Meu mundo vira de cabeça pra baixo, sinto coisas estranhas, é tudo culpa minha

10 0 0
                                    

Acordei no hospital do centro da cidade, meu pai estava na poltrona do lado da cama. Ele estava com o rosto inchado e vermelho, parecia estar chorando, desde que eu nasci e mamãe morreu meu pai não tem sido mais o mesmo.

- Pai? - eu chamei. Ele acordou lentamente e se ajeitou na poltrona. Ficou dois segundos olhando para mim, quieto. - Onde está Lucas? - continuou me olhando. - Pai, onde está meu irmão?!

- Estamos sozinhos, Robert. Seu irmão morreu. - ele disse seco e rápido. Demorei para digerir a frase. Espere...

- Como isso aconteceu?! - eu estava desesperado.

- Eles disseram que o corpo foi comido por algum animal selvagem. Mas sei que foi por causa da rocha e se você não tivesse encostado...

- Está me culpando por isso?

- Você o desintegrou! Não bastava sua mãe ser descendentes dos Kree, você ainda me vem com essa? Não bastava ter matado sua mãe?!

- Não foi culpa minha!

- Claro que foi!

- Não! - quando vi tudo foi pelos ares. Eu senti uma rajada de vento sair de toda a extremidade do meu corpo. Eu apenas queria sair dali, levantei da cama e corri, o mais rápido possível. Comecei a sentir meu pé queimar, parecia que o atrito estava fazendo meu pé queimar, eu estava descalço. - Saia da minha frente! - eu gritei e quando empurrei o enfermeiro eu o vi com o braço chamuscado, mas continuei até chegar na porta e parar no meio da rua. O hospital era de frente para o mar, não sei por que, mas comecei a correr em direção ao mesmo e então comecei a nadar.

Senti a água ficando mais gelada, a areia ficando mais distante. Eu estava quase no meio do mar. Mergulhei. Comecei a ir mais fundo e meu folego já estava quase no fim. Senti um impulso vindo de cima de mim, uma bolha grande e densa. Ela se envolveu em mim e eu senti o ar dela preencher os meus pulmões. Estava dentro de uma bolha, queimei a roupa de um enfermeiro com o toque, empurrei as coisas do quarto com o vento, onde está o normal nisso? Outra questão, o que é Kree?

Acordei depois de ter desmaiado dentro da bolha e... não foi um sonho! Quando vi estava na beira da praia, conhecia o lugar, famosa Praia de Ipanema. As pessoas me olhavam, um garoto de roupa de hospital, molhado, na beirada da praia, provavelmente pensaram que eu fugi da reabilitação me droguei e caí na areia. Eu levantei e fui andando.

Eu estava bem longe de casa, moro na Zona Norte do estado e fui parar na Zona Sul. Estava me sentindo cansado, não tinha para onde ir. Passei um dia inteiro andando pelas ruas. O que um garoto de 10 anos poderia fazer? Poderiam pensar que era um menino abandonado pelos pais e foi o que aconteceu. Não tive respostas das inúmeras perguntas que eu tinha em mente.


2010, Rio de Janeiro, 22:41

Estava caminhando pela rua, entrei num beco que costumava ficar perto da Praça XV.

- Ei, garoto. Sai daqui! - disse um cara de jaqueta de couro preta, encostado na parede e um cigarro na mão.

- Por que? - eu respondi. - Não há ninguém para me dar ordens.

- Eu disse para sair! - ele disse e apareceu mais dois caras e vieram em minha direção. Eu não recuei. Depois de quatro anos acha que não aprendi nada? Minha mão absorveu o calor da ponta do cigarro, apagando-o, e criei uma bola de fogo na palma da minha mão. Após projetá-la, atirei ela no cara da esquerda e a roupa dele começou a pegar fogo e ele cai no chão, começando a se debater. O da direita veio para cima de mim. Eu vi o reflexo das chamas numa poça e me aproveitei dela. Consegui controlá-la e fiz com que congelasse, fazendo uma parede de gelo e quebrei o gelo em pedacinhos finos e afiados. Atirei-nos em direção ao cara que estava vindo para cima e as estacas de gelo o perfuraram e congelou ele. O cara da jaqueta de couro avançou. Ele veio com um canivete em mãos, mas fui mais rápido quando lancei uma pedra na cara dele e depois o empurrei para longe com o vento. Enquanto ele estava atordoado, comecei a correr, quando fui parado por um cara que surgiu de repente na mina frente. Ele era alto, tinha cabelo grisalho, usava um sobretudo beje e seus olhos... Eram coberto por pele. Ele me segurou e disse "vou levá-lo para um lugar seguro". Uma espécie de raios azuis cresceu dele e pareceu formar um iglu envolta de nós, feito de pura energia. Depois o campo se fechou e desaparecemos dali.

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Dec 09, 2015 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

WildfireOnde histórias criam vida. Descubra agora