Prólogo

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1996, Rio de Janeiro, 04:50

     - Temos que levá-la para o hospital! Rápido, Lucas, pegue a bolsa! - meu pai estava desesperado. Quase cinco da manhã, sete meses de gravidez e eu decido perturbar a vida da minha família.

     Lucas, meu irmão mais velho de 9 anos já havia pego todas as coisas. O médico já havia comentado com meus pais que a gravidez era de risco, mas minha mãe insistiu em me ter e não cometer aborto. Chegando no hospital no meio do crepúsculo, ao iluminar das luzes do corredor colocaram minha mãe na cadeira de rodas e levaram ela para a sala de cirurgia. Seu rosto estava pálido e magro, estava acabada. 

     - Pegue o bisturi, agora! Ela não tem força para um parto normal. - o doutor agia com cautela, mas com rapidez pelo risco que corria na hora do parto.

     - Está quase lá. - disse a enfermeira - E... pronto! - ela estava me segurando no colo, mas... - Há algo errado.

     - O que houve? - o doutor se aproximou. - Os batimentos...

     - Ele está... Espere, está fraco, ainda está batendo!

     - Sa-salvem meu filho. - murmurou minha mãe com sua voz fraca.

Minha mãe morreu naquela noite.

2006, Rio de Janeiro, 01:54

     - Lucas, onde você vai? - eu perguntei, indo atrás do meu irmão de madrugada num bosque perto da cidade.

     - Vem logo e cala a boca, você vai gostar. - meu irmão tinha 19 anos, ele era meio rebelde e tal, estava com medo de o que podia acontecer. - Olha só isso! - paramos em uma área aberta da mata e tinha uma cratera bem no centro. Soltava fumaça e tinha uma luz fraca envolvendo uma coisa que parecia um pódio. - Não é legal?

     - O que é? - perguntei.

     - Não sei, vamos descobrir agora. - ele foi descendo no grande buraco e eu o segui. Quando nos aproximamos deu para ver uma rocha abstrata e brilhante. 

     - Uau! Não está vendo os desenhos envolta dela?

     - Não, do que está falando? - Lucas me olhava confuso, enquanto eu estava distraído e me aproximava cada vez mais da rocha esquisita. Eu me aproximei e a segurei, ela era pesada. A pedra começou a brilhar e as escrituras nela brilharam mais ainda, logo uma onda saiu dela e me atravessou como uma ventania que se dissipou em quatro segundos. Eu senti algo dentro de mim, uma sensação estranha, como um embrulho no estômago e então tudo apagou.



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