração, tenho a sensação de estar sendo rejeitado. Quando não consigo mais ve-la eu começo a chorar.
Sonho Off

Quando acordo sinto que ainda choro, todos da minha sala me olham preocupados. Limpo as lágrimas teimosas que insistem em cair. Célia vem até mim com um olhar preucupado e diz:
- Senhor Bruno, tá tudo bem?
Balanço a cabeça assentando e peço pra sair, claro que ela autoriza. Pego as minhas coisas e saio apressado pela porta. Lá se vai minha dignidade.