Doces ou travessuras?

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-Que chato ficar aqui!--Exclamou Beatriz,jogada no sofá,enquanto mexia no celular.
Yasmin saiu da cozinha trazendo consigo uma panela de brigadeiro,sentou no chão da sala,ao seu lado estava Kauã e Binho os dois discutiam sobre futebol.
Max saiu do banheiro com uma feição cançada.
-O Théo me ligou e disse que ja esta chegando.
-Pra quê?!com essa chuva nós não iremos na festa!a melhor festa do ano!eu espero dar Dia das Bruxas,pra quê para chuver!!--Yasmin estava inconformada.
-Nossa,mulher é um bicho chato!só sabe reclamar!!--Ironizou Kauã.
-Eu gosto de mulher,quando estou beijando,porque o resto...--Binho ria ao terminar a frase.
Bia entrou na discussão em defesa a sua amiga.
-Yasmin ta certa,compramos as fantasias a toa.
Max debruçou no outro sofá,e suspirou.
-Minha avó sempre diz,que quando algo da muito errado é que era o melhor,não era pra nós irmos.
-NOSSAS AVÓS SÃO LOUCAS!ESSA HISTORINHA DE DESTINO...É COISA DE GENTE TONTA!!!--Yasmin gritou sua opinião em alto e bom som.
Max ia rebater,mas neste exato momento Théo chega,parecendo um pintinho molhado,ele tremia de frio,os amigos ao verem aquela cena morrem de rir.
-A-Agora é serio--Kauã tentava retomar o folêgo em meio as gargualhadas--O que a gente vai fazer?
-Sei lá,ver aqueles filmes de terror sem graça que sempre passam.--Max deu a ideia,sinceramente ele era apaixonado por terror e para ele todo dia poderia ser dia das bruxas.
Théo retirou sua blusa molhada,tirou o tênis tentou se secar da melhor maneira possivel,ficou no centro da sala.
-Eu comprei algo muito legal!
-Quem liga?--Resmunga Yasmin
-Todos vão gostar inclusive você Yasmin--Théo estava empolgadissimo,os olhos do garoto reluziam--Adivinhem o que é!
-Veneno pra nos matar--A voz de Kauã saiu séria,fazendo todos rir.
-Fala logo!--Bia o apressava.
-La vem as mulheres cheias de curiosidade--Binho adorava tumultuar.
-Nossa como vocês não tem um pingo de criatividade,namoral vou falar...--Théo faz uma pose dramática,deixando os outros irritados,por fim levando almofadadas na cara--PARA!EU FALO!COMPREI UM TABULEIRO DE OUIJA!.
Todos ficaram apáticos,surpresos,eles sabiam que o tabuleiro de ouija era um jogo,usado para entrar em contato com os mortos,mais tudo não passava de um simples jogo,inocente não é mesmo?
Kauã examinou o tabuleiro e fez uma expressão de dúvida.
-Por que vocês estão assim?--Olhou o rosto de cada um.
-Não quero brincar disso.--Afirmou Beatriz.
-Deixa de ser medrosa--Zuou Yasmin,a garota deixou a panela de lado--Doces ou travessuras--Seus olhos ganharam uma malícia.
Os garotos logo aceitaram,mais Bia ficou um pouco receosa,por fim aceitou.
-Precisamos de um copo de vidro,e um estilete--Théo comandava.
-Vou na cozinha pegar o copo--Disse Binho.
-Pra quê o estilete?--Pergunta Max.
-Você verá meu amigo,você verá.
Desligaram a tv,apagaram as luzes,a mesinha que ficava ao centro da sala serviu de apoio para o tabuleiro,e as velas,a chuva estava forte,dando um clima mais tenso a situação.
Os adolescentes sentam-se em volta da pequena mesa,o copo ja estava em cima do tabuleiro com a boca para baixo,mais Théo impediu que começassem.
-Precisa ainda do toque final--Retirou do bolço o estilete--Cada um espeta o dedo e coloca o sangue no copo.
-Eca!que anti-higiênico--Bia só de pensar se sentiu enjoada.
-O pior seria se alguem tivesse alguma doença transmissivel,pelo o sangue--Binho se divertia.
Dedos espetados,sangue escorrendo,uma dorzinha que incomodava,cada um pinga uma gota do liquido vermelho no copo,apoiam o dedo indicador no mesmo.
Agora todos estão aprensivos.
-Quem esta aí?--A voz de Théo sai rouca.
Passam 2 a 3 minutos,mais o copo em si não se move.Kauã começa a rir descontroladamente.
-Ai essa merda nunca vai se mover!
-Shiiiii,Kauã!--Bia o repreende.
Novamente o silêncio,mórbido,as únicas coisas que poderiam ser ouvidas com nítidez era o som da chuva,caindo,uma chuva forte de relâmpagos,raios e trovões,o fogo das velas tremiam a cada rajada leve do vento que adentrava na sala,pelas frestras das janelas e portas.
Os dedos de Max ja estavam ficando dormentes,pois estava ha muito tempo numa posição só,o copo começa tremer no inicio parecendo ser que alguém estava o movendo,rolou alguns olhares desconfiados que foram amenizados,quando copo de maneira rápida se moveu até o sim.
Inacreditavel!agora todos estavam acordados,em alerta,Théo se recompos.
-Como você chama?
Dessa vez não precisou passar minutos,o copo se move mais rápido do que antes indo no A-L-I-C-E.
-Alice...--Murmurou Binho.
-Quantos anos você tem?
Rapidamente forma o numero 11.
"Coitada!morreu muito cedo"Pensou Bia com compaixão.
-Como você morreu?!!--Théo estava no seu ápice,ele nunca se tinha visto tão interessado em algo.
Dessa vez o copo resolveu parar novamente,5 minutos exatos 5 minutos,ali parado.
-Ela deve ter ido embora.--Concluiu Max.
-Não acredito nisso,acho que ela não quer responder Max--Respondeu Yasmin.
A garota mal acabou de falar o copo reagiu,ele tremia,ao ponto de que todos pensassem que fosse quebrar,pelo contrário ele seguiu até a letra A-S-S-A-S...
E parou,uma estranha corrente elétrica leve,mais que foi sentida,fazendo os garotos tirarem os dedos sobre o copo,mesmo não tendo ninguem com o dedo apoiado,o copo voltou a se mover,saindo do tabuleiro e caindo no chão.
O impacto não foi tão forte,mas destrutivel,não havia mais copo e sim e migalhas de vidro espalhadas pelo chão.
Felizmente ninguem se feriu,Max ao tentar acender a luz da sala percebeu que a energia havia acabado.
-Mas é assim mesmo Max--Explicou Kauã--Toda vez que chove aqui em casa,acaba a energia.
-Melhor irmos dormi!--Disse Binho.
Depois de uma discussão resolveram todos dormirem juntos num dos quartos de hospedes,não era tão grande,mais pelo menos todos poderiam se acomodar.
Ninguem queria admitir estavam morrendo de medo,dentro do quarto,a maioria ja estava ferrado no sono o corpo não aguentou tantas emoções.
A chuva havia parado,e a luz prateada da Lua cheia,entrava,e pousava sobre o corpo de Max,que diferente dos amigos estava acordado.
Sem sono,o corpo do adolescente estava paralisado de medo,medo um sentimento incontrolavel,ele sentia um ar pesado,Max sentia alguém o observando.
Levantou,seus pés tremiam ao tocar o chão,pensou que ia cair,estava zonzo,recobrando a consciência,desviu dos corpos de alguns amigos que dormiam no chão,abriu a porta,e seguiu pelo corredor que parecia que nunca acabava,desceu as escadas com cautela sua respiração está ofegante,passa rápido pela sala,havia sobrado duas velas acessas,mais que foram apagadas,repentinamente e concerteza não fora o vento que as apagou.
Enfim cozinha,liga o interruptor e agradeçe mentalmente pela luz ter voltado,abre a geladeira e pega um copo d' suco de morango.
Apoia-se na pia,de frente ha uma ampla janela,esta aberta,a rua está deserta.
Como a rua estava quieta,ele começou a ouvir passos lentos,se arrastando no asfalto,o rapax ignorou mas em nenhum momento saiu dali.
Os passos eram realmente demorados,quando enfim ele pode ver,de quem eram esses passos,vinha de uma mulher,com calças jeans,descalça,com uma blusa branca longa,rasgada e manchada,a única coisa que incomodava Max diante a mulher era que ela ocultava o rosto,com seu próprio cabelo,ela tinha longos fios negros.
O rapaz sem compreender começa a sentir medo,um terrivel medo que o paralisa,a mesma mulher para de andar e fica de frente a um poste de luz,que iluminava muito pouco.
Aquele estranho ser humano ficou ali estático,mas de dela saia um choro,logo após se transformou numa gargualhada sinistra.
As manchas que eram encontradas por toda a sua blusa,na realidade eram marcas de sangue seco.
Uma grossa saliva percorreu a garganta do rapaz,que medo terrivel,parecia que o som da risada da mulher fazia eco por toda a rua.
Por fim ela foi desaparecendo como se estivesse evaporando e sumiu,se misturando com a neblina da madrugada.

Ouija:Jogo MalditoOnde histórias criam vida. Descubra agora